O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, após um breve período, quando estive ocupando a Secretaria de Governo do Estado de Tocantins, retorno a esta Casa exatamente na semana em que o Senado, na data de ontem, após relatório por mim proferido na Comissão de Educação, aprovou a criação da Universidade Federal do Tocantins.

O projeto originário da Presidência da República tramita nesta Casa em regime de urgência e hoje foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, tendo o relatório sido emitido pelo eminente Senador Leomar Quintanilha. Seguramente amanhã, conforme requerimento que já está sobre a mesa, esse projeto deverá ser votado definitivamente por este Plenário.

É algo do qual nos orgulhamos muito, Sr. Presidente, principalmente em função da luta da nossa Bancada e da luta de V. Exª, Senador Carlos Patrocínio, que, por muitos anos, vem, juntamente comigo e com o Senador Leomar Quintanilha, defendendo essa importante conquista para o nosso povo.

Amanhã, quando tenho confiança e certeza de que este Plenário há de referendar a mensagem presidencial e aprovar definitivamente a criação da Universidade Federal de Tocantins, pretendo aprofundar-me sobre o assunto.

Faço hoje esta comunicação inadiável, Sr. Presidente, também para dividir com o Plenário e com a Nação o sentimento de orgulho com relação ao nosso Estado do Tocantins, principalmente em função da visita de Márcio Moreira Alves, cuja participação na história política deste País dispensa maiores comentários. Hoje ele é um dos grandes articulistas do Brasil.

Escreve ele o artigo Cartas do Brasil, de nºs 3 e 4, quando da sua passagem por Palmas. Quero pedir, Sr. Presidente, a transcrição dessas cartas. Entendo-as como documentos que retratam muito bem, com o poder de articulação, com o poder da narrativa e da escrita desse político sensível e jornalista extraordinário, a realidade do nosso Tocantins.

Márcio Moreira Alves inicia o documento denominado de Cartas do Brasil (3) dizendo:

“Para fel, doença e crime, tome Dorival Caymmi, vá de Jackson do Pandeiro”, recomenda Chico Buarque. Tenho uma receita melhor, especial para os que nos governam e que Celso Furtado chama de partido dos que não acreditam no Brasil: três dias em Palmas, capital do Tocantins, cura qualquer descrente e aniquila o ceticismo. Tocantins é o deserto dando frutos. Palmas é o lugar onde os sonhos viram realidade.

O artigo, Sr. Presidente, é um verdadeiro brinde a todas as conquistas a que Palmas vem almejando nos seus onze anos de vida. É o reconhecimento de um brasileiro ilustre e eminente que, já por vários dias, está em nossa capital visitando as escolas públicas, a rede de ensino e hospitais, conhecendo a realidade da nossa capital. E ele está, verdadeira e extraordinariamente, empolgado com o que está encontrando em Palmas, um lugar onde todas as crianças estão matriculadas na rede pública, onde todas as escolas estão computadorizadas e têm merenda escolar. Em Palmas há um programa de renda mínima com mais de seis mil crianças, o que nos permite dizer que, naquela cidade, não há menino de rua. Lá não haveremos de construir uma Febem. Em Palmas, verdadeiramente, estamos construindo uma nova realidade neste País.

Peço, ainda, Sr. Presidente, a transcrição do artigo Cartas do Brasil (4), também de Márcio Moreira Alves, também de Palmas.

Finalizo as minhas palavras ressaltando que a nossa vida pública - ainda mais para quem esteve no Congresso Nacional por vinte anos e já foi Governador eleito pela terceira vez, como é o caso do atual Governador Siqueira Campos, de quem tenho a honra de ser filho - foi pautada por conquistas, por vitórias, mas não foram poucas as vezes em que amargamos verdadeiras injustiças e até nos revoltamos com aquilo que vemos na imprensa. Mas o exercício da democracia assim se faz, Sr. Presidente.

Não poderíamos deixar de registrar o início deste documento Cartas do Brasil (4), a forma como se refere Márcio Moreira Alves a Siqueira Campos. Ele toma um refrão de Juraíldes da Cruz, um dos nossos melhores músicos e poetas, e diz:

“Nóis é jeca, mas é jóia”. A música mais popular de um compositor tocantinense, Juraíldes da Cruz, seria uma boa descrição do Governador Siqueira Campos, criador do Estado e da capital, fundada há 10 anos. Nada se faz sem a sua interferência. Nenhuma conta de mais de R$80 mil é paga sem a sua aprovação pessoal, ainda que conste do orçamento. Como tornou-se um JK sertanejo é uma história improvável.

Sr. Presidente, Márcio Moreira Alves descreve um pouco a biografia do nosso atual Governador do Tocantins. Entre outras coisas, ressalta o fato de ele, como muitas crianças brasileiras, não ter tido a oportunidade de freqüentar uma escola. Mas ele teve a oportunidade de acreditar nos sonhos de quem ontem homenageamos tanto: Juscelino Kubitscheck.

Colocou sua família em cima de um caminhão e foi viver naquele pedaço de Brasil a que me refiro sempre desta tribuna: o Brasil das Tordesilhas, que, definitivamente, ainda não ocupamos e onde temos instalado esta realidade chamada Tocantins, da qual todos nós orgulhamos. Tenho certeza, Sr. Presidente, de que V. Exª, como representante do Estado do Tocantins, dela também se orgulha, acompanhado do Senador Leomar Quintanilha.

Portanto, Sr. Presidente, peço a transcrição na íntegra dos dois artigos de Márcio Moreira Alves, deixando aqui o reconhecimento do nosso povo tocantinense ao gesto, ao ato de cidadania de ter ele, esse eminente jornalista, figura ilustre da política nacional, ficado muitos dias em solo tocantinense e brindado o Brasil com esses dois artigos que muito nos envaidecem.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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SEGUEM DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SENADOR EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

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