A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT – AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos os meios de comunicação veicularam, de forma bastante competente, os fatos ocorridos em Porto Seguro e Coroa Vermelha. Todavia, como alguém que participou de toda a comemoração, sinto-me na obrigação de fazer um registro nesta Casa acerca do que ouvi, vi e senti nos 500 anos de casa grande e senzala do nosso País.  

Desloquei-me até Porto Seguro no dia 20 do corrente, onde cheguei às dezesseis horas. Dirigi-me ao local antecipadamente, porque gostaria de participar da assembléia indígena, que iria encerrar seus trabalhos no dia 21 de abril. À noite, tive a oportunidade de comparecer ao toré, bonita festa indígena realizada por eles e, no dia seguinte, participei da assembléia durante todo o dia. Eu pretendia retornar na madrugada do dia 22, uma vez que não havia vôo para cá nos outros dias. Entretanto, o Presidente do meu Partido, Deputado José Dirceu, a companheira Sônia Hipólipo e os companheiros do Cimi, entre eles o Saulo, bem como os Bispos D. Franco, D. Tomás Balduíno e D. Heriberto, do Tocantins, admoestaram-me a ficar, porque o clima de tensão era muito forte em Porto Seguro e havia forte pressão policial, na tentativa de reprimir, a qualquer custo, as manifestações na Praça da Pitangueira, em Porto Seguro, caso os movimentos tentassem ali chegar.  

Também existia toda uma contenda criada por um negociador do Governo, Sr. Marcelo Cordeiro, que queria, de qualquer forma, que um grupo de 20 índios se comprometesse a apresentar um documento para uma conversa com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, prop,û