Fala da Presidência durante a 170ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao centenário de nascimento do ex-deputado e ex-senador Gustavo Capanema.

Autor
Geraldo Melo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RN)
Nome completo: Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao centenário de nascimento do ex-deputado e ex-senador Gustavo Capanema.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2000 - Página 24467
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, GUSTAVO CAPANEMA, EX-DEPUTADO, EX SENADOR, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, POLITICA, PAIS.

O SR. PRESIDENTE (Geraldo Melo) - Ao encerrar a parte da sessão do Senado Federal que reverencia a vida, a obra e a memória de Gustavo Capanema, quero juntar as minhas palavras às que foram aqui proferidas, entendendo ter razão o Senador Lúcio Alcântara: não deviam ser apenas os mineiros a expressar nesta Casa a homenagem que o Brasil deve a um dos mais eminentes políticos que serviram à nossa Pátria.

Dizia eu há pouco ao seu filho, que nos honra com a sua presença aqui: não tive o privilégio, que tantos tiveram, de conviver com Gustavo Capanema, mas a vida me deu oportunidade de conhecê-lo. Não gosto muito de lembrar-me daquela época, porque descubro como o tempo já passou e como passa rápido. Todavia, recordo-me de Gustavo Capanema no tempo em que eu, mal saído da infância, era levado para o Rio de Janeiro como Secretário de um Senador.

Naquele momento, uma quadra da história política brasileira que se iniciou precisamente com o episódio, citado agora pelo Senador José Alencar e a que se referia Gustavo Capanema como o momento mais dramático da sua vida pública, da morte de Getúlio Vargas. Nessa fase, quando um norte-rio-grandense assumiu a Presidência da República substituindo Vargas, quando se passou a viver um processo de crise que permeou a transição entre o Governo de Getúlio, o Governo de Café Filho e a posse de Juscelino Kubitschek, quando todos os episódios que culminaram com o impedimento de Café Filho, seguido uma semana depois pelo impedimento de Carlos Luz e a posse de Nereu Ramos, foi exatamente nesse momento que vi, navegando em meio às procelas que perturbavam e enchiam de ansiedade o Brasil, a figura serena, firme, impávida de Gustavo Capanema. Um homem que sabia ser uma espécie de antiespetáculo dentro daquele processo, alguém que tinha na serenidade, na firmeza, no uso da palavra exata para cada coisa, com a naturalidade que só os homens da sua cultura e da sua dimensão intelectual têm nesses momentos, ali eu o vi.

Não posso dizer que o conheci, como disse no começo; não tive o privilégio de conviver com ele; mas, por o haver visto e por ter tido notícia da sua vida e da sua obra, penso que, como todo o brasileiro, tenho o dever de dizer o quanto o admiro e o quanto me emociona e honra ter tido a oportunidade de presidir esta sessão de homenagem no momento em que ela se encerra.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/2000 - Página 24467