Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

IMPORTANCIA DO COMPLEXO PORTUARIO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA.

Autor
Luzia Toledo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: Luzia Alves Toledo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • IMPORTANCIA DO COMPLEXO PORTUARIO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2000 - Página 6424
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • IMPORTANCIA, INSTALAÇÕES PORTUARIAS, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), CAPACIDADE, TECNOLOGIA, PROCESSAMENTO, CARGA, REGISTRO, HISTORIA, CONSTRUÇÃO, PORTO, INTEGRAÇÃO, TRANSPORTE INTERMODAL, CORREDOR DE EXPORTAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, MINERAÇÃO, SIDERURGIA.

A SRA. LUZIA TOLEDO (PSDB – ES) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, volto à tribuna do Senado Federal para comentar uma das mais importantes potencialidades de meu Estado do Espírito Santo. Refiro-me ao seu extenso complexo portuário, cuja capacidade de processamento de cargas de todas as espécies, ao lado de sua modernidade tecnológica e operacional, colocam-no em destacada posição mundial, como primeiro lugar em todo o hemisfério sul.  

A história portuária do Espírito Santo tem sua origem no crescimento da cultura cafeeira na Província do Espírito Santo que, a partir de 1870, tornou saturado o Porto de Itapemirim, então utilizado para o escoamento agrícola, essencialmente voltada para a cana-de-açúcar.  

Como alternativa, foram previstos embarques em outro atracadouro, denominado Cais do Imperador, na parte sul da Ilha de Vitória. Em 28 de março de 1906, o Governo Federal autorizou à Companhia Porto de Vitória a implantação de novas instalações, com a execução, no mesmo local, de mais 1.130 metros de cais. Após diversas interrupções, a inauguração ocorreu em 03 de novembro de 1940, assinalando o começo do atual complexo portuário.  

Já nos anos 40, foram construídas as instalações de embarque da Companhia Vale do Rio Doce, no morro do Pela Macaco, em Vila Velha, hoje totalmente desativadas. Na mesma época, teve início a construção do Terminal de Granéis Líquidos, também em Vila Velha.  

Nessa mesma época, foram ainda construídas as instalações do Cais de Paul, numa iniciativa conjunta da Usiminas e da Vale, atualmente em pleno funcionamento, também localizadas em Vila Velha.  

Na década de 50 foram construídos os demais Cais de Vitória, berços 101 e 102. Na década de 60, foi construído o Píer de Tubarão e, na de 70, os Cais de Capuaba, Barra do Riacho e Ubú. Na década de 80, foi construído o Porto de Praia Mole.  

O Complexo Portuário do Espírito Santo é hoje um dos mais importantes do Brasil. Com uma infra-estrutura de transporte ferroviário, rodoviário e marítimo, representa um sistema de transportes intermodal bastante atrativo e competitivo, já que o Espírito Santo, um dos Estados mais dinâmicos do Brasil, possui uma localização estratégica, próximo aos grandes centros urbanos, industriais e principalmente consumidores, onde está concentrada a grande parte do PIB brasileiro, bem como uma costa privilegiada, de águas tranqüilas e profundas.  

O complexo abrange um conjunto de seis portos principais, Vitória, Barra do Riacho, Praia Mole, Tubarão, Ubú e Regência, todos gerenciados pela Companhia Docas do Espírito Santo – CODESA, nos quais são transportadas milhões de toneladas de granéis sólidos e líquidos, minerais e carga geral, sendo um corredor de exportação e importação para grandes setores industriais, sobressaindo, dentre eles, a mineração e a siderurgia.  

O Porto de Vitória, conjunto de terminais localizados no centro da cidade, compreende o Cais Comercial, o Cais de Atalaia, o Cais de Capuaba, o Cais do Paul, além do Terminal de Granéis Líquidos de São Torquato e do Terminal da Ilha do Príncipe. Trata-se de um porto de vocação generalista, onde são transportados todos os tipos de carga, com predominância de carga geral e serviços de conteineres.  

