Discurso durante a 90ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

EXPLICAÇÕES PESSOAIS SOBRE RECENTES ACUSAÇÕES FEITAS CONTRA S.EXA PELA IMPRENSA.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. IMPRENSA.:
  • EXPLICAÇÕES PESSOAIS SOBRE RECENTES ACUSAÇÕES FEITAS CONTRA S.EXA PELA IMPRENSA.
Aparteantes
Arlindo Porto, Bernardo Cabral, Djalma Bessa, Edison Lobão, Eduardo Suplicy, Hugo Napoleão, Iris Rezende, Jorge Bornhausen, José Agripino, Moreira Mendes, Mozarildo Cavalcanti, Paulo Souto, Pedro Piva.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2000 - Página 15621
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. IMPRENSA.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, MANIFESTAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), APOIO, SOLIDARIEDADE, ORADOR, VITIMA, ACUSAÇÃO, IMPRENSA, CONLUIO, NICOLAU DOS SANTOS NETO, JUIZ, IRREGULARIDADE, FRAUDE, CONSTRUÇÃO, PREDIO, TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (TRT), ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • ESCLARECIMENTOS, VIDA PUBLICA, ORADOR, EMPENHO, COMBATE, CORRUPÇÃO, ROUBO, CRIME, VIOLENCIA, PAIS, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, REPUDIO, AUSENCIA, VERACIDADE, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DESTINAÇÃO, AGRESSÃO, CALUNIA, PREJUIZO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, SENADOR.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, assomo à tribuna, primeiramente, para agradecer ao meu Partido, o PFL, pelo apoio formalizado em nota que o Líder e Senador Hugo Napoleão acabou de ler. Faço-o também em nome dos meus 44 anos de vida pública, voltados para a segurança e para o respeito à sociedade. Quem me conhece sabe que dediquei minha vida a combater a corrupção e o roubo, práticas que infelicitam o nosso País.

Não é do meu feitio falar de mim mesmo, Sr. Presidente. Prefiro abordar desta tribuna temas voltados ao interesse da sociedade, mas o momento exige a postura que ora assumo. Nunca tive medo de enfrentar as forças criminosas e corruptas. Fiz isso a vida toda e acredito que minha presença nesta Casa seja um reconhecimento dos que moram em São Paulo de que sempre cumpri com o meu dever.

Sempre tive o apoio de equipes competentes e corajosas. Sempre procuramos desempenhar da melhor forma possível nossa função. Acumulei grande experiência ao longo desses anos e sei muito bem como esses grupos criminosos reagem, quando encurralados e entregues à justiça. Sei muito bem o que procuram atingir, mais do que atingir, procuram destruir quem os combateu, quem ajudou a impedir que continuassem a pilhar a sociedade. Vingança é a palavra de ordem desses grupos organizados! É exatamente por essa razão que subo a esta tribuna hoje para rebater ataques que tenho sofrido por parte de pessoas que não aceitam perder a certeza da impunidade.

Venho a esta tribuna expor a minha indignação e repulsa a uma série de inverdades que me atingiram ao longo deste mês. Nunca a minha honra foi atingida com tamanha petulância por flagrantes mentiras.

O quadro é muito claro, Sr. Presidente, Sras e Srs Senadores. No último dia 19, a revista IstoÉ trouxe reportagem nitidamente destinada a macular a minha imagem pública, articulada, sem dúvida, por pessoas que não tiveram decoro para continuar na vida pública, movidas única e exclusivamente pelo desejo de vingança, já que dei curso ao processo de cassação, cumprindo meu dever como Corregedor desta Casa.

Sem ao menos dar-me chance de defesa contra as calúnias, a revista trouxe a público inverdades que, pouco a pouco, vêm sendo desmentidas. O único objetivo foi denegrir minha imagem, constituída ao longo de mais de 40 anos de trabalho. Meus advogados já ingressaram com duas ações de indenização por danos materiais e morais contra a citada revista.

De qualquer forma, devido à boataria que se seguiu, movida - é bom lembrar - pelo desejo de vingança, tenho destinado grande parte do meu tempo a rebater falsas denúncias. Por exemplo, a minha suposta relação de amizade íntima com o Juiz aposentado, hoje foragido, Nicolau dos Santos Neto.

