Discurso durante a 152ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Expectativa do povo pernambucano ante a possibilidade de Recife sediar a filial do Museu Guggenheim.

Autor
Carlos Wilson (PPS - CIDADANIA/PE)
Nome completo: Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • Expectativa do povo pernambucano ante a possibilidade de Recife sediar a filial do Museu Guggenheim.
Publicação
Publicação no DSF de 11/11/2000 - Página 22329
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • EXPECTATIVA, POVO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), POSSIBILIDADE, INSTALAÇÃO, SEDE, FILIAL, MUSEU, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), MUNICIPIO, RECIFE (PE), IMPORTANCIA, DESCENTRALIZAÇÃO, CULTURA, PAIS, DESENVOLVIMENTO, TURISMO, REGIÃO.
  • SOLICITAÇÃO, SENADOR, APOIO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), SEDE, FILIAL, MUSEU.

O SR. CARLOS WILSON (PPS - PE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta é uma semana de vital importância para o desenvolvimento cultural do País. Desembarcou, ontem, a comitiva americana que vai decidir a localização da filial do Museu Guggenheim no Brasil. O Presidente da Fundação, Thomas Krens, e os arquitetos Frank Gehry e Rem Koolhaas percorrerão as cidades de Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e São Paulo em busca do melhor lugar para a instalação do primeiro Guggenheim na América Latina. Há quase um ano, foram iniciadas as conversações sobre o assunto. Em maio deste ano, o Sr. Thomas Krens anunciou que o novo museu seria realmente construído no Brasil.

Encomendado, em 1942, pelo milionário americano Solomon R. Guggenheim ao brilhante arquiteto Frank Lloyd Wright, o belíssimo prédio em espiral que abriga o museu em Nova York só ficou pronto dez anos após a morte de seu fundador. Contém uma das mais belas coleções de arte moderna e contemporânea do mundo. Nos últimos anos, o Guggenheim vem se expandindo. Já tem filiais em Veneza, Berlim e Bilbao, além de Soho, na própria Nova York. Outro prédio estará sendo, brevemente, inaugurado naquela cidade, no East River, ao sul de Manhattan. E mais um será aberto no começo do próximo ano em Las Vegas, desta vez em parceria com o museu Hermitage de São Petesburgo.

Sábado próximo, dia 11, a comitiva americana visitará Recife e esperamos que não tenham sido em vão os esforços de todos os interessados na escolha da capital de nosso Estado para a instalação da filial do museu. Aos anseios pernambucanos aliam-se interesses da Fundação Guggenheim de deslocar o eixo internacional da arte para o Nordeste. Atitude séria e compreensiva, pois não temos na região nenhum significativo museu de arte. Não é justo que o Sudeste e o Sul sejam sempre os únicos depositários de obras valiosas, especialmente nos campos da pintura e da escultura internacionais.

Por outro lado, inegável será o desenvolvimento do turismo na região. Basta ver a recuperação da cidade espanhola de Bilbao, com a instalação de uma filial do Guggenheim no centro histórico da cidade. Os altos índices de violência e desemprego, somados ao terrorismo do grupo ETA e à decadência econômica oriunda do fim da extração mineral trouxeram um clima de desânimo àquela cidade basca. Com a inauguração do museu, em arrojado prédio desenhado por Frank Gehry, Bilbao renasceu e recebe, hoje, considerável número de turistas.

Thomas Krens considera a América Latina “imensa e robusta de riqueza cultural”, e acredita que o museu poderá ser uma forma de fortalecer a economia local. Desde 1997, gestões estão sendo feitas, junto a Thomas Rempen, publicitário alemão e colaborador do arquiteto Frank Gehry, no sentido de trazer o Guggenheim para Recife. Pouco tempo depois, Rempen visitou Recife e conheceu algumas áreas onde o museu poderia ser instalado. Optou pela área próxima à Escola de Aprendizes de Marinheiros, junto ao Memorial Arcoverde.

O visitante teve ainda o apoio técnico dos professores da Universidade Federal de Pernambuco, Moisés Andrade, Mônica Raposo e Paulo Andrade. Este último, manifestou-se a favor da área selecionada que considera a melhor localização “pois integra Recife e Olinda, além de agregar beleza naquele rico espaço verde”. Recife possui todas as qualidades exigidas pela equipe: boa localização, possibilidade de cessão do terreno, impacto social, atratividade de público e viabilidade econômica. Os investimentos deverão surgir dos fundos de pensão americanos em parceria com empresários brasileiros.

O povo pernambucano aumentou suas expectativas em torno da instalação do Guggenheim em terras do Recife. E a competente atuação do empresário Edemar Cid Ferreira, responsável pela mega exposição da Mostra do Redescobrimento, também é para nós uma certeza da escolha de nossa cidade para esse grande empreendimento. Esperamos, Senhor Presidente, que esse sonho não seja frustrado e para isso queremos contar com nossos ilustres colegas no sentido de dar apoio a meu Estado, para que o museu seja realmente localizado na região nordestina, em benefício não só de Pernambuco, mas de todo o Nordeste, carente em matéria de arte internacional.

Era o que tinha a dizer.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/11/2000 - Página 22329