O SR. ROBERTO FREIRE (PPS - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje de manhã, no meu gabinete estudei alguns aspectos da biotecnologia, da engenharia genética, do grande debate que hoje há no mundo sobre o futuro. Na Espanha, o Congresso está discutindo um tema que no Reino Unido e nos Estados Unidos já se encontra tremendamente avançado; trata-se do uso de embriões para a formação de tecidos para transplante ou clonagem. Isso envolve questões filosóficas as mais profundas. Esse é o cenário do mundo do futuro. Os países mais democráticos estão envolvidos nesse debate. Lembrei-me, então, que o Senado da República, no Brasil, está envolvido com um grande debate, e o clima, hoje, neste plenário e no Brasil, é do embate que daqui a alguns minutos vai se realizar desta tribuna. Perguntei-me: vamos discutir o cenário do mundo do futuro? Vamos discutir a ciência e a tecnologia? Vamos discutir os transgênicos, motivo de debate acirrado até no Rio Grande do Sul? Vamos discutir as propostas do Governo Fernando Henrique Cardoso, dos fundos para o desenvolvimento das pesquisas no campo da ciência e da tecnologia? Não! Trata-se de um debate do mais profundo e pequeno interesse, da banda podre da atividade pública. Um debate que não engrandece nem os seus contendores - muito menos eles - e nem este Senado.  

É difícil chamar à razão figuras como o Presidente do Congresso Nacional e o Líder do maior Partido da República, mas seria importante que o fizéssemos. E se a razão não funcionar? E é isso que venho expor para a Presidência – no caso, não para a Presidência, até porque poderíamos apresentar não para a pessoa física, mas para a Mesa do Senado –: se o nível desse embate, desse duelo, desse debate, que gostaríamos que fosse sobre o cenário do futuro, mas, infelizmente, será sobre o que houve de pior do passado, for do nível que a mídia está demonstrando, eu gostaria que a Mesa, de imediato, encaminhasse as notas taquigráficas para o Conselho de Ética do Senado e também para a Procuradoria-Geral da República.  

Se esse for o nível, não cabe a nós discutirmos. Que se encaminhe para aqueles que têm poder competente para encaminhar toda e qualquer denúncia, inclusive denúncias que vêm com notitia criminis.  

Era o que tinha a dizer.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.