Uma a uma, rechacei as investidas, mas vejo-me no dever de prestar esclarecimento aos nobres Pares e à opinião pública. Peço-lhes que me perdoem por eventuais excessos, mas a indignação é grande diante dos ataques, da aceitação de boatos, plantados em parte da imprensa, seja por ingenuidade ou por conivência.

Ressalto este ponto porque a citada matéria induz intencionalmente o leitor a conclusões errôneas, como, por exemplo, meu grau de amizade com o ex-magistrado. O que nego e negarei sempre é o grau de intimidade que teimam em proclamar maldosamente para insinuar a conivência com a falcatrua. Nunca compactuei com esse ou qualquer outro ato de corrupção. Jamais pedi facilidades para o Juiz ou para a construção da sede do TRT em São Paulo, obra inegavelmente necessária para o Estado, fato atestado pela maioria da Bancada paulista no Senado Federal e na Câmara dos Deputados.

Reafirmo aqui o que já disse em várias ocasiões nos últimos dias. Dentro de minhas atividades como profissional da segurança, mantive ao longo das últimas décadas relações institucionais com praticamente todos os juízes federais em São Paulo, por uma razão muito simples: constitucionalmente, era meu dever funcional zelar pela segurança dessas autoridades. Nada mais do que isso. Insisto: foram sempre relações profissionais, claras e constitucionais.

O Sr. Hugo Napoleão (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte, nobre Senador Romeu Tuma?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Pois não, nobre Senador Hugo Napoleão.

O Sr. Hugo Napoleão (PFL - PI) - Nobre Senador Romeu Tuma, rigorosamente, V. Exª não tinha necessidade de assomar à tribuna do Senado da República na tarde de hoje, porque o Brasil inteiro conhece V. Exª e o trabalho hercúleo, corajoso e denodado que vem prestando ao País no curso de todos esses anos. Se há alguém que efetivamente combateu o crime, ajudando a dissipá-lo, foi V. Exª, no momento em que, com galhardia, com destemor e com sentido de brasilidade, de correção, de probidade e de honestidade, dirigiu a nossa Polícia Federal. Este, sim, é o Tuma que é conhecido; este é o Senador Tuma que hoje está no Congresso Nacional representando o glorioso Estado de São Paulo, que é reconhecidamente aquele homem altruísta. Agora, V. Exª não é apenas respeitado aqui no Brasil de norte a sul, é respeitado internacionalmente. Nos congressos e conferências internacionais de que participa, todo um segmento internacional acompanha os passos de V. Exª. Então, não serão aleivosias que irão absolutamente nem de perto macular um homem da qualidade e da compostura de V. Exª. Bem andou o Partido da Frente Liberal, por sua Executiva, por seu Presidente hoje - e eu, modéstia à parte, associei-me ao ler da tribuna a nota de solidariedade a V. Exª -, ao dizer que continua a ter em V. Exª a maior, a total, a completa e absoluta confiança. Prossiga, Senador Romeu Tuma, pelo bem de São Paulo e do Brasil!

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, meu Líder, Senador Hugo Napoleão. Não vim a essa tribuna para me defender, porque disso não preciso. Vim para explicar aos meus Pares a minha conduta diante dos fatos que se apresentaram.

            Nunca me acovardei diante de qualquer missão que recebi, como as que aqui neste Senado me foram designadas. A CCJC, por intermédio de seu Presidente, Senador José Agripino, determinou que fosse Relator. Jamais me acovardarei diante de qualquer missão que me for delegada, desde que o interesse público esteja acima de qualquer interesse pessoal.

Quero agradecer a V. Exª pela manifestação.

O Sr. Bernardo Cabral (PFL - AM) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Ouço com prazer V. Exª.

