Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 80 anos de vida do Cardeal Dom Eugênio Sales.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 80 anos de vida do Cardeal Dom Eugênio Sales.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/2000 - Página 22161
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, EUGENIO DE ARAUJO SALES, CARDEAL, ELOGIO, ATUAÇÃO, AMBITO, IGREJA CATOLICA, CIDADANIA.
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, VOTO, CONGRATULAÇÕES, EUGENIO DE ARAUJO SALES, CARDEAL.

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O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo esta tribuna com muita emoção. Acredito que o fato de V. Exª, homem do Rio Grande do Norte, estar presidindo esta sessão também lhe dará uma grande emoção.

Desejo me congratular com o povo brasileiro, não apenas com o do Rio Grande do Norte, com o da Bahia ou com o do Rio de Janeiro, pelos 80 anos do Cardeal Dom Eugênio de Araújo Salles, que é um homem de Deus, um homem de coragem, um homem de decisão, um líder. Não é sem razão o prestígio que Sua Eminência Reverendíssima tem no Vaticano pela sua atuação como pastor.

Conheço Dom Eugênio há quase 40 anos. Quando jovem, vindo de Natal, assumiu, como Bispo Auxiliar, a Arquidiocese de Salvador; depois de quatro anos, tornou-se o Arcebispo Primaz do Brasil, eleito também, pelo Vaticano, Cardeal.

Dom Eugênio é um homem singular pela simplicidade, mas, sobretudo, pela coragem cívica. Às vezes, é mal compreendido não só pela Igreja como também por alguns segmentos que acham que ele não é um homem progressista. Posso afirmar que é dos mais progressistas dos Prelados brasileiros. Suas campanhas em favor da pobreza, tanto na Bahia como no Rio de Janeiro, foram um marco de uma época nova na Igreja do Brasil.

Assisti também na Bahia, em pleno regime militar, quando os direitos humanos de alguém era afetado, ele ir, pessoalmente - com o apoio do Governador e do Prefeito, que, no caso, era eu -, ao Quartel General dizer ao General Comandante da região que ou ele procedia com a correção devida de um general digno, ou seria pedida a sua excomunhão como nocivo à vida brasileira.

É um homem de gestos e, sobretudo, de liderança.

Ao completar 80 anos, ainda está à frente da Arquidiocese, embora, aos 75 anos, já tenha pedido a sua aposentadoria ao Vaticano. Esse homem é um dos melhores exemplos não só da Igreja, mas da cidadania brasileira.

Amanhã, a Academia Brasileira de Letras lhe prestará uma homenagem, e todo o Clero, no sábado, também o fará. Não gostaria que o Congresso Nacional, em particular o Senado, deixasse passar essa data sem falar do regozijo do País em ter homens como Dom Eugênio.

            Posso julgar-me suspeito de lhe fazer os merecidos elogios? Não. É que a minha convivência com ele, na intimidade da sua Arquidiocese em Salvador e também no Rio de Janeiro, obriga-me a lhe fazer justiça, uma justiça que, creio, faz-lhe todo o Brasil.

Sr. Presidente, sei que V. Exª, que é da terra de Dom Eugênio e que também governou o seu Estado - assim como eu governei o meu -, é admirador dessa figura notável do Cardeal do Rio de Janeiro.

Daí por que envio a V. Exª moção, para que V. Exª a submeta ao Plenário do Senado, que certamente a aprovará por unanimidade - tenho certeza de que todos a assinarão -, nesse ato de justiça do povo brasileiro, por intermédio do Senado, a essa figura expressiva, eu diria - a meu gosto - a grande figura do Clero do Brasil.

Muito obrigado a V. Exª.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/2000 - Página 22161