Discurso durante a 105ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Preocupação com o aumento da desertificação no Nordeste.

Autor
Lúcio Alcântara (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Lúcio Gonçalo de Alcântara
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Preocupação com o aumento da desertificação no Nordeste.
Publicação
Publicação no DSF de 24/08/2000 - Página 17288
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • COMENTARIO, APREENSÃO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, AMPLIAÇÃO, AREA, SECA, REGIÃO NORDESTE, EFEITO, IMPOSSIBILIDADE, CULTIVO, AGRICULTURA, AUMENTO, FOME, MISERIA.
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, ATENÇÃO, RISCOS, AUMENTO, AREA, SECA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ESTADO DO TOCANTINS (TO), ESTADO DE RONDONIA (RO), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ESTADO DO PARANA (PR), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), APOIO, JOSE SARNEY FILHO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), IMPLANTAÇÃO, PROGRAMA, SOLUÇÃO, PROBLEMA.

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O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, troquei idéias com o Senador Eduardo Suplicy, porque tenho um compromisso agora, e S. Exª me assegurou que iria falar por pouco tempo. Porém, S. Exª se empolgou e já se passaram os 20 minutos regimentais.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - É porque me entusiasmo com a presença de V. Exª!

O SR. LÚCIO ALCÂNTARA (PSDB - CE) - Por isso S. Exª achou pouco os 20 minutos e ainda passou do tempo regimental. Mas é sempre um prazer ouvir o Senador Eduardo Suplicy, mesmo quando não concordamos com as suas idéias. S. Exª tem um componente idealista e, ao mesmo tempo, voluntarista que nos transmite a sensação de que as coisas mais difíceis, e até impossíveis, podem ser obtidas pelo esforço, pela dedicação e pelo entusiasmo.

Sr. Presidente, eu gostaria de falar hoje sobre a questão da desertificação, levando em conta a situação preocupante que há no mundo todo, mas, de modo especial, no Brasil, sobretudo na Região Nordeste. Dos 900 mil quilômetros quadrados do semi-árido nordestino, 99 mil estão em estado grave de desertificação, com destaque para as áreas próximas a Gilbués, no Piauí - aliás, foi mostrado hoje em um programa de televisão o impressionante grau de desertificação no Município de Gilbués! -; Irauçuba, no Ceará; Seridó, na fronteira do Rio Grande do Norte com a Paraíba; e Cabrobó, em Pernambuco. Outros 82 mil quilômetros quadrados apresentam alta tendência à desertificação, enquanto há uma tendência considerada média em mais 394 mil quilômetros quadrados. Isso significa que mais de 60% do semi-árido nordestino correm o risco de se transformar em deserto.

É importante chamar a atenção para a chamada Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, que já tem a participação de 169 países. No ano passado, a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação aconteceu em Recife. Isso para chamar a atenção para esse problema, que é grave e requer uma grande e enérgica atuação do Governo e da sociedade. O risco de desertificação já afeta 30% do território mundial, e teve seu impacto econômico anual calculado em US$42 bilhões.

Portanto, isso deve servir de alerta para que atuemos imediatamente, numa ação vigorosa, a fim de evitar o agravamento da situação. Situação essa que não é séria apenas no Nordeste, no semi-árido. Temos áreas, por exemplo, no Estado do Rio Grande do Sul ameaçadas de desertificação. Temos áreas do Jalapão, no Tocantins, ameaçadas de desertificação. Há ainda várias áreas de Rondônia e do norte de Minas Gerais; a bacia do Peixoto Azevedo, no Mato Grosso; e até Estados do Paraná e de São Paulo apresentam áreas com o mesmo risco.

Portanto, o homem, em vez de conviver harmonicamente com a natureza, por ignorância ou por cobiça termina por destruí-la, agindo como um predador. Assim, as áreas de desertificação no mundo inteiro e no Brasil avançam, aumentam, e o homem até agora tem-se mostrado impotente para combater esse fenômeno e evitar que ele possa colocar em risco a própria sobrevivência da espécie.

Era esse o alerta que eu queria fazer, exortando o Ministro Sarney Filho para que continue e impulsione cada vez mais os programas e as propostas que estão sendo implementadas pelo Ministério do Meio Ambiente, que S. Exª dirige, no sentido de evitarmos o agravamento dessa questão no Brasil.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/08/2000 - Página 17288