O Sr. Bernardo Cabral (PFL - AM) - Senador Romeu Tuma, quero que V. Exª sinta neste aparte que ele está revestido da mais alta solidariedade. Se eu pudesse destravar o trinco do tempo, diria que conheço V. Exª desde a época em que fui Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, e V. Exª era um delegado estadual de São Paulo. Mais tarde, com a fusão, V. Exª foi para a Polícia Federal. Aquela era uma época de repressão aguda, em que todo mundo com sinônimo de Polícia era envolvido em arbitrariedades, as mais comentadas no País inteiro, as torturas. E eu, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre vi em V. Exª uma pessoa afável, amável, que recebeu todos os pleitos e a eles deu solução sem se envolver com o manto da omissão. Ao contrário. V. Exª sempre dizia que a omissão era o subproduto do nada e do não - nunca esqueci isso. De modo que hoje, quando V. Exª é Senador, quero de novo destravar o trinco do tempo para dizer que V. Exª acumulou duas funções nas quais poderia ter se locupletado: a Secretaria da Polícia Federal e a Secretaria da Receita Federal. Portanto, ao enfeixar essas duas funções, e lá se vão mais de dez anos, nunca houve um registro desfavorável com relação a V. Exª. No entanto, foi só entrar para a alta voltagem política, ser candidato à Prefeitura de São Paulo, que a vida de V. Exª foi atingida por respingos de lama, aos quais deve dar o devido desprezo. Os homens públicos, Senador Romeu Tuma, não valem pelo poder que eventualmente conseguem amealhar nem pela fortuna que empolga, mas pelo que produzem em favor da coletividade. V. Exª tem cumprido essa tarefa com muito bom-senso, com bom tirocínio. Nesta Casa, V. Exª tem sido um companheiro assíduo, correto e decente. Hoje, conforme disse o Líder, Senador Hugo Napoleão, a Executiva Nacional do Partido não lhe emprestou solidariedade porque V. Exª desta não precisa; reconheceu, no entanto, que V. Exª é, em verdade, o xerife não apenas de São Paulo, mas da Nação inteira. Esse fato deve estar atemorizando seus adversários, pois V. Exª encarna a segurança. Quem encarna a segurança, em um País com tanta violência, só pode receber o que V. Exª vem recebendo. Deixou-lhe palavras de solidariedade.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Senador Bernardo Cabral, agradeço-lhe pelas palavras. V. Exª conhece minha vida pública e participou de grande parte desta, como meu chefe e meu ministro. Agradeço seu reconhecimento.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - V. Exª me concede um aparte.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Concedo um aparte ao nobre Senador Edison Lobão.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Senador Romeu Tuma, tendo a Diretoria Nacional de nosso Partido e o Líder, Senador Hugo Napoleão, já manifestado a nossa completa e total solidariedade, além do Senador Bernardo Cabral, talvez eu não devesse mais ocupar esta tribuna para o aparte que estou proferindo. Sucede que as minhas relações de amizade e de conhecimento com V. Exª são tão amplas e vêm de tão longe que eu não poderia deixar de dizer que os caminhos da negligência e da omissão não foram jamais os seus caminhos; os da incorreção também não. V. Exª é um político atento aos seus deveres, homem público da melhor qualificação que honra, portanto, a vida pública brasileira. V. Exª não procurou o PFL para nele se inscrever; mas foi procurado por ele, e nós nos sentimos muito honrados com a sua presença em nosso Partido. Tenha V. Exª a garantia da nossa solidariedade e do nosso apreço por sua posição.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Edison Lobão.

O Sr. Jorge Bornhausen (PFL - SC) - Senador Romeu Tuma, V. Exª me concede um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Pois não, Senador Jorge Bornhausen, Presidente do nosso partido.

