O SR. SÉRGIO MACHADO (PSDB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, assomo hoje à tribuna desta Casa para falar em nome da Liderança do meu Partido, o PSDB.

Recebi a missão, fruto de uma decisão da unanimidade da Bancada no Senado Federal, de expressar uma posição no momento em que se começa a se definir a sucessão para as Presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Essa decisão, tomada maduramente, reafirma nossa visão de que essa é uma questão interna do Congresso, sem relação com as posições ou compromissos de apoio ao atual Governo.

Reafirmo, no entanto, que a obra em prol do País, conduzida sob a liderança do Presidente Fernando Henrique, deve ser mantida. A disputa que se avizinha não pode fraturar a aliança estabelecida.

Desde 1995, no começo do Governo Fernando Henrique, o PSDB tem mostrado total desprendimento e não pleiteou, em três eleições, qualquer das Presidências do Poder Legislativo. O PMDB e o PFL, por sua vez, já deram suas contribuições, emprestando o talento dos Deputados Luís Eduardo Magalhães e Michel Temer para a Presidência da Câmara e dos Senadores José Sarney e Antonio Carlos Magalhães para a Presidência do Senado, onde cumprem sua missão institucional.

Agora, nos dois últimos anos desse Governo, é natural que o PSDB se apresente no direito de postular a seus aliados o apoio a um companheiro do Partido para a Presidência de uma das Casas.

A Bancada do Senado está à vontade para formular essa postulação para a Presidência da Câmara Federal, onde os Deputados do PSDB, por unanimidade, acabam de indicar o Líder Aécio Neves como seu candidato.

Isso significa que o apoio do PSDB nesse episódio depende do apoio que nosso Partido receber igualmente. Entretanto, isso não quer dizer que o Partido não possa considerar, se as circunstâncias políticas assim o exigirem, que venha a ser indicado um integrante do PSDB para presidir o Senado Federal.

Essas são as condições que o PSDB coloca, com toda a clareza, como primeiro passo para construção dos entendimentos que conduzam à escolha dos futuros Presidentes das duas Casas.

           Convencidos de que essa posição legítima não será obstáculo para a continuidade do nosso esforço conjunto na implementação do Programa de Governo e das propostas por que o País reclama, encerro meu pronunciamento, como Líder do PSDB no Senado Federal, reafirmando que esta é uma questão interna, que não foi tomada em nome, nem compromete o Presidente Fernando Henrique Cardoso, que, em diversas vezes, já manifestou opinião de que o assunto é exclusivo do Congresso. Portanto, está nas mãos dos Congressistas e assim deverá permanecer.

           Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas)