Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMENTARIOS A PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS DO GOVERNO DO RIO DE JANEIRO NOS SETORES SOCIO-ECONOMICO.

Autor
Roberto Saturnino (PSB - Partido Socialista Brasileiro/RJ)
Nome completo: Roberto Saturnino Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GOVERNO ESTADUAL. ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GOVERNO MUNICIPAL.:
  • COMENTARIOS A PROGRAMAS DE INVESTIMENTOS DO GOVERNO DO RIO DE JANEIRO NOS SETORES SOCIO-ECONOMICO.
Publicação
Publicação no DSF de 02/06/2000 - Página 11396
Assunto
Outros > ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GOVERNO ESTADUAL. ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GOVERNO MUNICIPAL.
Indexação
  • REGISTRO, ACORDO, ANTHONY GAROTINHO, GOVERNADOR, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), LUIS PAULO CONDE, PREFEITO DE CAPITAL, PROGRAMA, INVESTIMENTO, POLITICA SOCIO ECONOMICA, CAPITAL DE ESTADO, BENEFICIO, POPULAÇÃO CARENTE, FAVELA, COMBATE, VIOLENCIA, RECONSTRUÇÃO, MERCADO, TRATAMENTO, POLUIÇÃO, LAGOA RODRIGO DE FREITAS.
  • ANUNCIO, ACORDO, GOVERNADOR, PREFEITO, EDITAL, SANEAMENTO, BAIRRO, MUNICIPIO, RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), INICIATIVA PRIVADA.
  • ELOGIO, GOVERNADOR, PREFEITO DE CAPITAL, SOLUÇÃO, DIVERGENCIA, POLITICA PARTIDARIA, BENEFICIO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REGISTRO, UNIÃO, BANCADA, CONGRESSISTA, OPOSIÇÃO, CORTE, ORÇAMENTO, ANALISE, DISCRIMINAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.

O SR. ROBERTO SATURNINO (PSB – RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sr as e Sr s Senadores, quero fazer um breve comentário sobre fatos políticos altamente auspiciosos para a Cidade e para o Estado do Rio de Janeiro.  

Ressalto, Sr. Presidente, o entendimento entre o Governador Anthony Garotinho e o Prefeito Luís Paulo Conde, passando por cima das suas divergências político-partidárias, para a realização de um programa de investimentos de natureza econômica e social na Cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de seis projetos altamente prioritários, sob o ponto de vista econômico e social do Rio de Janeiro, cujo custeio, dividido entre o Estado e a Prefeitura, totaliza um investimento da ordem de R$91 milhões. Quatro deles se referem a investimentos em grandes comunidades carentes e favelas do Rio de Janeiro, constituindo, por conseguinte, contribuições efetivas e realmente eficazes para o combate ao quadro de violência que se instalou naquela Cidade. São projetos implantados em duas grandes favelas da Zona Sul – Rocinha e Dona Marta – e em outras comunidades igualmente necessitadas.  

Além desses projetos em favelas, há a reconstrução do chamado Mercadão de Madureira, destruído por um incêndio recente, assim como a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, uma das jóias da Cidade do Rio de Janeiro.  

Ademais, Governador e Prefeito estão se entendendo quanto à concessão da tarefa de saneamento da baixada de Jacarepaguá e elaborando, em conjunto, o edital dessa concessão à iniciativa privada, que deve ser publicado nos próximos dias. Assim, ambos estão dando uma bela e edificante demonstração de unidade em torno dos interesses do Rio de Janeiro. Passando por cima de divergências políticas, Governador e Prefeito estão mostrando ao Rio o verdadeiro caminho de administração para o enfrentamento das questões da Cidade.  

De outro lado, Sr. Presidente, a Bancada de Parlamentares do Rio de Janeiro também se uniu para reagir contra os cortes em dotações do Orçamento da União destinadas ao nosso Estado. Foram cortados mais de R$130 milhões, que correspondem justamente aos projetos discutidos pela Bancada, as chamadas emendas de bancada, isto é, projetos selecionados depois de uma discussão ampla entre a Bancada e o Governo do Estado para escolher aqueles que constituíssem prioridade para o desenvolvimento do Estado. Justamente essas proposições foram cortadas liminarmente pelo Governo Federal na operação de contingenciamento, recebendo uma resposta muito efetiva e eficaz por parte da Bancada, que ontem se reuniu com o Ministro Pedro Parente para dizer da sua inconformidade com essa decisão governamental.  

Os Senadores, entre os quais eu mesmo, não pudemos estar presentes ao evento, que se deu às 16h30, pois tínhamos votação na sessão ordinária do Senado. Contudo, é muito auspiciosa essa demonstração de unidade política, que, pela versão da mídia, tem faltado aos políticos do Estado do Rio de Janeiro de modo geral, que só pensariam em projetos de âmbito nacional, em problemas nacionais, não cuidando dos interesses do Estado. Não sabem unir as forças como unem os políticos de São Paulo, de Minas; manifestam mais as suas divergências do que os seus entendimentos e não se empenham eficazmente quanto ao Estado.  

Sr. Presidente, essa versão é falsa, não corresponde à verdade. Estão aí duas demonstrações inequívocas de que os políticos do Estado do Rio também se unem quando se trata de defender o seu Estado. É verdade que o Rio de Janeiro tem sido muito prejudicado, por exemplo, nas dotações do orçamento do União. E essa é uma das razões pelas quais nós cariocas manifestamos a nossa completa inconformidade com os cortes aplicados sobre as dotações estaduais. O Rio já foi prejudicado na elaboração do Orçamento. Agora, recebe essa carga de cortes com esse contingenciamento; nesse caso, Sr. Presidente, realmente o prejuízo fica muito além daquilo que a população do Rio pode suportar dentro de uma política de austeridade.  

A verdade é que os políticos do Estado do Rio sabem se unir na hora das reivindicações do Estado, mas somos prejudicados sim, por outros fatores. Um deles é que o Estado carioca não gosta do Senhor Fernando Henrique Cardoso. Isso é patente, é notório, é conhecido, aparece em todas as pesquisas. O Rio de Janeiro não gosta do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e essa é uma das razões pelas quais o Rio é sempre prejudicado quanto se trata de iniciativas do Governo Federal.  

Outro fato que prejudica meu Estado na obtenção de recursos federais é que não temos um grande grupo econômico como outros Estados. O Rio de Janeiro não tem um grupo Odebrecht para defender os seus interesses como defende na Bahia, não tem um grupo Camargo Corrêa como tem São Paulo, não tem um grupo Andrade Gutierrez como tem Minas Gerais. O Rio de Janeiro não possui um grande grupo econômico que lute por verbas no seu próprio interesse para executar obras que aumentem mais o seu patrimônio. Disso realmente o Rio sente falta e é prejudicado pelo fato de não gostar do Sr. Fernando Henrique Cardoso. Todavia, por parte dos políticos, da sua representação, não. Não é verdade que esta representação não se una. Aí estão Prefeito e Governador do Estado unidos na realização de investimentos, de projetos importantes para o Rio, além da Bancada de Deputados e Senadores unidos para lutar contra os cortes impostos pelo Governo Federal. Eram os registros que eu queria fazer hoje, Sr. Presidente. Muito obrigado pela atenção de todos.  

 

Ü K


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/06/2000 - Página 11396