O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, volto a esta tribuna para falar de um assunto que vai se tornar naturalmente repetitivo, em razão da incompetência do Governo para resolver os problemas deste País.

No ano passado, assomei à tribuna para criticar as estradas federais do nosso País. Sou de uma região - o sudoeste goiano - altamente produtora de alimentos: soja, milho, arroz, feijão, carne, leite, etc. E todos os anos, neste período chuvoso, as estradas ficam praticamente intransitáveis. Trata-se das BRs 060, 364 e 158. O frete, naturalmente, sobe; os caminhões quebram; os agricultores e os pecuaristas são penalizados; o Senador que representa essa região e o Estado de Goiás vem à tribuna e fala a mesma coisa. Enfim, todos os anos vemos a repetição dos mesmos fatos.

Sr. Presidente, venho aqui envergonhado, como Senador da República, por não conseguir restaurar as BRs que cortam o meu Estado. Envergonhado, porque todos os anos morrem dezenas de pessoas nessas estradas, inclusive amigos e parentes nossos, por causa das crateras existentes nessas estradas.

Antes mesmo do período chuvoso, já mencionei isso - está nos Anais do Senado - e muitas pessoas morreram e outras ainda vão morrer pela irresponsabilidade do Governo de não tapar as crateras abertas nas rodovias federais no nosso País.

Volto à tribuna com muita indignação. No final de semana passada, houve um acidente com três mortes próximo à cidade de Rio Verde e a minha cidade de Jataí.

E o que dizer para o povo da nossa região? O que dizer para os familiares dessas vítimas? Todos os anos morrem oito, dez pessoas nas estradas federais que cortam a região do sudoeste goiano. E o Senador fica quase impedido de visitar a sua região, a sua cidade, por causa da condição das estradas que estão provocando transtornos terríveis à nossa população.

O Ministro dos Transportes pertence ao meu Partido e tive, inclusive, o cuidado de levá-lo à região, para visitar as cidades e verificar a situação das estradas. Sua Excelência teve o bom senso, a sensibilidade de mandar fazer um trabalho de recapeamento. Mas, de repente, os recursos esgotaram-se e o Ministério dos Transportes não tem mais recursos para continuar as obras. Aplicaram lá apenas alguns mil reais. Esgotaram-se os recursos, e nem Ministro nem o DNER podem fazer nada. Então eu pergunto: reclamar para quem e para quê? O jeito é vir à tribuna e protestar. Da minha parte, toda vez que acidentes acontecerem na região do sudoeste goiano, virei a esta tribuna para expor o problema e dizer que os meus conterrâneos estão morrendo em acidentes automobilísticos por irresponsabilidade do Governo Federal.

Não posso imaginar um governo que não consiga tapar os buracos, as crateras nas rodovias federais. E a desculpa não pode ser a de que não há dinheiro. É preciso haver sensibilidade, porque, afinal, vidas e mais vidas estão sendo ceifadas constantemente. Consegui na Polícia Rodoviária Federal um dado interessante: houve 12 acidentes, só nesse final de semana, nessa região, com 3 vítimas fatais. Que Governo é esse? Como podemos defender um Governo como este? Como nós, Senadores da República, podemos reagir às cobranças da imprensa: “O que vocês estão fazendo lá no Senado? Será que não enxergam que essas estradas esburacadas estão matando gente? Onde está a responsabilidade das autoridades deste País?”

Venho a tribuna mais uma vez para protestar veementemente contra esse estado de coisas, contra a falta de sensibilidade do Governo Federal. Deixo mais uma vez registrado o meu protesto. Voltarei à tribuna quantas vezes forem necessárias para anunciar o acontecimento de acidentes, as mortes havidas e denunciar os culpados.

Muito obrigado.

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