Discurso durante a 117ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização da 46ª Feira do Livro de Porto Alegre, de 27 de outubro a 15 de novembro, tendo como patrono o escritor Barbosa Lessa.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • Registro da realização da 46ª Feira do Livro de Porto Alegre, de 27 de outubro a 15 de novembro, tendo como patrono o escritor Barbosa Lessa.
Publicação
Publicação no DSF de 13/09/2000 - Página 18462
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, REALIZAÇÃO, FEIRA DO LIVRO, MUNICIPIO, PORTO ALEGRE (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), PATRONO, BARBOSA LESSA, ESCRITOR, PARTICIPAÇÃO, SENADO.

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, o conhecido escritor gaúcho Barbosa Lessa será o patrono da 46ª Feira do Livro de Porto Alegre, que será realizada de 27 de outubro a 15 de novembro deste ano.

Respeitado historiador, folclorista, biógrafo, romancista, cronista e contista Luiz Carlos Barbosa Lessa reside atualmente no interior do município de Camaquã, numa reserva ecológica, onde produz artesanalmente erva-mate e plantas medicinais.

Sua valiosa obra literária reúne 59 publicações. O primeiro livro foi lançado em 1951. Em 1959, recebeu o Prêmio da Academia Brasileira de Letras pelo romance Os Guaxos. Duas das mais conhecidas canções do folclore do Rio Grande do Sul são de autoria de Barbosa Lessa: Negrinho do Pastoreio e Levanta, Gaúcho!.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, a Feira do Livro de Porto Alegre, realizada anualmente na Praça da Alfândega, se transformou numa grande festa popular da literatura. É reconhecida como um dos maiores eventos dessa natureza no mundo, recebendo cerca de um milhão de visitantes. Já recebeu autores de diversas nacionalidades, entre eles alguns escritores de renome internacional premiados com o Nobel da Literatura, como o português José Saramago e o espanhol José Camilo Cela.

A cada edição da feira, organizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro, um país é homenageado e desta vez será a França.

Desde 1998, o Senado Federal participa da Feira do Livro de Porto Alegre com uma estande para divulgar seus produtos editoriais.

A Feira do Livro de Porto Alegre - uma das mais antigas do país e o maior evento do gênero realizado ao ar livre na América Latina - teve sua primeira edição em 1955, por iniciativa do jornalista Say Marques.

Ele acabava da voltar do Rio de Janeiro, onde havia visitado uma feira realizada na Cinelândia, com a firme decisão de convencer os livreiros e editores da cidade a realizarem um evento similar, oferecendo-lhes o apoio incondicional do Diário de Notícias, do qual era Diretor-Secretário.

Depois de alguma hesitação, pois não havia experiência nesse tipo de evento no Estado, a Câmara Brasileira do Livro/Seção Rio Grande do Sul aceitou coordenar a promoção. A Câmara Rio-Grandense do Livro só viria a existir oficialmente em 1967.

A intenção era popularizar o livro, dinamizando o mercado livreiro da cidade e do Estado, ao disponibilizar uma ampla oferta de livros com descontos significativos sobre os preços normalmente praticados.

Até então, as livrarias gaúchas eram consideradas elitistas. Poucos as freqüentavam, com exceção da época de compra de material didático, no início do ano escolar. Assim sendo, o lema dos fundadores era: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo.

Na época, a área mais movimentada do centro era a Rua da Praia, no trecho entre a Caldas Júnior e a General Câmara, onde, além do tradicional footing, concentravam-se os principais cinemas da cidade, que contava com 400.000 habitantes.

Nada mais natural, então, que o lugar escolhido para realizar a Feira fosse a Praça da Alfândega, situada, nessa área, onde foram instaladas, em plena primavera, 14 barracas de madeira em torno do monumento ao General Osório, sob os jacarandás e guapuruvus floridos.

A partir da 2a Feira, foram realizadas sessões de autógrafos. Até então, os autores não consideravam de bom tom promover seus próprios livros.

Na terceira edição, passaram a ser vendidas coleções pelo sistema de crediário. Nos anos 70, a Feira assumiu status de festa popular, como o início da programação cultural. A partir de 1980, foi admitida a venda de livros usados.

Na década de 90, devido à espetacular repercussão na mídia regional e nacional em virtude de sua contínua qualificação e crescimento, a Feira conquistou grandes patrocinadores, estimulados pela Leis Nacional e Estadual de Incentivo à Cultura.

A infra-estrutura foi ampliada e modernizada, os eventos culturais se consolidaram e a feira passou a receber, com desenvoltura, em suas alamedas, grandes nomes do mercado editorial brasileiro e internacional, como Mario Vargas Llosa, o prêmio Nobel Camilo José Cela, Laura Esquivel, o prêmio Pullitzer Michael Cunninghan, Antonio Skármeta e Fernando Arrabal, entre vários outros.

Após mais de 4 décadas, a Feira continua a ser um local de encontro da cidade com o livro, um ponto de convergência de toda a vida cultural do Estado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/09/2000 - Página 18462