Discurso durante a 24ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DO TRIGESIMO TERCEIRO ANIVERSARIO DA ZONA FRANCA DE MANAUS.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DO TRIGESIMO TERCEIRO ANIVERSARIO DA ZONA FRANCA DE MANAUS.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2000 - Página 5619
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ZONA FRANCA, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM).

O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) – Sr. Presidente, Srªs e Sr. Senadores, quero registrar, aqui, um feito histórico para o desenvolvimento da indústria e da tecnologia de ponta no Brasil e, principalmente, um feito histórico para a Amazônia. Trata-se da comemoração do 33 º aniversário da Zona Franca de Manaus.  

Criada em 1967, seu objetivo inicial era estabelecer um pólo industrial integrado ao complexo nacional, com base na redução dos impostos de importação e exportação. Com a instalação da Zona Franca, Manaus se transformou num vigoroso pólo de empregos, criados pelas novas indústrias, o que mudou o perfil daquela região de modo definitivo. É verdade que a Zona Franca não foi sempre coroada de sucessos. Tem tido seus altos e baixos, estes últimos devidos aos cortes nos incentivos fiscais e à queda na produtividade. Mas, aos 33 anos, como informa o SUFRAMA Hoje , a Zona Franca de Manaus está pronta para novos desafios.  

E seus desafios vêm nada mais, nada menos de fatores que, até pouco tempo eram considerados limitações. Seus maiores potenciais são os mesmos da Região Amazônica, que detém tudo que o planeta vai demandar nos próximos anos: água, potencial energético, espaço físico e biodiversidade.  

Não se pode mais dizer que a Zona Franca esteja desvinculada do meio ambiente que a circunda. Prova disso são as novas frentes de produção, como a de essências naturais e a de design tropical.  

Para a produção de essências naturais, a Suframa deseja constituir um pólo de bioindústrias. Para tanto, dispõe das tecnologias geradas pelo Centro de Biotecnologia da Amazônia, que faz parte do Programa Brasileiro de Ecologia Molecular. A tão afamada biodiversidade amazônica poderá, afinal, ser aproveitada lá mesmo, com a produção de cosméticos, essências naturais, cremes, etc.  

Outra frente que regionaliza a produção é a de design tropical. Neste momento, sob a coordenação do designer de reconhecimento internacional Luiz Galvão, estão sendo elaborados pelos artesãos locais 600 peças, móveis e objetos de decoração. Com isso, inaugura-se o pólo de design tropical da Zona Franca de Manaus, um trabalho que une o talento dos caboclos e indígenas à experiência de um criador de reconhecida capacidade. Essa iniciativa vem ao encontro de uma demanda por produtos amazônicos existente no mundo todo, em função da projeção mítica dessa região e do apoio a causas ecológicas.  

Mas o forte da Zona Franca continua sendo o estímulo a produtos industrializados de ponta e a novas tecnologias. Por isso estão sendo implantados, também, um pólo de software e outro de componentes odontológicos e médico-hospitalares.  

O pólo de software, nas palavras do Superintendente da Suframa, Sérgio Martins Mello, atenderá à demanda local, que já representa importante fatia do mercado nacional. Entre os vários produtos destacam-se a gestão integrada de gerenciadores de sistema de processamento de dados, operações de bases de dados, automação industrial, gerenciadores de equipamentos de telecomunicações e comércio eletrônico.  

Nos próximos três anos espera-se a instalação de 100 empresas em Manaus para atender às indústrias de eletrônica, comércio eletrônico, educação, biotecnologia, telecomunicações, vigilância espacial e brinquedos. Espera-se que, posteriormente, essas atividades sejam ampliadas para toda a região Norte e Estados do Mato Grosso e Tocantins.  

O outro setor a ser fortalecido, o da produção de equipamentos odontológicos e médico-hospitalares, aproveitará a base tecnológica da indústria de eletroeletrônicos instalada na ZFM. Alguns produtos como medidores de pressão e monitoramento, cadeiras de rodas motorizadas e camas hospitalares especiais poderão começar a ser fabricados logo, conforme interesse manifestado pela Phillips.  

O ano de 1999 foi de grandes desafios para a Suframa, mas terminou com resultados bastante positivos. Apesar dos percalços que surgiram no primeiro semestre do ano passado, foi possível dar a volta por cima. Nos primeiros seis meses, o setor produtivo foi muito afetado, assim como a oferta de emprego, reflexos da crise vivida por todo o País. Mas, no final do ano, o balanço foi positivo, com aumento de exportações, novos projetos aprovados e conquistas políticas, entre elas o adiamento para dezembro de 2000 da definição de Processos Produtivos Básicos de 200 produtos.  

Além disso, 144 novos projetos industriais foram aprovados pelo Conselho Administrativo da Suframa, com investimentos totais de U$ 2,2 bilhões e previsão de mais de 18 mil novos postos de trabalho.  

Mas uma das principais vitórias, com certeza, foi representada pelo aumento das exportações. Com um volume de U$ 429 milhões exportados, houve um crescimento de 61% sobre 1998. Para o ano 2000 espera-se a continuação desse crescimento.  

Por tudo isso, Senhoras e Senhores, quero parabenizar a Suframa pelos seus 33 anos, com a esperança de que os efeitos positivos ali verificados se estendam para toda a Região Norte, inclusive para meu Estado. Para isso, o Plano Anual de Trabalho da Suframa de 2000, elaborado com a participação dos estados vizinhos ao Amazonas, prevê a realização de projetos de desenvolvimento em comum acordo com os Governos dos Estados do Acre, Rondônia e Roraima. Cada estado elegerá cinco potencialidades para exploração e essas iniciativas serão apoiadas técnica e financeiramente pela Suframa.  

Por tudo isso, Senhoras e Senhores, desejo mais e mais sucessos à Suframa e a sua gestão, nesses 33 anos de existência, e anseio para que aquele pólo de desenvolvimento continue a impulsionar tanto a economia quanto a qualidade de vida na Amazônia.  

Era o que tinha a dizer.  

Muito obrigado.  

 

entÜø i 0 Ød rando Universidades, Prefeituras, Centro de Estudos e Pesquisas, enfim, despertando para a imensa potencialidade da sociedade para a execução desta tarefa. O exemplo do professor Guido Ranzani e de seus alunos comprova que isto é possível. Muito obrigado. com ¢9


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2000 - Página 5619