Discurso durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

REGISTRO DAS FESTIVIDADES EM COMEMORAÇÃO AOS 500 ANOS DE DESCOBRIMENTO DO BRASIL, REALIZADAS NA FONTE PRINCIPE DA BEIRA, NO MUNICIPIO DE COSTA MARQUES, ESTADO DE RONDONIA.

Autor
Moreira Mendes (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
Nome completo: Rubens Moreira Mendes Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • REGISTRO DAS FESTIVIDADES EM COMEMORAÇÃO AOS 500 ANOS DE DESCOBRIMENTO DO BRASIL, REALIZADAS NA FONTE PRINCIPE DA BEIRA, NO MUNICIPIO DE COSTA MARQUES, ESTADO DE RONDONIA.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2000 - Página 8373
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, MUNICIPIO, COSTA MARQUES (RO), ESTADO DE RONDONIA (RO), OBJETIVO, PARTICIPAÇÃO, FESTA, FERIADO RELIGIOSO.
  • CONGRATULAÇÕES, CLOVIS PURPER BANDEIRA, GENERAL DE BRIGADA, RESPONSAVEL, FESTA, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, DESCOBERTA, BRASIL, MUNICIPIO, COSTA MARQUES (RO), ESTADO DE RONDONIA (RO).

O SR. MOREIRA MENDES (PFL - RO) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta semana, aproveitando os feriados da Semana Santa, tive o prazer e a alegria de novamente visitar Costa Marques, Município rondoniense encravado nos barrancos do rio Guaporé, a 750 quilômetros da capital, Porto Velho, na fronteira com a Bolívia.  

Revi velhos amigos e companheiros do PFL. Um saudável encontro, onde discutimos as metas para as próximas eleições municipais, problemas e preparativos estaduais, a conjuntura nacional...  

Mas, Sr. Presidente, não poderia avançar neste relato, sem antes falar um pouco sobre Costa Marques e descrever a maravilhosa região do Vale do Guaporé e sua fauna e flora riquíssimas quase intocadas.  

E muito menos deixar de falar sobre o Forte Príncipe da Beira, essa relíquia arquitetônica de mais de 200 anos e que remonta ao nascimento do próprio País.  

Para evitar as incursões espanholas e indígenas, instalados à margem esquerda do rio Guaporé, o quarto governador e capitão general da Província de Mato Grosso, Dom Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres mandou erguer a fortaleza, a partir de 1749, com pedras vindas de Belém e de Corumbá e com o trabalho de 200 homens. Concluída quarenta anos depois, assistiu sangrentas passagens do Tratado de Tordesilhas, na disputa entre as Coroas portuguesa e espanhola pelo chamado Eldorado, as ricas terras da região Amazônica. Mas, a partir do século XVIII, consolidada a presença portuguesa na região, a Fortaleza perdeu a sua importância, cessando as informações a seu respeito. Abandonada em 1889, quando da Proclamação da República, suas instalações foram saqueadas. O que restou das ruínas, foi tragado pela selva amazônica. Coube ao Marechal Cândido Mariano Rondon redescobrir o velho monumento, em 1914. E o Exército tirá-lo do esquecimento 16 anos depois. Desde 1950 é tombado pelo SPHAN.  

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, mas Costa Marques, enfim, e todas as localidades do Vale do Guaporé ainda nos agracia com outra riqueza: o elevado espírito de religiosidade de seu povo. Viajar pela região sem comungar dessa experiência, como diria o dito popular, é como ir a Roma e não ver o Papa. Na sexta-feira da Paixão, tive a emoção de participar da procissão ao lado dos líderes comunitários Chico Território e Gilmar Lúcio dos Santos, candidato a vereador pelo PFL, presidente da Irmandade do Divino Espírito Santo, Manoel Rodrigues, componentes do Movimento de Renovação Carismática, do padre João Picardi e tantas outras pessoas.  

Iniciando no cais do porto, com a encenação da Paixão e Morte de Cristo, por jovens da comunidade, a procissão discorreu como um teatro vivo, com cenário móvel mostrando cenas da Via Crucis . Ao chegar à magnífica Basílica do Divino Espírito Santo, igreja de arquitetura moderna e arrojada, a maior de todo o Vale do Guaporé - deste Pimenteiras até Guajará-Mirim - assistimos à uma comovente missa.  

