Discurso durante a 73ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

APELO AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, PAULO RENATO, PARA ABERTURA DO DIALOGO COM OS GREVISTAS DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. (COMO LIDER)

Autor
Roberto Freire (PPS - CIDADANIA/PE)
Nome completo: Roberto João Pereira Freire
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO SUPERIOR.:
  • APELO AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, PAULO RENATO, PARA ABERTURA DO DIALOGO COM OS GREVISTAS DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2000 - Página 11982
Assunto
Outros > ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, PAULO RENATO SOUZA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), ABERTURA, DIALOGO, GREVISTA, UNIVERSIDADE, PAIS, POSSIBILIDADE, APRESENTAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA.

O SR. ROBERTO FREIRE (PPS - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em nome do PPS, quero fazer um apelo ao Ministério da Educação e ao próprio Governo.  

Todos estamos muito preocupados – e acredito que o Líder do PPS, Paulo Hartung, demonstrou essa preocupação - com o esgarçamento da tolerância que um processo democrático exige. Não adianta discutirmos aqui a razão ou a falta de razão de o processo de intolerância hoje começar a grassar na sociedade brasileira. Isso não nos levará a lugar algum.  

É difícil solicitar aos movimentos sociais e políticos e aos próprios partidos de Oposição que tenham gestos. Talvez, o primeiro gesto e o mais fundamental tenha de partir do Governo. Quem tem responsabilidade com a democracia não pode encastelar-se e negar-se ao diálogo. Diálogo não significa aceitação de reivindicações, de bandeiras, de propostas; diálogo é um processo civilizatório.  

Creio que o Ministério da Educação, até para que se repensasse toda a nossa responsabilidade – responsabilidade de todos nós – com o processo democrático, poderia abrir um diálogo com as universidades brasileiras. Não é possível imaginar que a universidade também não tenha a capacidade de sentar-se respeitosamente à mesa com o Governo e falar sobre suas reivindicações.  

Não podemos continuar assistindo ao Governo, na sua intolerância, não tomar a iniciativa do diálogo. O movimento social não pode continuar nessa sua – talvez até justa – angústia, há tempos sem receber salário, com a qualidade e as condições de trabalho dificultadas. O fato é que o movimento social abre espaço para intolerâncias, inconseqüências e até irresponsabilidades, e o Governo não dá nenhum sinal de que quer discutir com um setor que, democraticamente, pretende apresentar suas reivindicações. A atitude deve partir do Governo.  

Esse é o apelo que faço. Talvez o Ministério da Educação possa dar o exemplo de iniciar o diálogo com os grevistas da universidade brasileira. E talvez aí pudéssemos distender algo, porque não podemos apostar na tensão e na intolerância, não podemos permitir que continuem os agravos e desagravos a que estamos assistindo hoje. É fundamental que todos os que têm responsabilidade com as instituições democráticas busquem o caminho do diálogo neste momento.  

Muito obrigado.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

õ æ


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2000 - Página 11982