Pronunciamento de Ramez Tebet em 22/02/2000
Discurso durante a 3ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
HOMENAGEM A MEMORIA DO EX-SENADOR PETRONIO PORTELLA.
- Autor
- Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
- Nome completo: Ramez Tebet
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM A MEMORIA DO EX-SENADOR PETRONIO PORTELLA.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/02/2000 - Página 3279
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, PETRONIO PORTELLA, EX SENADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, BENEFICIO, DEMOCRACIA.
- IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, PETRONIO PORTELLA, EX SENADOR, PRESIDENTE, SENADO, EPOCA, CRIAÇÃO, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).
O SR. RAMEZ TEBET
(PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Dona Iracema, autoridades que compõem a Mesa, ilustres autoridades que se encontram no plenário, Srªs e Srs. Senadores, minhas senhoras e meus senhores, ocupo esta tribuna de maneira diferente. Eu até trouxe um discurso escrito, que prefiro não ler, porque outros oradores que me antecederam roubaram aquilo que eu trouxe para homenagear um homem que não pertenceu ao Piauí, um homem que pertenceu ao Brasil; um homem com o qual não convivi, mas também não convivi, por exemplo, com o Senador Jarbas Passarinho, um dos homens públicos que mais admirei e continuo admirando na minha vida, que grandes e relevantes serviços prestou ao meu Estado, Mato Grosso do Sul.
Estou nesta tribuna porque entendo que a figura de Petrônio Portella extrapolou os limites do Piauí. O Piauí deu Petrônio Portella ao Brasil. Eu acho que o Piauí deu Petrônio Portella à redemocratização deste País. Petrônio Portella foi o operador da democracia neste País. E por quê? Porque convivendo num regime autoritário, ele sabia praticar como ninguém praticou. Por isso o jornalista Castello Branco disse que ele foi o verdadeiro artífice da reconstrução democrática neste País, que ele foi um dos maiores gênios da sua geração. Ele foi palmilhando, foi sabendo construir, conciliar. Ele procurou a igreja, procurou os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil; dialogou com Raymundo Faoro; dialogou com a esquerda do País; dialogou com os sindicatos. Foi praticando a arte do possível, para fazer com que nós, agora, tenhamos a alegria e a satisfação de poder afirmar que vivemos num País plenamente democrático, onde se respira o ar puro da liberdade.
Mas eu estou aqui porque entendo que a gratidão é a memória da alma. Eu não poderia entender uma solenidade a Petrônio Portella sem que dissesse que o meu Estado, Mato Grosso do Sul, tinha de estar presente. Não era Petrônio Portella o Presidente do Senado da República quando o Presidente Ernesto Geisel assinou o a lei que criou o Estado de Mato Grosso do Sul? Não foi ele que conviveu com os políticos de Mato Grosso do Sul naquela ocasião, procurando dar forma e unidade ao Estado que surgiu para ser modelo? Ainda temos esse ideal e haveremos de consegui-lo. Pois não foi Petrônio Portella, com quem eu só conversei duas vezes na minha vida, e rapidamente, o homem que foi representar o Presidente da República, quando Ministro da Justiça, para dar posse ao primeiro Governador de Mato Grosso do Sul, Harry Amorim Costa, no Teatro Glauci Rocha, lá em Campo Grande? Toda a sociedade sul-mato-grossense aplaudiu, com grande esperança no Estado que então nascia - volto a repetir - para ser modelo da Federação brasileira. Pois não foi Petrônio Portella que deu posse ao segundo Governador nomeado, que foi Senador desta Casa, Marcelo Miranda Soares?
Então, como poderia, Sr. Presidente, senhores convidados, Mato Grosso do Sul deixar de comparecer aqui para revelar a gratidão a esse homem, para dizer aos próprios sul-mato-grossenses que nós precisamos fazer memória. Este País precisa ter memória, o meu Estado precisa ter memória. Eu venho, aqui, com essa emoção, porque, a cada passo que então vivia - não exercia eu nenhum mandato naquela ocasião -, pude conhecer o conceito de Petrônio Portella, pude conhecer os atos que ele praticava, interessado, como todos os brasileiros, em entender a evolução da política brasileira, torcendo, como todos nós ansiávamos e torcíamos, para que a plenitude democrática fosse restabelecida neste País.
É por isso que explico a minha presença nesta tribuna. Por isso, abri deixei de lado o discurso, expressando-me nessas simples palavras. O Senador Francelino Pereira, sim, viveu porque conviveu. S. Exª veio aqui e disse tudo aquilo que poderia dizer sobre Petrônio Portella, porque com ele conviveu, junto com outros políticos, como os Senadores Mauro Benevides e Jarbas Passarinho.
Eu não tive a graça de conhecê-lo, mas tenho o privilégio de dizer que, como brasileiro, acompanhei os passos daqueles políticos que, no meu entender, batalhavam e lutavam pelo restabelecimento da democracia no nosso País, acompanhando a índole do povo brasileiro.
Petrônio Portella fez isso. Fez pelo Brasil, e todos aqui proclamaram, mas eu assomei a esta tribuna para dizer que ele fez por Mato Grosso do Sul. Por isso, estou aqui também para registrar esse fato.
Muito obrigado.
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