Pronunciamento de Romeu Tuma em 30/03/2000
Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
GRAVIDADE DA DENUNCIA DE ENVOLVIMENTO DE AUTORIDADES POLICIAIS COM O NARCOTRAFICO.
- Autor
- Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
DROGA.:
- GRAVIDADE DA DENUNCIA DE ENVOLVIMENTO DE AUTORIDADES POLICIAIS COM O NARCOTRAFICO.
- Aparteantes
- Alvaro Dias, Ramez Tebet.
- Publicação
- Publicação no DSF de 31/03/2000 - Página 5651
- Assunto
- Outros > DROGA.
- Indexação
-
- ELOGIO, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CAMARA DOS DEPUTADOS, APURAÇÃO, TRAFICO, DROGA, PAIS.
- COMENTARIO, GRAVIDADE, DENUNCIA, PARTICIPAÇÃO, AUTORIDADE POLICIAL, TRAFICO, DROGA, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESTADO DO PARANA (PR).
- DEFESA, NECESSIDADE, INVESTIGAÇÃO, RESPONSAVEL, CRESCIMENTO, TRAFICO, DROGA, PAIS.
O SR. ROMEU TUMA
(PFL - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a fruta podre apodrece toda a cesta, se não for rapidamente removida. Caso alguma dúvida existisse quanto à correção desse provérbio, o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o avanço e a impunidade do narcotráfico, em funcionamento na Câmara dos Deputados, seria suficiente em si para demonstrar o acerto do adágio arraigado no pensamento popular. Como conseqüência da devassidão que grassa no setor público em muitos Estados, onde até Parlamentares e altos membros do Executivo e Judiciário foram alcançados pelas acusações de envolvimento com o crime organizado, ficou flagrante a urgência urgentíssima em extirpar as frutas podres antes que façam apodrecer o resto, antes que o Brasil fique na mesma posição aflitiva de alguns países limítrofes, envolvidos em verdadeiras guerras internas, alimentadas pelos bilhões de dólares do narcotráfico.
A meu ver, um dos aspectos mais graves das comprovações feitas pela CPI é o de que diversas autoridades policiais e seus agentes transformaram-se em protagonistas do crime, chegando a chefiar ou coordenar quadrilhas dotadas de estrutura empresarial. Deixaram a posição de beneficiários de propinas e extorsões para se tornarem quadrilheiros. Chegou-se, assim, ao absurdo de hoje, em alguns pontos do solo pátrio, não se poder confiar na Polícia para investigar policiais. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a batizada e chamada "banda podre" da Polícia comporta-se como a máfia italiana e não titubeia em pregar violência ao extremo na "queima de arquivos", vinganças e controle de territórios. Tantas e atemorizadoras são essas ações, que, há poucosUû