O Sr. Jorge Bornhausen (PFL - SC) - O Partido, hoje pela manhã, já manifestou a sua posição em relação ao Senador Romeu Tuma; o eminente Líder Hugo Napoleão transmitiu a nota do nosso Partido, reafirmando o seu conceito, a sua integridade e a nossa solidariedade a sua candidatura. A aprovação foi unânime; o reconhecimento, total. Não me caberia falar após o Líder que já falou em nome do Partido, mas desejo também manifestar a minha solidariedade como Senador, como seu amigo, um homem que conhece há muitos anos a sua trajetória exemplar de servidor público e de político. E é isso que desejo expressar neste momento como seu colega, seu amigo e em respeito à verdade e à dignidade, que é sempre aquilo que mais carregamos com responsabilidade na nossa vida pública.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Agradeço, Senador Jorge Bornhausen, meu Presidente. Em momentos difíceis da Nação brasileira tive oportunidade de trabalhar com V. Exª, que sempre me tratou com muito respeito e carinho. Em razão disso nasceu essa amizade que será sólida por muitos anos, até que Deus nos chame para, no seu julgamento, dar-nos o veredicto da honradez com que atuamos na vida pública.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - V. Exª me concede um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senador Romeu Tuma, há seis anos convivemos nesta Casa: V. Exª, eu e seus pares e durante esses seis anos V. Exª foi referência de seriedade e de dignidade, ao ponto de ser escolhido por seus pares para ser o Corregedor da Casa. De repente, não mais que de repente, e por coincidências, V. Exª é candidato a prefeito de São Paulo. E porque V. Exª. acabou de relatar na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania desta Casa matéria traumática para todos nós que resultou na cassação de um colega nosso, V. Exª se vê envolvido, na minha opinião injustamente, em processo de escândalo em que procuram fazer ilações perversas de comprometimento de V. Exª com esquemas ilícitos. Não tenho dúvida em afirmar que essas coincidências não são por acaso. O passado de V. Exª responde por Romeu Tuma, homem que, em alguns momentos, foi unanimidade nacional. Eu nem sequer conhecia V. Exª e já ouvia falar no "Delegado Romeu Tuma, da Polícia Federal"; homem que não se vendia; um policial competente, que prendia bandido. Quando estava em jogo algo de interesse nacional, criou-se, inclusive, uma frase interessante e curiosa: "Chama o Tuma". Isso ocorreu, Senador Romeu Tuma, e a Nação não se esqueceu. Como de repente, não mais que de repente, V. Exª faz parte do esquema do Juiz Nicolau? Por minha cabeça, isso não passa. O que há é um esquema de perversidade. E aqui estou, como seu colega - e isso não era preciso - para apresentar a minha mais irrestrita solidariedade e dizer, como companheiro de Partido, que não abaixe a cabeça por hipótese alguma; continue o candidato que precisamos ter, no nosso Partido, ao cargo de prefeito de São Paulo. E isso até por uma razão, Senador Romeu Tuma: São Paulo precisa do "xerife Tuma". Vá em frente com destemor. “Os cães ladram, e a caravana passa”. Que Deus o proteja.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador José Agripino. São carinhosas as suas palavras.

O Sr. Pedro Piva (PSDB - SP) - Senador Romeu Tuma, permite um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Concedo a palavra ao Senador Pedro Piva.

O Sr. Pedro Piva (PSDB - SP) - Senador Romeu Tuma, embora sejamos Senadores por São Paulo estamos, no momento, em campos opostos - eu apóio, até por dever partidário, o candidato Geraldo Alckimin - mas pessoalmente - e tenho certeza que falo pelo meu Partido e pelo Governador Mário Covas, que, em entrevista à imprensa, declarou a sua honestidade e a certeza da sua competência e do seu desligamento de todas essas armações que lhe fazem - queria dar aqui a minha palavra de apreço, a minha palavra de respeito, a palavra de um companheiro, porque, na última eleição para prefeito, V. Exª. caminhou junto conosco na campanha para a prefeitura. V. Exª. tem um passado de dignidade, como homem público que foi, como Delegado, como xerife de São Paulo, como xerife do País, caçando bandidos onde eles estivessem; onde houvesse uma mancha, lá estava o Senador Romeu Tuma. Caçou o nazista Reichmann pelo Brasil inteiro. Foi combatido, foi falado, mas foi respeitado e admirado. Tenho uma admiração, Senador Romeu Tuma, por V. Exª. não só como Senador, mas como seu amigo. Quero lhe dizer que V. Exª. já venceu outras batalhas muito mais difíceis, a batalha da sua saúde, que, graças a Deus, está em perfeita ordem, confirmada pelos médicos que o consideraram pronto para a luta. Nesta estamos juntos! Não o abandonarei em qualquer circunstância da sua vida. O respeito que lhe trazem os seus quase seis milhões de votos para o Senado Federal lhe confere autoridade de pleitear e disputar a Prefeitura de São Paulo. Eu e certamente o meu Partido e o nosso Governador o respeitamos. Desejamo-lhe os mais sinceros votos de saúde e felicidade nessa sua caminhada!

