Discurso durante a 171ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

RECONHECIMENTO DA ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL JAPONESA "SOKA GAKKAI INTERNACIONAL.", QUE COMPLETOU 70 ANOS DE EXISTENCIA, EM ATIVIDADES DE PROJETOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS.

Autor
José Roberto Arruda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: José Roberto Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • RECONHECIMENTO DA ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL JAPONESA "SOKA GAKKAI INTERNACIONAL.", QUE COMPLETOU 70 ANOS DE EXISTENCIA, EM ATIVIDADES DE PROJETOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS.
Aparteantes
Júlio Eduardo.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2000 - Página 24679
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO, TRABALHO, RELAÇÃO, MEIO AMBIENTE, ARTES, EDUCAÇÃO, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA.

           O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB - DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a atenção de V. Exª e, neste começo de sessão, eu gostaria de, rapidamente - e agradecendo também a compreensão do Senador Álvaro Dias, primeiro inscrito -, expressar meu conhecimento de uma entidade não-governamental, Soka Gakkai Internacional, que está celebrando 70 anos de existência.

           A Soka Gakkai teve sua origem no Japão e é presidida pelo eminente Dr. Daisaku Ikeda, conhecido internacionalmente. Está presente em 163 países, com mais de dez milhões de filiados. É uma associação que basicamente visa a promoção da paz mundial e o respeito ao ser humano, por meio de atividades educacionais e culturais.

           Mas por que faço esse registro, Sr. Presidente?

           Porque, desde a década de 60, essa instituição está presente no Brasil, desenvolvendo trabalhos relacionados ao meio ambiente, às artes e à educação. E há alguns exemplos fantásticos. Na Amazônia, por exemplo, eles têm o Centro de Pesquisa Ecológica da Amazônia - Cepeam, que é um órgão da Soka Gakkai que desenvolve estudos sobre o ecossistema da Amazônia e suas aptidões para o desenvolvimento sustentável. Está instalado, lá na Amazônia, numa área de 55 hectares e recebeu o título de Reserva Particular do Patrimônio Natural, pelo Ibama.

           Os projetos culturais desenvolvidos no Brasil pela Soka Gakkai no Brasil contempla criações de corais, bandas, grupos musicais e de dança, além de uma orquestra filarmônica.

Trata-se de um trabalho cultural desenvolvido em vários Estados brasileiros. No caso específico das orquestras filarmônicas, que já realizaram diversos concertos, incluindo-se duas turnês internacionais, o trabalho é desenvolvido para adolescentes, a partir dos 12 anos de idade, que adquirem gosto pela música erudita por meio do ensino de instrumentos musicais.

Não poderia deixar de registrar, também, Sr. Presidente, o trabalho desenvolvido na alfabetização de jovens e de adultos por essa organização. O curso de alfabetização oferece condições para que aquele que nunca teve oportunidade de sentar-se em um banco de escola aprenda o básico, da 1ª à 4ª série, em quarenta aulas. O ineditismo está por conta do método utilizado: para cada aluno há sempre um monitor ao lado, num acompanhamento individual que faz a diferença.

Trata-se de algo importante, Sr. Presidente. Algumas pessoas perguntam-me como se pode alfabetizar jovens e adultos que nunca foram à escola em quarentas horas? O segredo é que, para cada aluno, há um monitor. É o que faz a diferença.

Gostaria de parabenizar os integrantes dessa organização no Brasil pelo importante investimento cultural, assistencial, científico e educacional que, com certeza, está evitando a exposição à violência de muitos jovens brasileiros.

Cumprimento, deste tribuna, o Dr. Daisaku Ikeda, pela sua iniciativa de servir à sociedade e ao próximo tendo como parâmetro o princípio budista de respeito à dignidade e bem-estar do ser humano.

            Para finalizar, Sr. Presidente, cumprimento esta organização não-governamental, a Soka Gakkai International, uma entidade filiada à Organização das Nações Unidas, pelos seus 70 anos de existência e pela contribuição que vem prestando à Paz Mundial, usando como armas a cultura, a educação, o respeito ao indivíduo e ao meio ambiente.

            No último sábado, tive o prazer e a honra de, convidado pelos dirigentes brasileiros da Soka Gakkai, ir a sua sede em Brasília. Vivo em Brasília praticamente toda a minha vida adulta e fui surpreendido, agradavelmente surpreendido, com um prédio arquitetonicamente belíssimo na quadra 608 sul, aqui em Brasília, no centro da capital do País, com uma platéia de mais de mil pessoas, assistindo a um concerto de piano, que se seguiu de uma palestra do concertista.

E falo de um concerto de piano para mil pessoas. Os que estão me ouvindo vão imaginar que estava lá a elite. Não! Eram pessoas de todas as classes sociais, com predominância das muito humildes, vindas da periferia e das cidades satélites e que trabalham junto com a organização e que recebem os efeitos do seu trabalho. Uma coisa importante, Senador Geraldo Melo, que preside esta sessão, fiquei absolutamente impressionado com os números que essa organização não-governamental apresenta. Ela vai a todas as camadas da sociedade, trabalha com alfabetização, com incentivos à arte e à cultura dentro da filosofia budista.

Vamos reconhecer: o Estado brasileiro, nem este Governo nem nenhum outro, tem condições de resgatar toda a dívida social acumulada em 500 anos de história e de desigualdades agindo sozinho. É preciso da ajuda de organizações, de entidades da sociedade organizada, de organizações não-governamentais. Poucas vezes em minha vida pública e pessoal vi uma organização tão desprendida, com conceitos tão elevados de solidariedade humana e com um trabalho tão efetivo de prestação de serviço à sociedade.

Por isso, desta tribuna, cumprimento a Soka Gakkai, seus dirigentes brasileiros e internacionais, pelo trabalho fantástico que desenvolvem. E eu não os cumprimento apenas pelo aniversário, mas por dar o exemplo, para que outras organizações não-governamentais, motivadas por esse trabalho, façam também o seu e, quem sabe, pelo esforço de toda a sociedade, poderemos melhorar a vida de todos os brasileiros.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2000 - Página 24679