Discurso durante a 144ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao grupo de judocas olímpicos brasileiros, presentes na Casa.

Autor
José Roberto Arruda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: José Roberto Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ESPORTE.:
  • Homenagem ao grupo de judocas olímpicos brasileiros, presentes na Casa.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2000 - Página 21212
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ESPORTE.
Indexação
  • HOMENAGEM, ATLETAS, REPRESENTAÇÃO, BRASIL, OLIMPIADAS, ESPECIFICAÇÃO, CARLOS HONORATO, HENRIQUE GUIMARÃES, TIAGO CAMILO, ATLETA PROFISSIONAL, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, LUTA, PRESENÇA, TRIBUNA, SENADO.
  • PRECARIEDADE, APOIO, ESPORTE, BRASIL, ELOGIO, ATUAÇÃO, ATLETAS, RECEBIMENTO, MEDALHA, OLIMPIADAS.
  • EXPECTATIVA, TRANSFORMAÇÃO, INSTITUIÇÃO ESPORTIVA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), CENTRO NACIONAL, TREINAMENTO, FORMAÇÃO, ESPORTE.

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O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB - DF. Como Líder, para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, pedindo desculpas ao Senador Ramez Tebet, que é o próximo orador inscrito, eu gostaria de, neste instante, prestar uma homenagem simples, mas que me parece importante, aos atletas brasileiros que, apesar de todos os problemas do esporte nacional, e particularmente do esporte olímpico, com esforço próprio, vindos de famílias humildes, conseguiram resultados expressivos na última Olimpíada.

Falo, particularmente, dos judocas que receberam medalhas nos últimos jogos olímpicos e que se encontram presentes na Tribuna de Honra do Senado Federal. São eles:

Carlos Honorato, que nasceu em 09 de novembro de 1974, na Vila Sônia, em São Paulo. Foi nove vezes campeão paulista, sete vezes campeão brasileiro, cinco vezes campeão sul-americano, duas vezes campeão pan-americano, 3º colocado no mundial universitário e medalha de Prata em Sydney. Atualmente, defende a equipe de São Caetano do Sul (SP).

Henrique Guimarães, que nasceu em São Paulo, no dia 9 de setembro de 1972. Foi seis vezes campeão paulista, sete vezes campeão brasileiro, seis vezes campeão sul-americano, duas vezes campeão pan-americano, segundo colocado no Mundial de Judô, medalha de bronze em Atlanta. Atualmente, defende a equipe do Flamengo, no Rio de Janeiro.

Tiago Camilo, que nasceu em 24 de maio de 1982, em Tupã. Foi oito vezes campeão paulista, sete vezes campeão brasileiro, uma vez campeão pan-americano, duas vezes campeão mundial, medalha de prata em Sydney. Atualmente, defende a equipe de São Caetano do Sul.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, esses atletas nos visitam, acompanhados de um judoca que honra o esporte nacional e que é um orgulho para nós de Brasília, o Tranquilini. Ele abriu caminhos, com a contribuição de outros grandes atletas brasileiros, para que esses jovens pudessem hoje ser conhecidos internacionalmente e, mais do que isso, sirvam de exemplo para a juventude brasileira.

Esses meninos vêm de famílias humildes. Praticam esporte, enfrentando diversas dificuldades. A história deles é muito bonita, exemplar. Ao cumprimentá-los, fica nítido que esses garotos buscaram no esporte a sua formação humana e psicológica.

Eles vão lá fora e disputam com atletas provenientes de países em que o apoio ao esporte olímpico é material, decidido e forte. Enfrentando todo tipo de dificuldades - despesas de viagem, manutenção, alimentação, patrocínio - muitos deles, orgulhosamente, recebem uma medalha e elevam o nome do Brasil no cenário esportivo internacional.

Quando esses meninos receberam suas medalhas, levantaram a bandeira nacional e falaram do Brasil com os olhos cheios d’água, despertaram em todos nós um sentimento muito grande de brasilidade, de amor a esta Terra. Mais do que isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eles se transformaram em exemplo para a juventude brasileira.

A presença deles aqui hoje, no Senado Federal, é uma forma simples de dizer muito obrigado, mas é também um momento de reflexão para que todos nós - o Congresso Nacional, o Governo, o setor privado - acordemos para a necessidade de se incentivar, de se apostar no esporte olímpico e no esporte de um modo geral, de se reorganizar o esporte nacional, de tal sorte que o Brasil, que possui um material humano fantástico, produto natural da miscigenação das raças que formou a sociedade brasileira, possa, a partir do esporte, construir uma juventude mais sadia. E, obtendo melhores resultados nas jornadas esportivas internacionais, possa traduzir isso dentro do Brasil, com o exemplo de que é na prática do esporte que se pode formar uma nova juventude, mais sadia e com objetivos muito mais bonitos, longe das drogas e freqüentando a escola com mais assiduidade. Se queremos uma sociedade menos desigual é fundamental o apoio ao esporte.

A presença desses judocas aqui, Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, é na verdade simbólica. É uma maneira também de dizer muito obrigado aos milhares de jovens brasileiros que praticam esporte, que lutam contra todas as dificuldades para obter resultados no Brasil e no exterior, de dar-lhes incentivo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, termino dizendo que tenho um sonho na área esportiva - e sonhar não paga imposto -, que é a transformação do Centro Desportivo de Brasília, situado ao lado da Torre de Televisão, tão perto do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, em um Centro Olímpico Nacional. Seria um centro de excelência, onde garotos que se destacam nos mais variados esportes em todo o País pudessem se concentrar para receber treinamento específico, com o objetivo de buscarem resultados mais efetivos nos certames esportivos internacionais. Trata-se de um apoio que nós, do Congresso Nacional, do Governo Federal e do setor privado, devemos à juventude brasileira.

Imaginem um Centro Olímpico Nacional, cujas dependências físicas já estão praticamente prontas. Há ginásio de esporte, campo de futebol, pistas de atletismo, há todo o arcabouço físico necessário para, com algum investimento - e o Indesp, por intermédio do Dr. Augusto Viveiros, está ultimando estudos nesse sentido -, transformar essa área em um Centro Olímpico Nacional de excelência, de treinamento e de formação. Essa iniciativa poderá despertar a sociedade brasileira e todos nós para a necessidade de um apoio mais efetivo ao esporte, particularmente nas modalidades do esporte olímpico.

Cá entre nós, o resultado do Brasil nessa última Olimpíada, é claro, deixou a desejar. O esporte brasileiro passa por um momento de grandes dificuldades - está aí a CPI do Futebol para demonstrar. É preciso que essa iniciativa represente um renascimento, um momento de mudança e de reorganização do esporte de modo geral - do futebol, em particular. As formas arcaicas, velhas de se administrar o esporte devem ser afastadas, e os interesses comerciais que estão se sobrepondo aos interesses esportivos devem ser investigados. É preciso que nasça, a partir daí, com o novo século, uma nova forma de administrar o esporte brasileiro para que as futuras gerações tenham mais alegrias do que as que estamos tendo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, ao cumprimentar os judocas que comparecem ao Senado, ao Congresso Nacional, faço, na verdade, uma homenagem a todos os jovens brasileiros que, a despeito das dificuldades de patrocínio, da falta de motivação, enfim, de todos os obstáculos, têm sabido, por intermédio do esporte, engrandecer o nome do País no cenário internacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2000 - Página 21212