Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

IMPORTANCIA DO EQUILIBRIO ENTRE OS PODERES LEGISLATIVO E EXECUTIVO. EXPECTATIVA DA SOCIEDADE QUANTO A APRECIAÇÃO DAS REFORMAS TRIBUTARIA, POLITICA E DO JUDICIARIO. VOTOS DE PLENO EXITO AS MESAS DIRETORAS DA CAMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL.

Autor
Lúdio Coelho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Lúdio Martins Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA NACIONAL. REFORMA CONSTITUCIONAL. CONGRESSO NACIONAL. AGRICULTURA.:
  • IMPORTANCIA DO EQUILIBRIO ENTRE OS PODERES LEGISLATIVO E EXECUTIVO. EXPECTATIVA DA SOCIEDADE QUANTO A APRECIAÇÃO DAS REFORMAS TRIBUTARIA, POLITICA E DO JUDICIARIO. VOTOS DE PLENO EXITO AS MESAS DIRETORAS DA CAMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL.
Publicação
Publicação no DSF de 17/02/2001 - Página 1239
Assunto
Outros > POLITICA NACIONAL. REFORMA CONSTITUCIONAL. CONGRESSO NACIONAL. AGRICULTURA.
Indexação
  • AVALIAÇÃO, ENTENDIMENTO, PODERES CONSTITUCIONAIS, ANALISE, POLITICA NACIONAL, EXPECTATIVA, CONTINUAÇÃO, CRESCIMENTO, ECONOMIA NACIONAL, AUMENTO, CIDADANIA.
  • EXPECTATIVA, ATUAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMA JUDICIARIA, REFORMA POLITICA.
  • SAUDAÇÃO, MESA DIRETORA, SENADO, CAMARA DOS DEPUTADOS, VOTO, GESTÃO, BENEFICIO, PAIS.
  • ANALISE, SITUAÇÃO, AGRICULTURA, BRASIL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. LÚDIO COELHO (PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, há um dito popular que afirma que “depois da tempestade, vem a bonança”. Houve algumas dificuldades nas eleições para as Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, mas estou seguro de que, agora, passada a tempestade, haveremos de percorrer o caminho do entendimento adequado entre os Poderes da República.

            As manifestações dos Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados foram claras no sentido de se estabelecer um clima de respeito recíproco que desse condições de se percorrer o caminho do aperfeiçoamento administrativo, que está sendo seguido pela Nação brasileira.

            Conseguimos equilibrar a nossa moeda. No ano passado, já ocorreu um pequeno, mas importante crescimento na nossa economia da ordem de 4%. Creio que, neste ano, haverá um resultado ainda mais adequado.

            Até agora o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso passou por um período de reconstrução. A Nação brasileira, por muitos anos, gastou recursos de que não dispunha, às vezes aplicando-os em projetos que não eram os mais importantes, mas conseguimos equilibrar as finanças públicas.

            Efetivamente, houve grandes dificuldades em todos os setores da economia brasileira. No setor da indústria e no da agricultura, fomos muito penalizados. A agricultura pagou um tributo enorme para que se alcançasse a estabilização econômica da Nação brasileira. Mas sinto que chegamos ao fundo do poço. Muitas pessoas faliram, venderam-se muitas propriedades, mas, graças a Deus, o endividamento do setor agrícola hoje é mais suportável, mais adequado. E, neste ano, ainda estamos tendo o privilégio de enfrentar condições de tempo muito adequadas; está começando uma safra muito boa de grãos.

           Estabilizada a economia, há um outro fator importante que tenho observado. Noto que a população brasileira está acompanhando mais atentamente o desempenho dos políticos. É muito importante que a Nação deseje que aconteçam fatos novos.

           Penso que está criado o clima. Agora, depois de criada a Lei de Responsabilidade Fiscal, muito importante para a Nação, haveremos de fazer a reforma tributária, a reforma do Judiciário e a reforma política. O Congresso Nacional está devendo à Nação essas reformas, e seria muito importante se a Nação se mobilizasse e cobrasse essas providências do Poder Público brasileiro.