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, ilustre Senador Pedro Piva. Amizade e carinho independem de vinculações e projetos políticos. V. Ex.ª traz a público a palavra do meu Governador Mário Covas, de São Paulo, que foi um dos primeiros a se manifestarem, repudiando toda essa maquinação que tentava envolver o meu nome naquele episódio.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Permite-me V. Ex.ª um aparte, eminente Senador Romeu Tuma?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Com muita satisfação, ilustre Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Romeu Tuma, admiro a imparcialidade e a serenidade de V. Ex.ª, demonstradas quando assumiu a responsabilidade de emitir um parecer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania sobre o caso do ex-Senador Luiz Estevão, obtendo o respeito de todos os seus pares. É possível que a atitude de V. Ex.ª tenha gerado manifestações que devam agora ser esclarecidas. É importante que V. Exª nesses últimos dias tenha se manifestado pronto a colaborar prestando os esclarecimentos necessários sobre os episódios que foram objetos de reportagens na imprensa. Considero importante a manifestação de V. Exª favorável à Comissão Parlamentar de Inquérito para examinar os casos que ora estão sendo objeto de exame da Subcomissão da Comissão de Constituição e Justiça, a qual está examinando tudo aquilo que surge de novo a respeito do episódio da obra do TRT em São Paulo, bem como do relacionamento ou das ações do ex-Secretário de Governo Eduardo Jorge Caldas. Seria muito bom que V. Exª reforçasse a sua opinião e convidasse os seus Pares do PFL para assinarem juntos o requerimento de criação da CPI. Gostaria de assinalar diante da manifestação do Senador Hugo Napoleão, que leu hoje duas notas do PFL, uma referente a V. Exª na qual manifesta votos de êxito a V. Exª na sua caminhada para a Prefeitura de São Paulo. Nesse caso - V. Exª sabe -, eu me manifesto simplesmente no sentido de que V. Exª tenha um desempenho o mais democrático possível, já que nós, do Partido do Trabalhadores, temos outra opção: a Deputada Marta Suplicy. Então não posso subscrever o que o Senador Hugo Napoleão disse. No que diz respeito à nota do PFL que ao analisar o momento político repudiou “atitudes impatrióticas dos que, a pretexto de atingir o Presidente, na verdade se voltam contra o Brasil, suas realizações, conquistas e seu povo”, gostaria de assinalar que nós, da Oposição, quando solicitamos o esclarecimento desses fatos não estamos tomando qualquer atitude impatriótica. Queremos sim, cumprir com o nosso dever. Diante dos indícios e das evidências de que houve problemas sérios no comportamento de autoridades junto ao Presidente da República, constitui nosso dever, em defesa da Nação e da probidade administrativa, pedir a apuração completa dos fatos. Então, eu gostaria de registrar isso, Senador Romeu Tuma, até porque V. Exª mesmo tem dito que quer colaborar. V. Exª assinalou que teve uma relação de conhecimento com a autoridade Nicolau dos Santos Neto, que era Presidente do TRT. V. Exª disse que conversava com ele como autoridade, mas que, em nenhum momento, teve qualquer procedimento de coonestação com atos que feriram a probidade administrativa. Isso é importante. Espero que o ex-Presidente do TRT, Nicolau dos Santos Neto, apareça o quanto antes e preste novo depoimento no Senado Federal para esclarecer todo e qualquer fato que ele deixou de esclarecer quando prestou depoimento na CPI do Judiciário. A oportunidade é oferecida a ele. Hoje pela manhã, na reunião da Subcomissão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, sugeri que o Presidente do TST suspenda o pagamento da aposentadoria do juiz Nicolau dos Santos Neto até que ele prove a sua residência e que está vivo, pois o INSS, quando sabe que alguém desapareceu ou faleceu, susta o pagamento. Como está desaparecido, até que mostre que está vivo e onde se encontra, cabe uma medida administrativa de prudência. A propósito, o Senador José Jorge disse que vai dar parecer favorável à proposição; apenas está procurando a melhor redação para essa medida. Muito obrigado.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Agradeço a V. Exª, Senador Eduardo Suplicy, e desejo boa sorte a sua esposa, que é candidata. Tenho certeza de que o meu Partido, o PFL, tem, em defesa da Nação brasileira, discutido com seriedade os problemas que têm surgido e, sem dúvida nenhuma, serão tomadas todas as medidas necessárias para proteger o interesse público.

Desculpe-me, Senador Eduardo Suplicy, pois poderei usar até uma expressão chula, mas, se tive relação com o juiz Nicolau dos Santos Neto - constitucionalmente tinha essa obrigação -, não tive absolutamente nenhuma relação com Lalau. Respeito a autoridade que ele exercia, mas nunca tive nenhum tipo de relacionamento com Lalau.

O Sr. Arlindo Porto (PTB - MG) - Concede-me V. Exª um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Ouço V. Exª com prazer.

