O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senadora Marluce Pinto, Senador Nabor Júnior, inicialmente agradeço ao Senador Nabor Júnior por sua manifestação de apreço e de admiração à minha pessoa. S. Exª me conhece há muito anos.

Eu gostaria de deixar bem clara a minha admiração pelo jornalista Romerito Aquino. Ao publicar uma matéria no jornal A Tribuna de ontem, o jornalista foi extremamente fiel às palavras por mim proferidas em entrevista, ao tempo em que traduziu uma preocupação que é de todo o povo acreano hoje.

Sabemos que há um amplo debate político, o que é natural num modelo democrático. Há um confronto entre partidos derrotados nas últimas eleições e partidos que trabalham junto ao Governo. No Acre, durante mais de um ano e dois meses de Governo Jorge Viana, temos nos confrontado com adversários e, às vezes, com injustiças praticadas contra a honradez do Governo que chegam à beira do absurdo e da violência. O Governador chegou, inclusive, a ser ameaçado de morte algumas vezes por adversários políticos detentores de meios de comunicação, como consta em depoimento de uma cidadã, prestado ao Ministério Público do Estado. É essa a realidade política que vivemos hoje.

Por outro lado, recentemente, um documento nos foi fornecido pela assessoria do Ministério. Nesse documento, assinado pelo Deputado Federal José Aleksandro - ameaçado de cassação por corrupção, por suspeita de envolvimento com o crime organizado e com o narcotráfico -, sugere-se ao Governo Federal a obstrução de recursos ao Estado do Acre. Essa obstrução aconteceria com base na exigência de que qualquer ação para liberação de recursos para o Estado teria de ser aprovada por um conjunto de Parlamentares que fazem oposição ao Governo do Estado, no qual se inclui o Senador Nabor Júnior. O documento é assinado pelos Deputados José Aleksandro, Zila Bezerra, Ildefonço Cordeiro, Sérgio Barros, João Tota e pelo Senador Nabor Júnior, pertencentes ao PFL, PSDB, PPB, e PMDB.

Ressalto que todos esses Parlamentares citados emitiram nota esclarecendo que não participaram dessa tentativa de inviabilizar recursos para o Estado do Acre ou de, pelo menos, desviá-los. Somente o Senador Nabor Júnior, até o momento, não esclareceu um problema que ocorreu no mês de janeiro de 2000. S. Exª me deu explicações pessoais há poucos minutos.

Tenho em mão um documento da Associação de Prefeitos do Acre, que faz duras críticas políticas, inclusive com violência, ao Governo do Estado. E os cinco Prefeitos - inclusive, o Prefeito de Mâncio Lima, Paulo Dene, do PMDB -, que teriam seus nomes consignados nessa nota, negam que tenham participado de reunião e assinado qualquer ato de crítica violenta e injusta contra o Governo do Estado.

Dessa forma, algumas ações têm preocupado aqueles que trabalham junto ao Governo do Estado. O Senador Nabor Júnior é uma figura de grande experiência na vida pública e sabe que alguns querem inviabilizar o futuro do Acre, porque o Estado era comandado politicamente por membros do narcotráfico, por membros do crime organizado e do esquadrão da morte. No nosso Estado, a corrupção pública era desvairada nos últimos anos. V. Exª é sabedor disso.

Então, eu não poderia deixar de registrar, Sr. Presidente, a ameaça constante por parte de alguns Parlamentares federais. Cito, de maneira explícita, a figura do Deputado José Aleksandro, que envia um documento ao Presidente da República e a Ministros de Estado pedindo que não sejam destinados recursos ao Acre.

Sei das dificuldades por que passei na Comissão de Orçamento por causa da falta de apoio de determinadas pessoas que poderiam fazer muito mais. Contei com o apoio imensurável do Senador Gilberto Mestrinho, que, em todos os momentos, buscou sensibilizar as autoridades em relação à situação vivida pelo Estado do Acre. Num ato de justiça, devo reconhecer isso.

            Mas lamento que V. Exª tenha sido citado nessa nota assinada pelo Deputado José Aleksandro, que procura prejudicar o Estado do Acre, e que, até o momento, não tenha prestado um esclarecimento público.

Eram esses os esclarecimentos que eu queria fazer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.