Discurso durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resposta ao Senador Jader Barbalho sobre irregularidades na Sudam.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Resposta ao Senador Jader Barbalho sobre irregularidades na Sudam.
Publicação
Publicação no DSF de 07/12/2000 - Página 24429
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • RESPOSTA, PRONUNCIAMENTO, JADER BARBALHO, SENADOR, EXISTENCIA, RESPONSABILIDADE, CONGRESSISTA, CORRUPÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA (SUDAM).
  • CRITICA, JADER BARBALHO, SENADOR, INEXISTENCIA, REPUTAÇÃO, EXERCICIO, POLITICA, PAIS.

           O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Por ter sido citado nominalmente. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a fuga do Senador Jader Barbalho é uma estratégia. Primeiro, quero dizer que ele colocou o patrimônio histórico e eu não, porque, em 1992, a Receita Federal permitia e exigia que as pessoas colocassem os seus bens atualizados. Eu o fiz e ele não, porque não poderia fazê-lo.

           Em segundo lugar, a acusação que ele faz ao Sr. Gallerani de ter qualquer ligação com o Senado Federal é falsa. Vamos atender ao Senador Pedro Simon, realizando uma sindicância para ver que é falsa. Trata-se de uma acusação ao seu colega de Bancada Senador Ronaldo Cunha Lima e, mais do que isso, a D. Regina Borges, servidora exemplar, Diretora do Prodasen. Quero dizer que, embora tenha sócio majoritário genro meu na OAS, o Senador Jader Barbalho é muito mais beneficiado pela OAS do que qualquer outra pessoa. Ele recebeu em mão - em mão! - de um diretor da OAS R$50.000 e, posteriormente, mandou que entregasse a um seu “laranja” Luís Gonzaga, no edifício da Enasa, mais R$50.000 para sua campanha. Posso provar, e por isso ele fugiu, para não falar. Não tenho coisa alguma com conta fantasma. Ele, sim, tem um laranjal, que vou apontar, e os senhores vão ver que mais de 25 pessoas recebem por ele dinheiro, que depois lhe é repassado. Ele é, realmente, posso dizer agora, desonesto. E ponho o meu mandato com o dele se eu não provar que ele é desonesto nos casos da Sudam. Eu não falo sequer desse DNER que todos conhecem, mas venho aqui para dizer que, qualquer caso daí, façamos uma Comissão Parlamentar de Inquérito ou de Sindicância, ou, como pede a Senadora Heloísa Helena, qualquer dessas coisas sobre as duas pessoas. O que ele acusa aqui, de OAS, de inquéritos, tudo isso, evidentemente, é falso em relação a minha pessoa, até porque nada tenho com a OAS, que considero uma empreiteira igual a todas as outras e que quando encontra como fazer corrupção faz porque, como disse o Senador Pedro Simon determinada vez, são corruptores e corruptos. Infelizmente, isso no Brasil está agora pior do que nunca na administração do DNER e das estradas que são colocadas em concorrência no Brasil.

           É uma vergonha nacional e, dessa vergonha nacional, o fugitivo saiu para não ouvir que era o responsável. Todos sabem, ninguém de consciência pode dar um crédito a esse Senador. Garanto aos senhores que tudo o que informei sobre a Sudam é verdade e, mais do que isso, ele está comprometido na grande maioria dos projetos e há provas sobre isso no Ministério Público.

           De modo que essa figura, quando me acusa, é em carta que manda porque não sustenta o debate. Pede perdão por 4 e 5 de abril nos discursos que fez aqui e, então, faz chantagem maior acusando-me sem me dar a oportunidade de dizer-lhe o que ele merece.

Não há um ponto de acusação de minha vida. Procurem todos os senhores, vejam em qualquer lugar. Acusação política pode haver, mas ladroagem isso é de Jader Barbalho. Ele não é Galerani não, ele é Jader Barbalho mesmo. Ele não precisa mudar de nome; este já é uma mancha na política brasileira. Eu ando sozinho na Bahia, com o aplauso do meu povo; ele não pode andar no Pará porque todos o chamam de ladrão.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/12/2000 - Página 24429