O Sr. Arlindo Porto (PTB - MG) - Senador Romeu Tuma, gostaria, neste momento, de repetir uma frase que tive a oportunidade de usar algumas vezes: o homem público deve estar sempre preparado para as injustiças, para as ingratidões e para as incompreensões. Sem dúvida, V. Exª está preparado para isso. Esse é um momento de reflexão, em que o homem público é mais uma vez colocado à prova. V. Exª teve o seu passado como cidadão, pai de família, servidor público, sempre respeitado. Agora, na condição de homem público, está exercendo o mandato de Senador da República e tem sido um exemplo e um estímulo para nós, seus colegas nesta Casa. Ao longo de quase seis anos de mandato, pudemos aprender muito com a seriedade, a sobriedade e o comportamento ético de V. Exª, que tem inspirando a todos nós, fazendo-nos refletir sobre os momentos difíceis por que esta Casa já passou e seguramente está ainda passando. V. Exª, com o comportamento lhano, procura, em todos os momentos, quer na Comissão quer no plenário, colocar sempre os interesses maiores da Nação acima das razões domésticas ou pessoais. Cumprimento V. Exª pela maneira sóbria como enfrenta esse momento, que é de fato difícil, em que a sociedade brasileira passa a refletir acerca dos valores, do comportamento e das ações do cidadão. V. Exª entra num processo de disputa eleitoral e, então, afloram-se o entusiasmo e a busca pelo poder. Muitos se esquecem de que deve haver dignidade e honradez entre os concorrentes e os representantes da sociedade civil. Espero que V. Exª, mais uma vez, supere esse momento - que, quem sabe, é de injustiça, ingratidão e incompreensão - e consiga sobretudo, com esse equilíbrio, manter-se firme na linha da dignidade e da honra, valorizando o Senado da República e a política nacional. É o que desejo a V. Exª.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado pelo carinhoso aparte, Senador Arlindo Porto.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PFL - RR) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Ouço V. Exª com prazer.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PFL - RR) - Senador Romeu Tuma, depois da quantidade de apartes que V. Exª recebeu, pouco teria a acrescentar além de solidarizar-me com V. Exª e dizer-lhe publicamente do reconhecimento de toda a Nação acerca da sua honestidade. No entanto, tecerei apenas um pequeno comentário, a fim de relembrar um fato que ocorreu há alguns anos quando, apressadamente, a imprensa quase promoveu o linchamento público do ex-Deputado e então Ministro Alceni Guerra. Depois de muitos anos, conseguiu ele provar no Supremo Tribunal Federal que todas aquelas acusações eram completamente infundadas. Foi preciso que ele passasse por um longo período de sofrimento moral e familiar, para poder depois, como prefeito, no Paraná, mostrar que, na verdade, às vezes, a pressa em trazer informações provoca uma verdadeira inquisição, sem se levar em conta sequer o passado e o presente dos homens públicos. Tenho certeza de que a Nação brasileira está hoje consciente de que o que está sendo feito com V. Exª é apenas, no mínimo, decorrente de uma pressa em conseguir um furo de reportagem.

O SR. ROMEU TUMA (PMDB - SP) - Muito obrigado.

O Sr. Iris Rezende (PMDB - GO) - Concede-me V. Exª um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PMDB - SP) - Pois não, Excelência.

