O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, durante várias décadas, especialmente a partir do pós-guerra, o Poder Público Nacional foi forçado a atuar em vários setores da economia nacional, suprindo lacuna então deixada pela iniciativa privada, que não dispunha de capital suficiente para investir em ramos como a siderurgia, a indústria petroquímica, a navegação de cabotagem e a geração de energia elétrica, dentre outros.  

Hoje, quando estamos próximos da inauguração de um novo milênio, o panorama é literalmente diverso daquele a que nos referimos.  

É notório que o Estado brasileiro não tem como investir nos setores que mencionamos – além de muitos outros – que motivou a deflagração do processo de privatizações e empresas públicas e sociedades de economia mista, que passaram a configurar um ônus excessivamente pesado para o contribuinte brasileiro.  

Evidentemente, a mesma situação é enfrentada pelos Estados, que também vêm promovendo a desestatização de suas empresas.  

A propósito, o nosso Estado do Tocantins, desde sua criação, foi pioneiro nessa nova abordagem da economia nacional, privatizando, pela primeira vez no País, uma empresa distribuidora de energia elétrica.  

Pois bem, nosso Estado, para que possa desenvolver-se plenamente, tem premente necessidade de que pelo menos cinco usinas hidrelétricas sejam privatizadas, a fim de assegurar investimentos que poderão ultrapassar a oito bilhões de dólares, além da Ferrovia Norte-Sul.  

Trata-se das usinas de Serra Quebrada/Itaguatins, Peixe, São Salvador, Estreito e Xambioá/Ananás, que, somadas à Usina Luiz Eduardo Magalhães, quando concluídas, gerarão cinco mil megawatts de energia elétrica.  

A Ferrovia Norte-Sul, obra da redenção nacional, também deve ser privatizada, a fim de tornar-se efetivamente viável, levando o progresso e o desenvolvimento em seus trilhos, que se estenderão por mais de dois mil quilômetros.  

Temos convicção de que o ilustre Ministro Alcides Tápias e o Conselho Nacional de Desestatização examinarão esse justo pleito de nosso Estado com o indispensável cuidado e atenção, permitindo, com essa privatização, que o Tocantins efetivamente se transforme naquilo que o Senhor Presidente da República classificou de "Eldorado Brasileiro".  

Era o que tinha a dizer.