Igualmente, Sr. Presidente, no contexto desta religiosidade e inabalável fé cristã daquelas populações, gostaria de lembrar que o Vale do Guaporé mantém uma das mais antigas festas religiosas trazidas pelo colonizador português, a Festa do Divino Espírito Santo. E das que ainda permanecem no calendário católico, a de Rondônia registra o fato de a procissão ser fluvial e mudar de endereço a cada ano. A de 2000 será realizada, de 29/04 a 18/06, iniciando em Rolim de Moura do Guaporé e terminando em Pimenteiras, parando em mais 32 localidades, evento do qual pretendo participar, a convite daquelas comunidades.  

Sr. Presidente, voltando à relação dos contatos mantidos em Costa Marques e na localidade em que está instalado o Forte Príncipe da Beira, gostaria de registrar ainda os seguintes nomes. A começar pelos companheiros de partido, Carlos Alberto de Souza, Presidente Municipal do PFL, Vereadores Isidro Alves de Melo (Didi), Maicon Freitas e Neide Knapp. Seguem-se os da professora Odília Margareth, diretora da escola "Angelina dos Anjos"; Ronaldo Justiniano, funcionário do Idaron; José Soares Neto, presidente municipal do PRTN; Guilhermino Firmino, da executiva municipal do PFL, e Francisco Gargarin, presidente da Colônia de Pescadores Z-4, do presidente municipal do PL, Vitoriano Ortiz, e tantos outros amigos que me receberam com tanto carinho.  

Destaco dentre os acima citados, muitos deles dispostos a disputar cargos nas próximas eleições do Município de Costa Marques, o nome de Raimundo Mesquita Muniz, professor e técnico agrícola, mais conhecido como Dinho. Esse jovem líder vem capitaneando a preferência popular em torno da Prefeitura. Esse favoritismo, por certo, está levando em conta as suas propostas em resolver os problemas daquela comunidade.  

Registro, também, a acolhida e manifestações de apreço que me foram dedicadas pelo Prefeito Élio Machado de Assis, com quem mantenho boas relações, mesmo sendo de partidos diferentes. Vale ressaltar que no Orçamento para o ano, já aprovado pelo Congresso Nacional, está incluída emenda de minha autoria, no valor de R$ 100 mil, relativo à obras a serem desenvolvidas pela Prefeitura no setor de infra-estrutura urbana do município.  

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, não poderia sair desta Tribuna, sem enfatizar que as comemorações pelos 500 anos do Descobrimento do Brasil, realizadas no Forte Príncipe da Beira, foram promovidas pelo Exército Brasileiro. Com tantos convites para participar de outras festas oficias, creio ter escolhido o local certo para, em nome de Rondônia, lembrar que uma das páginas da nossa História foi escrita naquele sítio.  

Por esse feito, quero parabenizar o general de Brigada Clóvis Purper Bandeira, comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva; o Ten. Cel. Walter Ribeiro Benvindo, Comandante do 6º Batalhão de Fronteira e, especialmente, a todos os oficiais, suboficiais e praças do 1º Pelotão Especial de Fronteira Príncipe da Beira.  

Foi, realmente, um dia memorável. Que contou, inclusive, com a participação de líderes da tribos Macurape, Canoé, Aruá e Japoti, pertencentes à reserva indígena Ricardo Franco. Sem, entretanto, serem usados como massa de manobra vistos nos lamentáveis protestos que assistimos na Bahia e em outros pontos do País. Por sua vez, os índios rondonienses deram também uma verdadeira lição de civismo e de brasilidade, sentimentos esses que vêm perdendo interesse graças a ação deletéria de grupos e entidades que só buscam a baderna para chamar atenção e que, infelizmente, são alimentadas por uma corrente da mídia que bebe nas mesmas águas.  

Diante desta exposição, pediria que a versão rondoniense às festas comemoradas em todo o Brasil em memória dos 500 anos de história nacional, merecesse a honra de ingressar nos Anais desta Casa. Para lembrar à posteridade que uma das páginas da memória nacional, foi escritas em Rondônia. E, mais enfaticamente, para ressaltar o apreço - sem qualquer ostentação - com que os soldados do nosso Exército zelam por essa memória na preservação desse que é um legítimo patrimônio histórico de todos os brasileiros, o Forte Príncipe da Beira.  

Muito obrigado.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2000 - Página 8373