O Sr. Iris Rezende (PMDB - GO) - Agradeço a V. Exª, Senador Romeu Tuma, pela concessão deste aparte, porque já se encontra há muito tempo na tribuna. Embora eu não tenha tido a oportunidade de ouvir suas palavras desde o início, por estar atendendo a compromissos anteriormente agendados nos Ministérios, sinto-me no dever de manifestar-lhe publicamente a minha solidariedade diante dessas insinuações que têm sido feitas em relação ao seu comportamento, a respeito de relacionamento com este ou com aquele. Sou um homem extremamente amadurecido na vida pública; são 41 anos de vida pública, dez dos quais cassados pela ditadura militar. Além desses 41 anos de vivência política, também militei na política estudantil e posso dizer a V. Exª que, em todos os segmentos da atividade humana, existe uma luta pelo espaço, uma luta pelo poder em todas as áreas, uma luta pelo poder de mando, e isso ocorre com muito mais veemência na vida pública. Essa luta por espaço, por mando, por poder chega às raias da selvageria, da irracionalidade. Na arena política, a luta pelo poder - e falo de poder na verdadeira acepção da palavra, já que é na política onde se ocupa o poder de mando - chega muitas vezes a ser não apenas selvagem, mas desumana. Pessoas como V. Exª ou como qualquer um de nós não estão imunes a irresponsabilidades dessa natureza, pois é muito fácil, quando interesses alheios, principalmente na área do voto, do poder, são arranhados ou prejudicados, aproveitar-se do momento, notadamente em períodos de caça às bruxas como este que vivemos, em que a população e todos nós integramos uma cruzada pela moralização dos costumes, para se tentar macular uma liderança, uma pessoa como V. Exª. Estou muito à vontade para manifestar minha solidariedade a V. Exª, Senador Romeu Tuma, porque, diferentemente de muitos aqui nesta hora, penetrei com mais profundidade numa área onde V. Exª atuou durante muitos anos. Na condição de Ministro da Justiça, tive oportunidade de conhecer a fundo a instituição Polícia Federal, as pessoas que por ali passaram, as pessoas que ali trabalham, a sedução a que está sujeito o policial. Destarte, devo testemunhar publicamente: V. Exª, ali, apenas deixou exemplos a serem seguidos quando à frente da Polícia Federal - e frise-se que, como é ali onde realmente deságuam os grandes interesses, é preciso que as pessoas tenham uma formação moral à altura para que não saiam manchadas. E V. Exª liderou, dirigiu aquela instituição, saindo de lá como um exemplo a ser seguido. Foi por esse comportamento ilibado que, num determinado momento, o povo paulista, com toda a felicidade, elegeu-o para representar o maior Estado da Federação no Senado Federal, Casa a que V. Exª muito tem honrado. Entendo que todos temos defeitos - uns maiores, outros menores -, mas V. Exª não tem defeitos que o maculem como integrante da vida pública, como integrante do Senado. V. Exª é vítima, como não conheço ninguém aqui nesta Casa que não o tenha sido, desta luta que qualifiquei de selvagem, desta luta por espaços de poder; vítima da calúnia, da infâmia, até da injúria. É muito difícil encontrar alguém que não o tenha sido. V. Exª, hoje, tem sido vítima disso; todavia, não deve baixar a cabeça, porque a verdade há de prevalecer. Todos queremos a verdade! Todos queremos que as denúncias sejam apuradas, todas, e que sejam os culpados punidos, até para que haja uma valorização do próprio segmento político. Temos que sair à frente, justamente clamando por justiça, a fim de que possíveis culpados sejam punidos, mas que não se aproveitem do jogo político para manchar a vida e a dignidade de uma pessoa da estirpe e do quilate de V. Exª.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Iris Rezende.

Falava há pouco com o Senador Tião Viana que a honra vale mais que a vida. Dela não podemos abrir mão! Se se investiga hoje a amizade ou o relacionamento com uma autoridade que constitucionalmente chefiava um poder, isto nada tem a ver com a investigação que procura impedir a continuidade da impunidade!

O que se há de buscar é desbaratar a quadrilha por inteiro. O que queremos ver são todos atrás das grades, para que comecem a pagar o preço pelo desvio do dinheiro público, praticado com a maior desfaçatez.

Não vamos abrir mão disso. Tudo o que for preciso para se investigar os fatos e buscar os responsáveis, com a finalidade de ajudar a Justiça a condená-los, farei com todo o destemor. Agradeço muito a intervenção de V. Exª.

O Sr. Djalma Bessa (PFL - BA) - Senador Romeu Tuma, V. Exª me permite um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Djalma Bessa (PFL - BA) - Senador Romeu Tuma, V. Exª vem exercendo cargos públicos há muito tempo, nos quais tornou-se reconhecido no seu Estado e no País; projetou-se exatamente porque se houve muito bem nos cargos que exerceu com segurança, firmeza e sabedoria. Não seria demais acentuar, usando uma expressão bastante conhecida, que V. Exª é “um livro aberto”, de conhecimento não só do seu povo paulista, mas do povo brasileiro. Deve-se atentar para o fato de V. Exª, no exercício desses cargos públicos, tê-los exercido sem qualquer preocupação política, tampouco partidária, motivou o povo paulista a convocar V. Exª para exercer o mandato de Senador. A eleição de V. Exª foi como uma recompensa, um prêmio, pelos cargos exercidos anteriormente. O povo foi justo, conferiu-lhe este mandato porque realmente reconheceu-lhe a capacidade, a lisura e a sabedoria. Lembre-se, Senador Romeu Tuma, do preceito bíblico: “Não se joga pedra em árvore que não dá fruto”. Por melhor que seja V. Exª - que é realmente um homem honrado e digno - não falta um desacertado, um desaprumado, um anormal para investir e acusar e jogar pedras. Mas não se preocupe com as pedras. V. Exª é conhecido desta Casa, é conhecido do Estado de São Paulo, é conhecido por todo o País. Vá em frente, Senador Romeu Tuma! V. Exª é homem de reputação ilibada. Não há por que se preocupar com as pedras no meio do caminho. V. Exª haverá de transpor os obstáculos e prosseguir no ritmo em que sempre viveu: como homem simples, homem bom, homem experiente, homem competente, homem sábio. Portanto, receba o aplauso modesto de um Colega seu que bate palmas para o trabalho que V. Exª vem exercendo. Que V. Exª tenha sorte na campanha e receba a justiça dos seus correligionários, dos seus coestaduanos, de reconhecê-lo. V. Exª não foi candidato por acaso, mas graças ao currículo que possui e ao trabalho que tem exercido. V. Exª vem plantando o que agora está colhendo.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Djalma Bessa.

