Discurso durante a 70ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

NECESSIDADE DA MODERNIZAÇÃO DO SETOR AGRICOLA BRASILEIRO ATRAVES DO PREPARO TECNICO E EDUCACIONAL DOS TRABALHADORES RURAIS.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • NECESSIDADE DA MODERNIZAÇÃO DO SETOR AGRICOLA BRASILEIRO ATRAVES DO PREPARO TECNICO E EDUCACIONAL DOS TRABALHADORES RURAIS.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Heloísa Helena.
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/2000 - Página 11268
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • NECESSIDADE, MODERNIZAÇÃO, AGRICULTURA, MOTIVO, CONCORRENCIA, GLOBALIZAÇÃO, DEFESA, ENSINO AGRICOLA, TREINAMENTO, MÃO DE OBRA, GARANTIA, PRODUTIVIDADE, APROVEITAMENTO, RESULTADO, PESQUISA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
  • ELOGIO, TRABALHO, EXTENSÃO RURAL, SERVIÇO NACIONAL DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL (SENAR), VINCULAÇÃO, CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL (CNA), BENEFICIO, FORMAÇÃO, TRABALHADOR RURAL, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, INCENTIVO, PARTICIPAÇÃO, JUVENTUDE.

O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB – CE) – Sr. Presidente, Sr as e Sr s Senadores, a economia globalizada impõe um alto nível de concorrência, em termos de preços, qualidade e especificações técnicas, e exige um elevado grau de modernização da agricultura, com adoção de novos métodos, processos produtivos e novas tecnologias.  

Para atender a essas demandas, cada vez mais exigentes e seletivas, a agricultura moderna depende cada vez mais do nível de preparo técnico e educacional de todos que trabalham no setor agrícola.  

A forte presença da educação na agricultura – compreendendo o treinamento permanente, a capacitação e a reciclagem – representa um elemento essencial e indispensável para garantir maior produção de alimentos, matérias-primas e produtos agrícolas exportáveis.  

O Brasil precisa expandir sua fronteira agrícola, estimular o setor agrícola, com novas técnicas e métodos que contribuam para aumentar os níveis de produtividade e a eficiência do setor, conjugando assistência técnica e crédito rural, preços mínimos e facilidades na comercialização de seus produtos.  

As rigorosas exigências de qualidade dos produtos agrícolas, em nível mundial, precisam ser atendidas com mudanças de hábitos, técnicas, atitudes, habilidades e novos comportamentos dos nossos agricultores.  

Naturalmente essas modificações estruturais não ocorrem no curto prazo, pois envolvem mudanças culturais e comportamentais não apenas do homem do campo, como também de sua coletividade, de sua família.  

Diversos são os fatores envolvidos nessas mudanças: métodos de produção, armazenagem, conservação, embalagem, comercialização e transporte de produtos agrícolas, assim como outras necessidades relacionadas com a família do agricultor: administração agrícola, saúde, alimentação, habitação e, permeando todos esses elementos, o fator educação.  

O Brasil já conseguiu significativos avanços científicos e tecnológicos, na pesquisa agrícola e pecuária, o que representa importante condição para o desenvolvimento de nossa agricultura.  

No entanto, de nada adianta o conhecimento científico e tecnológico, se não houver condição de transferir esse conhecimento para o homem do campo, para o agricultor que enfrenta dificuldades com inúmeros problemas de baixa produtividade na agricultura de subsistência e nas regiões mais pobres do Brasil.  

É esse o importante papel da extensão rural, que é o instrumento adequado para levar o avanço tecnológico ao campo, contribuindo para maior produtividade agrícola e para melhorar a renda dos agricultores, que terão condições de aumentar a produção e praticar melhores preços para o consumidor, oferecendo produtos de melhor qualidade.  

O Brasil, desde a década de 50, vem desenvolvendo uma importante experiência no campo da extensão rural, com a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (ABCAR), em cooperação com agências de desenvolvimento regional e setorial, Governos Federal, Estaduais e Municipais, estabelecimentos de crédito e entidades privadas.  

É com muita satisfação que registro o trabalho meritório que está sendo desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), instituição vinculada à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), e que tem como missão "profissionalizar e desenvolver atividades de Promoção Social, objetivando a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais, bem como sua inserção ou recolocação no mercado de trabalho, cada dia mais exigente e seletivo".  

Conhecendo pessoalmente as enormes dificuldades do homem do campo, principalmente dos sertanejos nordestinos, desejo ressaltar a importância dos programas de formação profissional rural, de promoção social, de educação profissional para trabalhadores rurais sem escolaridade, de formação de recursos humanos, de educação à distância e cidadania rural, desenvolvidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).  

Qualificar, aperfeiçoar, atualizar e especializar o homem do campo e sua família, atendendo às necessidades das respectivas comunidades rurais, dentro de um planejamento participativo, em cooperação com entidades públicas e privadas, representa uma visão moderna da extensão rural, que deve ser estimulada, apoiada e fortalecida, principalmente porque não mais depende da ação exclusiva do setor público.  

A participação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), na formação profissional e no desenvolvimento social do homem do campo representa uma nova etapa de evolução de nossa agricultura e do homem do campo.  

De 1993 a 1999, o SENAR capacitou mais de um milhão e seiscentos mil trabalhadores e produtores rurais, nas áreas de agricultura, pecuária, silvicultura, aqüicultura, extrativismo, agroindústria e atividades de apoio agro-silvo-pastoril, adotando metodologia desenvolvida pela própria instituição.  

Desejo ainda ressaltar a importância de um programa educativo destinado às crianças e desenvolvido pelo SENAR – Administração Regional do Paraná, que trata de noções básicas sobre agrotóxicos, água, biodiversidade, cidadania, clima, solo e cuidados de saúde para o jovem.  

Trata-se de iniciativa que objetiva formar o cidadão do futuro, formando a consciência dos jovens em relação a assuntos relevantes para o Brasil neste século, como meio ambiente e utilização da água.  

Deixo aqui o meu integral apoio ao programa de educação e treinamento profissional do homem do campo mantido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, da Confederação Nacional da Agricultura, não apenas pelo muito que já fez, mas principalmente pelo muito que ainda fará em benefício dos nossos agricultores, de suas famílias e de suas comunidades.  

Mais uma vez quero ressaltar meu especial apreço pelo programa dedicado à formação dos jovens, pela maior participação dos jovens no processo de desenvolvimento nacional, não apenas na agricultura como em todos os setores da sociedade.  

Tenho a convicção de que a Confederação Nacional da Agricultura continuará a dar seu apoio ao desenvolvimento de nossa agricultura, melhorando o nível educacional e profissional de todos que trabalham nossa terra, para que todos os brasileiros tenham mais alimentos, com melhores preços e com melhor qualidade.  

Muito obrigado.  

 

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/2000 - Página 11268