Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM POSTUMA AO LIDER SOCIALISTA PERNAMBUCANO PAULO CAVALCANTI, FALECIDO EM MAIO DE 1995.

Autor
Carlos Wilson (PPS - CIDADANIA/PE)
Nome completo: Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM POSTUMA AO LIDER SOCIALISTA PERNAMBUCANO PAULO CAVALCANTI, FALECIDO EM MAIO DE 1995.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2000 - Página 10907
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PAULO CAVALCANTI, EX-DEPUTADO, ADVOGADO, ESCRITOR, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, POLITICA, PAIS, DIVULGAÇÃO, SOCIALISMO, VALORIZAÇÃO, DEMOCRACIA.

O SR. CARLOS WILSON (PPS - PE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo hoje esta tribuna, em nome da Liderança do PPS, dos Senadores Paulo Hartung e Roberto Freire, para prestar nossa homenagem ao ilustre pernambucano Paulo Cavalcanti, autêntico líder socialista. Nascido em 25 de maio de 1915, faleceu em maio de 1995. Se vivo estivesse estaria hoje completando 85 anos.  

Em seus 80 anos de vida, esse grande olindense teve expressiva participação na vida pública de nosso Estado, sempre ligado às lutas de esquerda, desde os remotos tempos em que fazia política estudantil, na época da ditadura Vargas.  

Bacharel em Direito, aos 27 anos de idade, foi Promotor de Justiça. Obteve seu 1º mandato popular como Deputado Estadual em 1947, tendo sido reeleito em 1950 e, posteriormente, em 1954, teve seu registro eleitoral impugnado, quando o TRE acatou reclamação dos integralistas que o acusavam de comunista confesso.  

Paulo Cavalcanti fez parte do Governo de Pelópidas Silveira, no Recife, como Secretário de Assuntos Jurídicos, Secretário de Finanças e Secretário de Administração.  

Foi um dos fundadores da "Frente do Recife", tomou parte nas campanhas populares do "Petróleo é nosso", da Liga de Emancipação Nacional do Movimento da Paz e das lutas contra o acordo militar Brasil/EUA.  

Colaborou com Miguel Arraes, em seu Governo Municipal, no Recife e, posteriormente, em seu Governo do Estado.  

Quando fui Governador de Pernambuco, tive a honra de ter Paulo Cavalcanti como um dos meus colaboradores, na função de Diretor do Arquivo Público.  

Declarando-se "marxista convicto, embora modesto", chegou a ser preso 11 vezes, a partir do golpe militar de 1964. Processado em muitas ocasiões, foi sempre absolvido das acusações que lhe eram imputadas.  

Foi jornalista profissional, Diretor da Associação de Imprensa de Pernambuco, fundador da Associação do Ministério Público de Pernambuco e da União Brasileira de Escritores, isto para citar apenas algumas atividades que engrandecem o curriculum desse grande pernambucano.  

Autor de livros e monografias da maior importância, recebeu, por sua obra Eça de Queiroz, agitador no Brasil , prêmios da Academia Brasileira de Letras, da Câmara Brasileira do Livro de São Paulo e da Academia Pernambucana de Letras.  

Como advogado, defendeu em nosso Estado presos políticos, vítimas do arbítrio e da repressão política, sempre em sintonia com as causas da esquerda e a defesa dos direitos humanos.  

Como homem, empunhou a bandeira da luta pela liberdade, pela democracia e pela paz  

Hoje, Paulo Cavalcanti terá seu nome inscrito no monumento "Tortura Nunca Mais", em Recife. Ali estará transcrita uma de suas frases que sintetiza seu trabalho e sua obra: "Não há neutralidade diante da vida."  

A esse arauto do socialismo, prestamos nossa homenagem especial neste dia.  

Era o que eu tinha a dizer.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2000 - Página 10907