O Sr. Paulo Souto (PFL - BA) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Ouço com prazer o Senador Paulo Souto.

O Sr. Paulo Souto (PFL - BA) - Senador Romeu Tuma, neste momento, sinto-me obrigado a prestar uma declaração. As pessoas que agora, direta ou indiretamente, colocam ou tentam colocar V. Exª nessa situação tiveram todas as oportunidades durante todo o tempo da CPI para fazer isso, mas não fizeram. Durante todo o tempo em que a CPI ouviu praticamente todos esses que, de forma direta ou indireta, tentam colocá-lo nessa situação, eles tiveram oportunidade de fazer isso e não fizeram, em nenhum momento. De modo que é muito estranho e é muito sintomático que, depois de tudo encerrado, tendo V. Exª se comportado com muita altivez, tanto como corregedor como membro de diversas comissões que cuidaram do assunto, somente depois disso, venham tentar acusações contra V. Exª. Esse é um fato importante e que revela a intenção daqueles que neste momento estão, de forma absolutamente infrutífera, tentando deslustrar sua vida de homem público. De modo que quero me associar aqui a todas as palavras de solidariedade, de respeito à sua vida de homem público dos Colegas Senadores. Muito obrigado.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Agradeço, Senador Paulo Souto, seu testemunho importantíssimo para que eu continue na jornada que me dispus a seguir no interesse público.

           O Sr. Moreira Mendes (PFL - RO) - V. Exª me permite um aparte?

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Ouço com prazer V. Exª.

           O Sr. Moreira Mendes (PFL - RO) - Eminente Senador Romeu Tuma, não posso deixar de, a exemplo dos Colegas que me antecederam, registrar meu voto de solidariedade e de respeito à figura eminente e brilhante de V. Exª. Desnecessário dizer da sua reputação ilibada, do seu conceito, da sua simplicidade. V. Exª é uma pessoa que sempre dedicou a mim uma atenção especialíssima nesta Casa, pessoa com quem aprendi muito aqui. Do pouco que sei, posso dizer seguramente que grande parte aprendi com V. Exª. Tenha certeza de que, ao lado da sua família, na sua grandeza, na sua honra, V. Exª haverá de colocar isso tudo a limpo e continuar andando de cabeça erguida, olhando sempre de frente os seus interlocutores. Receba minha solidariedade e meu mais profundo respeito nesta hora em que V. Exª se vê acuado por aqueles que não têm noção do que seja a honra, o brio e a decência.

           O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Muito obrigado, Senador Moreira Mendes, pelo carinho.

Sr. Presidente, gostaria de reafirmar que jamais pactuei ou participei de qualquer rateio de verbas públicas para obras de responsabilidade do ex-Juiz Nicolau ou qualquer outra autoridade da República.

Tendo em vista o longo tempo que ocupei a tribuna, gostaria que V. Exª considerasse o restante de meu pronunciamento como lido. Agradeço a tolerância de V. Exª e gostaria de cumprimentá-lo pela iniciativa de criar a CPI do Judiciário, que traz à discussão a importância de punir os responsáveis pelo desvio de dinheiro público. Aos Senadores Ramez Tebet e Paulo Souto presto meu reconhecimento. Iniciativas dessa natureza valem para que continuemos, com a cabeça erguida, trabalhando em benefício do Brasil.

Dou por concluído o meu pronunciamento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2000 - Página 15621