O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR ) – Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a TV Globo é, hoje, uma televisão respeitada internacionalmente pelo alto padrão de qualidade da sua produção e programação. O jornalismo, a dramaturgia e a linha de shows da Globo dispensam maiores comentários. Os prêmios nacionais e estrangeiros que têm conquistado falam por si.  

De acordo com dados do Balanço Social de 1998 da Rede Globo , ela produziu, naquele ano, mais de 5.700 horas de programas nacionais, utilizando mais de 1.500 profissionais de vídeo, autores, elenco, diretores e equipes de arte. É o maior índice de produção própria do Brasil e um dos maiores do mundo. Essa produção é, como sabemos, exportada para diversos países, devido à sua excelência.  

Há, no entanto, um outro lado do trabalho da TV Globo , voltado para a sociedade, que se reveste da maior importância, tanto pela sua seriedade quanto por seu alcance. Refiro-me ao que a empresa realiza no campo social, buscando a melhoria da qualidade de vida da nossa população.  

Os dados apresentados no Balanço Social a que me referi são impressionantes, a começar pelo Criança Esperança , programa que, iniciado em 1983, já se tornou uma tradição na televisão brasileira. Desde aquele ano até 1998, foram 1.040 horas de campanha, durante as quais se procurou ampliar a consciência nacional sobre os direitos da criança, a paternidade responsável e a importância da família.  

Só em 98 foram arrecadados mais de R$ 4 milhões, transferidos diretamente para as contas do Unicef e destinados ao Criança Viva e a um fundo de pesquisas e projetos para a melhoria da educação infantil, que, naquele ano, desenvolveu 12 projetos e deu assistência a 78 escolas.  

Os resultados do Criança Viva , em dois anos, superaram a meta estabelecida para dez anos pelo Brasil, na Reunião Mundial de Cúpula para a Criança, da ONU. Os recursos transferidos pelo Unicef à Pastoral da Criança permitiram, em 98, a assistência a 184.593 crianças menores de seis anos e o atendimento a 120.865 famílias e a 7.409 gestantes por mês, em média, em 245 municípios.  

Esse trabalho gerou números expressivos. Nos bolsões de miséria atendidos pelo Criança Viva , a desnutrição infantil caiu de 13%, em 1996, para 8,9%, em 1998. Nos municípios onde o programa é desenvolvido, a mortalidade infantil baixou de 21 por 1000, em 1996, para 14 por 1000, em 1998.  

A Globo também realiza, a cada ano, em parceria com o SESI, em pelo menos 31 cidades brasileiras, o que convencionou chamar de "mutirão pela cidadania". Refiro-me à Ação Global , um grande encontro realizado aos sábados, quando são emitidos, na hora e gratuitamente, documentos essenciais à cidadania, como, por exemplo, carteiras de identidade e de trabalho.  

Nessas ocasiões, também são prestados serviços médicos e odontológicos à comunidade, além de orientação sobre saúde e higiene, corte de cabelo e recreação infantil. Foram mais de 21 milhões de atendimentos em seis anos de projeto, o equivalente a 26% da população economicamente ativa do Brasil.  

As campanhas de utilidade pública são outra faceta importante desse trabalho da Rede Globo . Exemplos marcantes disso são a primeira campanha pública feita no Brasil para a prevenção da AIDS e a Campanha do Soro Caseiro, que fez com que, desde 1990, a mortalidade infantil por desidratação caísse da primeira causa de morte para a terceira. Essa campanha foi citada no Relatório das Nações Unidas como exemplo para as emissoras de televisão de todo o mundo.  

Em 1998, foram mais de 800 mil inserções e R$ 248 milhões, investidos em 24 campanhas de utilidade pública de iniciativa própria, 82 campanhas de iniciativa de entidades de interesse público e inúmeras campanhas locais, realizadas por suas afiliadas. Foram abordados temas tão importantes como segurança no trânsito, amamentação, parceria contra as drogas e cidadania contra a fome e a miséria.  

A responsabilidade social na programação é outra das marcas da atuação da Rede Globo . Ela foi reconhecida, em 1994, pela Population Communication International , como um exemplo para as TVs abertas do mundo, pela qualidade e quantidade de mensagens educativas e de utilidade pública inseridas naturalmente nas tramas das suas novelas.  

Entre os temas que abordou, em 1998, nesse segmento da sua programação, destacam-se o combate às drogas e à exploração do trabalho de menores, os direitos dos soropositivos, a igualdade de direitos entre raças e sexos e o respeito pelo deficiente físico. Em seguida à abordagem desses temas nas telenovelas, a Globo os transforma em campanhas no Fantástico, como a de busca de crianças desaparecidas, e em reportagens em série no Jornal Nacional , como as que foram feitas contra o trabalho infantil.  

A Globo exibe mais de seis horas semanais de programas educativos, como o Telecurso 2000, Telecurso com Telejornal 2000, Globo Educação, Globo Ciência e Globo Ecologia. Esses programas ocupam mais espaço na programação da Globo, das 6 às 24 horas, do que os dedicados a esporte, futebol, filmes ou shows. 

Os resultados do Telecurso são altamente expressivos em um País carente como o nosso no campo da Educação. Em 1998, foram inscritos mais de 233 mil alunos nesse programa. Havia, naquele ano, 7.251 telessalas funcionando em empresas e sindicatos. E, como resultado disso, a cada ano, são concedidos, em média, 50 mil certificados de conclusão.  

Ainda no campo da Educação, desejo destacar, dentre as muitas outras ações da Globo, as que foram desenvolvidas dentro do Projeto Brasil 500 Anos, em 1998. Com o objetivo declarado de "mudar o País pela educação", a Globo recolheu 40 mil sugestões da população e realizou um seminário internacional, 7 workshops e 54 seminários regionais.  

Foram reformadas 33 escolas em todas as capitais brasileiras por equipes de voluntários, que as adotaram simbolicamente. Foi criado o quadro "Professor do Mês" no Fantástico, com o objetivo de valorizar o professor, e foram arrecadados mais de dois milhões de livros dentro da campanha de estímulo à leitura.  

Estas são, Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, algumas das ações mais importantes que a TV Globo , com elevado senso de responsabilidade social, vem realizando em nosso País. Os resultados numéricos e materiais, como mencionei, são excelentes. As mudanças culturais e de comportamento que provocam, no entanto, são de valor incalculável.  

A TV Globo participa, assim, de maneira expressiva, com todo o poder da comunicação, do esforço para a melhoria da vida de nossa população. Desejo, em razão disso, congratular-me com cada um dos profissionais que fazem parte dessa imensa organização e, em particular, com a família Marinho, a quem homenageio na pessoa do Dr. Roberto Marinho, o responsável maior por essa criação. Cumprimento-os, todos, pelo profissionalismo, pela dedicação e pela competência com que, a cada dia, engrandecem a televisão brasileira.  

Era o que tinha a dizer.  

Muito obrigado.