Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

HOMENAGEM PELO TRANSCURSO DO CENTENARIO DE FALECIMENTO DA POETISA POTIGUAR AUTA DE SOUZA.

Autor
Tasso Rosado (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Jerônimo Tasso de Góis Rosado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM PELO TRANSCURSO DO CENTENARIO DE FALECIMENTO DA POETISA POTIGUAR AUTA DE SOUZA.
Publicação
Publicação no DSF de 06/03/2001 - Página 1936
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, CENTENARIO, MORTE, AUTA DE SOUZA, POETA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, ENCAMINHAMENTO, ACADEMIA DE LETRAS, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), HOMENAGEM, AUTA DE SOUZA, POETA.

O SR. TASSO ROSADO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Rio Grande do Norte está comemorando o transcurso do centenário de morte da poetisa Auta de Souza, fato que ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1901.

Apesar dos poucos anos que viveu, a ilustre poetisa figura entre os maiores da literatura potiguar, ao lado de Zila Mamede e Câmara Cascudo.

Nascida na cidade de Macaíba, na Grande Natal, aos 12 de setembro de 1876, Auta de Souza viveu apenas 24 anos, acometida que fora, aos 13 anos de idade, do então terrível mal da tuberculose, que tantas vidas ceifou, principalmente em nossa juventude.

Aos sete anos de idade, como autodidata, Auta de Souza já lia e escrevia, pertencente que era à tradicional família intelectual do Rio Grande do Norte.

Por sinal, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a nossa homenageada de hoje, Auta de Souza, era irmã de um ex-membro desta Casa, o saudoso Senador Elói de Souza, que tanto soube honrar o mandato outorgado pelos potiguares. Também era irmã do não menos ilustre escritor Henrique Castriciano, já desaparecido, responsável pela idéia da fundação da Escola Doméstica de Natal, cujo nome extrapola as fronteiras do próprio Rio Grande do Norte.

Com uma vida tão curta, o que é de lamentar, Auta de Souza só teve oportunidade de escrever um livro - Horto -, fazendo o seu lançamento, em 1900, aos 23 anos de idade, com prefácio de Olavo Bilac na primeira edição.

Segundo o jornalista e escritor Vicente Serejo, citado pelo jornalista Ailton Medeiros, no Jornal de Hoje, de Natal, “nenhum outro nome entre os poetas e prosadores papa-jerimuns dos últimos cem anos, reuniu em torno de sua produção uma fortuna crítica mais importante do que a poetisa: Jackson Figueiredo, Nestor Victor, Olavo Bilac, Alceu Amoroso Lima, Alfredo Bosi e Manuel Bandeira.”

Todos esses e outros tantos se manifestaram favoravelmente sobre a produção poética de Auta de Souza. Além do seu único livro - Horto -, a genial poetisa potiguar chegou a colaborar com os jornais da época, fazendo publicar seus poemas, com o pseudônimo de Hilário das Neves.

Nas comemorações do seu centenário de morte, o pesquisador e escritor Cláudio Galvão, em boa hora, lançou O Cancioneiro de Auta de Souza, reunindo partituras musicais contendo poemas de Auta de Souza, que se transformaram em letras de canções que o povo consagrou ao longo do tempo.

Auta de Souza é patrona da cadeira nº 20 da Academia Norte-rio-grandense de Letras.

Na oportunidade em que se celebra o centenário de morte da grande poetisa Auta de Souza e na condição atual de um dos representantes do Rio Grande do Norte no Senado Federal, por meio deste pronunciamento, quero registrar em ata um voto de reconhecimento aos méritos da ilustre poetisa potiguar, pelo brilho de sua inteligência e pela valiosa contribuição que deu, em tão pouco tempo, às letras do Rio Grande Norte e do Brasil.

Requeiro, outrossim, que a Presidência dê conhecimento desta homenagem à Academia Norte-rio-grandense de Letras da qual Auta de Souza é patrona da Cadeira nº 20.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/03/2001 - Página 1936