O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Antonio Carlos Magalhães, Srªs e Srs. Senadores, Srs. Ministros de Estado, o que pode dizer um Senador da Oposição sobre o Ministro Sérgio Motta e o Deputado Luís Eduardo Magalhães, dois anos depois de terem nos deixado, que, por suas vozes e ações, faziam o Governo errar menos? Fico pensando que, durante os eventos ocorridos em Porto Seguro, em Coroa Vermelha, em Cabrália, na Bahia, por ocasião dos festejos pelos 500 anos do descobrimento do Brasil, provavelmente teriam dito ao Presidente da República uma palavra de bom-senso. E seria mais do que natural, naquele 22 de abril, que justamente os índios, os negros e os sem-terra quisessem transmitir ao Presidente do Brasil, ao Brasil e ao mundo a dimensão do seu sentimento de indignação por tudo que ocorreu em nossa história e que significou a exploração, a espoliação e a marginalização de parcela tão significativa da população em meio ao progresso de um número ainda pequeno de brasileiros. Certamente teriam alertado o Presidente de maneira diferente daquela utilizada pelo gabinete da segurança institucional, pelo General Alberto Cardoso, mostrando que ali havia uma oportunidade para que ele pudesse encontrar-se com o outro lado da Nação que ainda não participa de toda a riqueza produzida pelo conjunto dos brasileiros. Poderia ter sido um encontro tenso, mas a habilidade de ambos certamente faria com que do difícil diálogo surgissem medidas que contribuíssem para a redenção dos destituídos de nossa terra.  

Muito obrigado. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. (Palmas)  

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