           Estou confiante de que está criado um clima de entendimento entre os Poderes da República, para que, juntos, possamos fazer o que for melhor para a Nação brasileira. Penso que, se não pudermos fazer reformas completas em cada uma dessas áreas, será necessário que se iniciem essas reformas e que se façam correções.

           A administração é muito dinâmica; na administração, há uma atualização permanente. Na área particular, é possível que os administradores façam modificações permanentes em busca da eficiência e do bom resultado. Na administração pública, dependemos de leis, e, por isso, esse processo é mais demorado e complicado. Mas entendo que devemos começar essas reformas e fazer gradativamente o que for possível. Pode-se não fazer o que se deseja, mas temos que fazer o que for possível.

            Quero dirigir-me aos meus companheiros do Congresso Nacional e a essa grande maioria nacional, silenciosa, da Nação brasileira, a esse grande interior que trabalha permanentemente, independentemente de divergências ocorridas na área de Governo. Precisamos ter confiança em nosso País. A Nação precisa querer essas reformas e pressionar os seus representantes para que cumpram essa missão importante para o Brasil.

            Sr. Presidente, esta é a primeira sessão de rotina que estamos realizando. Desejo que Deus ilumine as Mesas do Senado, da Câmara e do Congresso Nacional para que dirijam os nossos trabalhos com serenidade e competência, a fim de que o País tenha um crescimento econômico capaz de trazer melhorias permanentes e gradativas das condições de vida da população brasileira.

            Desejo dizer também, a título de informação, que a área rural brasileira está um pouco mais tranqüila. Aquele período de invasões e de desrespeito às propriedades está terminando - eu sempre afirmava aos meus companheiros que haveria de terminar por falta de legitimidade. Muitos julgavam que eu era conivente com as invasões, mas estamos vendo, gradativamente, a volta do respeito às leis e às propriedade. Há uma maior serenidade na área rural, apesar de ainda trabalharmos sob condições muito adversas em relação ao mundo desenvolvido. Concorrermos principalmente com os Estados Unidos e o Mercado Comum Europeu, onde os subsídios à agricultura são extremamente altos. Isso me leva a afirmar aos meus companheiros que os agricultores brasileiros são muito competentes, pois trabalhamos com as taxas de juros mais altas do mundo, sem nenhum subsídio, com condições de transporte, que são importantíssimas para agricultura, horríveis. Há pessoas produzindo soja e milho a quase três mil quilômetros do porto de Paranaguá, transportando por rodovias em péssimas condições, ferrovias e navegação praticamente inexistentes e concorrendo com o produtor americano que, além de contar com taxas subsidiadas, é pago pelo Governo quando não produz. Além disso, dispõe de transporte de qualidade excepcional, percorrendo apenas duzentas milhas para colocar seus produtos agrícolas nos portos, oceanos, canais e lagos. Apesar disso tudo, conseguimos gerar divisas para a Nação brasileira e o Governo está um pouco mais atento.

            Tenho a honra de ser um roceiro plantador de milho. No Estado de Mato Grosso do Sul, o saco de 60 quilos do produto está sendo comercializado por menos de R$6,00, ou seja, recebem-se menos de R$0,10 por quilo. Foram dadas instruções ao Banco do Brasil para que fizesse contato com os Estados de Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, o Mato Grosso do Sul foi deixado de fora. Ontem à noite, o Ministro da Agricultura retornou-me uma ligação, dizendo-me que estava em reuniões com o pessoal do Canadá e que, hoje, dar-me-ia uma posição a respeito do financiamento. Essa situação é humanamente impossível de ser sustentada, pois não temos nem dinheiro para pagar o prejuízo.

            Sr. Presidente, desejo, mais uma vez, toda ordem de acerto e de competência à Mesa que V. Exª dirige.

            Muito obrigado.

 

            


            Modelo15/3/244:10



Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/02/2001 - Página 1239