Mercadorias distintas como algodão, arroz, cacau e preparações, café em grãos e solúvel, celulose, feijão, malte, milho, pimenta do reino, sal e trigo, minérios como bauxita, carvão, ferro gusa, granéis líquidos, mármores e granitos, manufaturados como automóveis e autopeças, balas, doces e bombons, bobinas de papel, fertilizantes, máquinas e equipamentos industriais, produtos químicos, produtos siderúrgicos, sucata e tubos flexíveis, fazem parte da extensa gama de processados no Porto de Vitória, totalizando mais de 5 milhões de toneladas de fluxo, dos quais cerca de 60% de produtos destinados à exportação.  

Igualmente relevante é o fato de que mercadorias industrializadas foram embarcadas e desembarcadas naquele porto, em mais de 400 mil conteineres anualmente processados.  

O Porto de Barra do Riacho apresenta uma característica de maior especificidade, tendo sua movimentação fortemente vinculada às atividades industriais da Aracruz Celulose, indústria das mais importantes de meu Estado. O porto destina-se fundamentalmente ao embarque exportador de celulose, sendo embarcadas anualmente um total de cerca de 2 milhões de toneladas de mercadorias, das quais 1,6 milhão, cerca de 80 %, referem-se à celulose. Sal, bobinas de papel e algumas outras mercadorias complementam a atividade portuária daquele terminal.  

O Porto de Praia Mole reveste-se, também, de característica absolutamente específica, tendo sua atividade completamente vinculada às atividades industriais da Companhia Siderúrgica de Tubarão, indústria siderúrgica construída ao tempo do controle estatal e atualmente privada. O porto destina-se fundamentalmente ao embarque importador de carvão e demais insumos siderúrgicos e ao embarque exportador de produtos siderúrgicos da CST, sendo embarcadas anualmente cerca de 16 milhões de toneladas de mercadorias, repartidas em 50% para as importações e outro tanto para as exportações.  

Da mesma forma, o Porto de Tubarão reveste-se, também, de característica absolutamente específica, tendo sua atividade completamente vinculada às atividades da Usiminas, indústria siderúrgica construída ao tempo do controle estatal e atualmente privada, bem como às exportações efetuadas pela Companhia Vale do Rio Doce. O porto destina-se fundamentalmente ao embarque exportador de "pellets" de ferro, processados pela Usiminas, e de minério de ferro da Vale, provenientes de Minas Gerais, sendo embarcadas anualmente um total de 73 milhões de toneladas de mercadorias, das quais 67 milhões, mais de 90 %, referem-se àqueles produtos. Soja e alguns outros granéis sólidos e líquidos são responsáveis pelo restante da atividade portuária daquele terminal.  

O Porto de Ubú funciona de forma complementar ao Porto de Tubarão, com perfil absolutamente semelhante em termos de produtos transportados. Dedica-se específica e unicamente às exportações efetuadas pela Usiminas e pela Companhia Vale do Rio Doce, sendo embarcadas anualmente cerca de 10 milhões de toneladas de mercadorias, das quais 6 milhões referem-se a "pellets" da Usiminas, e 4 milhões ao minério de ferro da Vale.  

Finalmente, o Porto de Regência reveste-se, também, de característica absolutamente específica, tendo sua atividade completamente vinculada às atividades industriais da Petrobrás e destinando-se exclusivamente ao embarque de petróleo, destinado a outros terminais de refino no País, sendo embarcadas anualmente um total de 400 mil toneladas.  

Em síntese, Senhoras e Senhores Senadores, trata-se de um complexo portuário de extensas possibilidades, que já atingiu mais de 100 milhões de toneladas de mercadorias anualmente transportadas, permitindo que a riqueza de meu Estado e de diversos outros, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás, possa fluir e conquistar os mercados internacionais.  

Sua operacionalidade, modernidade e permanente consonância com os objetivos maiores do Estado e do País, são um desafio que enfrentamos com seriedade e consciência de sua relevância para todos, buscando as melhores técnicas e os melhores recursos humanos para suas atividades, garantindo sua competitividade nacional e internacional.  

Trata-se, enfim, de um polo indutor de desenvolvimento, que enche de orgulho o povo capixaba, o Espírito Santo e o Brasil.  

Era o que tinha a dizer.  

Muito obrigada.  

 

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2000 - Página 6424