Pronunciamento de Ernandes Amorim em 06/12/2000
Discurso durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Necessidade de mudança nas políticas econômica e social do Governo Federal, para privilegiar o setor produtivo brasileiro.
- Autor
- Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
- Nome completo: Ernandes Santos Amorim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA AGRICOLA.:
- Necessidade de mudança nas políticas econômica e social do Governo Federal, para privilegiar o setor produtivo brasileiro.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/12/2000 - Página 24432
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- DEFESA, IMPORTANCIA, INICIATIVA, GOVERNO FEDERAL, INVESTIMENTO, AUMENTO, OPORTUNIDADE, EMPREGO, OBJETIVO, COMBATE, VIOLENCIA.
- DEFESA, NECESSIDADE, ALTERAÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, GOVERNO FEDERAL, AUMENTO, INVESTIMENTO, POLITICA AGRICOLA, MELHORIA, FINANCIAMENTO, PRODUTOR RURAL, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. ERNANDES AMORIM (PPB - RO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo esta Tribuna para externar minha perplexidade com a falta de sensibilidade dos burocratas da área econômica.
Estamos vivendo uma verdadeira guerra civil, a violência toma conta das nossas cidades e até do campo. Estamos desamparados. Sou dos que defendem que o combate a violência, no nosso caso, não se faz com a polícia e sim com trabalho, com uma melhor distribuição de renda e oportunidade de trabalho para todos.
As nossa cidades estão inchadas, sitiadas por favelas, onde se amontoam brasileiros já quase sem esperanças, em sua maioria, oriundos da área rural, e que perderam suas terras, ou seus empregos, por uma perversa política econômica que privilegia o mercado financeiro e marginaliza o setor produtivo.
Os pequenos e médios agricultores são submetidos às mais rigorosas exigências para conseguirem um empréstimo de 5 a 10 mil reais, isto é, quando eles conseguem o milagre de ter acesso ao estabelecimento de crédito.
Até quando vamos ser expectadores de tantos desvios de recursos públicos. Os escândalos na área financeira são denunciados diariamente desta tribuna. Enquanto isso faltam recursos para a reforma agrária, para o Banco da Terra, para os assentamentos de colonos, para a aquisição de safras, sementes, defensivos e máquinas agrícolas. Com isso cai a nossa produção agrícola. Importamos arroz, milho e até feijão. Como explicar isso em um País como o Brasil, com milhões de hectares ainda a serem cultivados, e o que é mais grave, com milhões de agricultores de braços cruzados sem condições de trabalhar?
Como entender uma política agrária, que, através de decreto, confisca 50% da área do pequeno agricultor, sem nenhuma compensação, para atender o FMI, com o pretexto de reserva florestal, e tendo um IBAMA atuando de forma arbitrária, punindo indiscriminadamente quem quer, precisa trabalhar e produzir alimentos para um país onde ainda temos gente morrendo de inanição?
Para a sociedade é intolerável conviver com a impunidade e a corrupção desenfreada. O Congresso Nacional deve uma resposta ao nosso povo.
Acabo de sair de uma campanha, em que o povo me cobrava o fim da impunidade e uma política agrícola mais justa e adequada à realidade dos pequenos e médios produtores rurais.
Preocupa-me o fato de voltar a dirigir um município que necessita de investimentos na área social, e, principalmente, de geração de empregos. Somente através da geração de empregos, podemos tirar os jovens das ruas e livrá-los da delinqüência e das drogas, principal vetor da violência e dos desajustes sociais.
Precisamos dar um fim nos financiamentos para grupos econômicos estrangeiros, para comprarem com o nosso dinheiro, dinheiro do povo, as nossas empresas de energia e telecomunicações e, o que é mais cruel ainda, essas privatizações até hoje somente têm contribuído para o aumento do desemprego e aumento de tarifas.
É necessário que o "S" de BNDES seja realmente do social e não de cifrão do capital estrangeiro, que em nada tem ajudado a nossa sociedade.
BASA, SUDAM, SUFRAMA, BANCO DO BRASIL e CAIXA ECONÔMICA têm que ser, de fato, nossas agências de desenvolvimento, financiando com seriedade quem quer produzir e gerar riquezas e trabalho.
O que mais se vê em nossa região são esqueletos de grandes hotéis 5 estrelas abandonados. E os financiados ricos ficam impunes com o dinheiro do povo, vivem luxuosamente sem serem incomodados pelas instituições ou pela justiça.
Creio que é chegada a hora de mudanças, chega de tanta impunidade e mau uso do dinheiro do povo. Finalizando, quero registrar a minha confiança nesta Casa e na seriedade do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que já dá sinais de uma breve mudança na política econômica e social do seu governo, governando assim para a classe produtora que confia no seu Presidente da República.
Era o que tinha a dizer.
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