Pronunciamento de Casildo Maldaner em 04/04/2000
Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
APELO AO MINISTRO DA AGRICULTURA PARA LIBERAÇÃO DE RECURSOS PARA OS PRODUTORES DE FEIJÃO DE SANTA CATARINA.
- Autor
- Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
- Nome completo: Casildo João Maldaner
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA AGRICOLA.:
- APELO AO MINISTRO DA AGRICULTURA PARA LIBERAÇÃO DE RECURSOS PARA OS PRODUTORES DE FEIJÃO DE SANTA CATARINA.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/04/2000 - Página 6388
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), PROVIDENCIA, REQUISIÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, GOVERNO FEDERAL, DESTINAÇÃO, PRODUTOR RURAL, FEIJÃO, OBJETIVO, LIBERAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO, PRODUTO.
- COMENTARIO, APREENSÃO, AMEAÇA, POSSIBILIDADE, OCORRENCIA, IMPORTAÇÃO, FEIJÃO, MOTIVO, AUSENCIA, LIBERAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS.
O SR. CASILDO MALDANER
(PMDB - SC. Para comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, nobres Colegas, nesta tarde, pressionado que fui no último fim de semana pelas cooperativas, por entidades organizadas do meio rural, principalmente da região oeste do meu Estado, Santa Catarina, trago um assunto relacionado ao "feijão nosso de cada dia". Por quê? Tivemos agora uma safra recorde de feijão – e não somente no meu Estado – e o os pequenos agricultores estão sem poder colocar a sua produção no mercado porque não existem recursos, não há o AGF para adquiri-lo. Hoje, o preço do feijão no mercado está em torno de R$16,00 a R$18,00 a saca de 60 quilos. O preço mínimo do feijão no Brasil é de R$28,00, mas o mercado está aquém disso e aí há a exploração. E as cooperativas agropecuárias no meu Estado, que são fortes e inúmeras, estão reivindicando R$20 milhões, porque até agora, Sr. Presidente, conseguiram apenas R$5,4 milhões para o AGF do feijão, suficiente para aquisição de 185 mil sacas do produto, tendo feito o pagamento na base do preço mínimo. Ocorre que as cooperativas têm estocadas mais 215 mil sacas do produto, e nas propriedades existem, mais ou menos, segundo os técnicos, 460 mil sacas de feijão à espera da comercialização. Portanto, as entidades organizadas querem que o Governo libere R$20 milhões para adquirir esse estoque, porque, caso contrário, esses produtores ficarão à mercê dos exploradores e dos especuladores, tendo que entregar praticamente de graça o seu produto por R$16,00 ou R$18,00 a saca de 60 quilos. Isso não é possível! Além do que, no final deste mês, vence o custeio do plantio e aqueles que não são vinculados ao Pronaf não dispõem da equivalência.
Por isso, desta tribuna, falando à Nação, apelo ao Ministro da Agricultura para que S. Exª consiga a liberação desses R$20 milhões junto à área econômica; é um valor pequeno, tendo em vista a sua importância para a aquisição dessa safra enorme não somente do meu Estado, mas no Brasil inteiro. Isso é importante para as nossas reservas. O Brasil, há pouco tempo, importou o feijão nosso de cada dia a R$20,00 a saca! Portanto, não é possível não termos recursos para estocarmos esse produto! Daqui a pouco nossos estoques se esgotarão e teremos que importar o feijão nosso de cada dia. Assim, não é possível permanecermos insensíveis à uma reivindicação desse quilate.
Sr. Presidente, para finalizar, quero frisar que neste final de semana um pequeno proprietário me disse: Maldaner, veja bem onde chegamos! Estou com 20 sacos de feijão em casa. Fui ao mercado - estamos na Quaresma – comprar dois ovos de páscoa, de 500g cada, já que minha família é grande, e tive que fazer o pagamento com um saco de feijão, de 60 quilos, e mais uma galinha! E, ainda por cima, ao chegar em casa, para meu azar, os ovos estavam ocos!
Sr. Presidente, quero, com isso, mostrar a gravidade da situação em que nos encontramos. Não é possível entregarmos uma produto por R$16,00 ou R$18,00 a saca de 60 quilos, quando o preço mínimo é de R$28,00!
É preciso a liberação desses R$20 milhões para que as cooperativas, as entidades organizadas possam adquirir esse produto, ficar à disposição, colocar para as CONABs, colocá-lo nos centros consumidores para termos uma mercadoria barata.
Portanto, repito o apelo ao Ministro da Agricultura para que S. Exª, juntamente com a área econômica, resolvam essa questão pequena, sem dúvida, mas que para milhares de pequenos produtores e para o Brasil é extremamente importante, tendo em vista tratar-se do feijão nosso de cada dia.
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