O SR. CARLOS PATROCÍNIO (PFL - TO) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, moradores que somos de grandes cidades, acostumados aos confortos da vida moderna, temos a tendência a tomar a disponibilidade dessas coisas como um pressuposto. É-nos difícil imaginar a vida sem a energia elétrica, por exemplo, e nos habituamos a pensar que lampiões a querosene são coisas do passado, hoje encontráveis somente em alguns museus.

            Essa impressão, no entanto, é ilusória. No mundo inteiro há comunidades rurais e afastadas, pobres e estagnadas, cujos habitantes jamais viram um lâmpada incandescente, quanto mais um aparelho de rádio, um televisor ou uma geladeira. Aqui mesmo, em nosso Brasil, há enormes extensões de território ainda não servidas pela energia elétrica.

            Nelas vive certa quantidade de brasileiros, patrícios e irmãos nossos, que estão privados não somente dos confortos eletrodomésticos proporcionados pela eletricidade, mas também da possibilidade de se informar sobre o que acontece no País e no mundo, assim como das oportunidades de aprimorar seus conhecimentos e qualificação, pelo acompanhamento de cursos noturnos, e de incrementar sua renda, pelo trabalho após o pôr-do-sol.

            No Estado do Tocantins, por exemplo, até dois anos atrás, somente oito por cento da área rural dispunha de eletricidade. Felizmente, graças aos esforços da Companhia de Eletricidade de Tocantins (Celtins) e do Governo do Estado, essa situação vem mudando rapidamente. Um caso recente que demonstra o firme propósito da administração tocantinense de levar a eletricidade a todos os seus cidadãos, atingindo pelo menos 60 por cento da população rural até o final de 2002, é o do povoado de Mumbuca, situado no município de Mateiros, próximo à divisa com a Bahia, a 470 quilômetros de Palmas.

            Fundado em 1901 por migrantes da cidade baiana de Santa Rita, Mumbuca precisou esperar quase cem anos para entrar no século vinte: somente em 21 de dezembro do ano 2000 a luz elétrica chegou ali, levada pela Celtins. O custo da extensão da rede de transmissão de energia elétrica, ao longo de dez quilômetros, atingiu 73 mil reais, soma que foi bancada em 70 por cento pelo próprio governo tocantinense, por meio do Programa de Eletrificação Rural do Estado de Tocantins (PERTINS). O fornecimento de energia a essas localidades pequenas e afastadas não tem, no rigor das cifras, viabilidade econômica para a Celtins, mas Joaquim Guedes Coelho Filho, Diretor de Planejamento da empresa, faz questão de ressaltar seu compromisso social com a universalização do acesso à eletricidade.

            Sr. Presidente: hoje é tão comum ouvir-se falar em exclusão social e em exclusão cultural, mas quase ninguém lembra de mencionar a exclusão dos confortos da eletricidade. É essa terrível forma de exclusão que o Governo tocantinense vem combatendo.

            “Haja luz” - eis o que exclamou o Senhor no início da criação do mundo, para, em seguida, constatar que a luz era boa. A luz é, portanto, um dos primeiros dons de Deus aos homens. A eletrificação rural, assim, é um dever moral dos governos para com o seu próximo que ainda vive nas trevas. E esse compromisso foi assumido e vem sendo cumprido em nosso Estado.

            Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR CARLOS PATROCÍNIO EM SEU PRONUNCIAMENTO:

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            Modelo112/18/242:54