Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO GOVERNADOR DE SÃO PAULO, SR. MARIO COVAS.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO GOVERNADOR DE SÃO PAULO, SR. MARIO COVAS.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2001 - Página 2402
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MARIO COVAS, GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, ATUAÇÃO, ASSEMBLEIA CONSTITUINTE, BENEFICIO, CRIAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO).

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero deixar também registrada a dor e o reconhecimento do povo tocantinense neste instante em que toda esta Casa, representada pelos seus mais ilustres integrantes, que se revezaram na tribuna, presta seguidas homenagens a esse brasileiro tão importante, membro desta Casa, Governador de Estado, cuja biografia aqui hoje foi retratada, o Governador Mário Covas.

Sr. Presidente, ainda que jovem, o Estado do Tocantins tem a oportunidade de expressar aqui o seu reconhecimento por ter merecido dele gestos e ações importantes que acabaram por viabilizar, na Assembléia Nacional Constituinte, o nascimento do Tocantins. Por concessão de Mário Covas, Líder da Maioria naquela Assembléia, comandando uma bancada de 300 Parlamentares, logo na criação das subcomissões temáticas, que acabaram por peneirar os diversos assuntos e escolher entre os mais importantes aqueles que seriam votados em plenário, é que o então Constituinte Siqueira Campos, naquele momento ainda Deputado Federal pelo Estado de Goiás, recebeu a missão de ser o Relator da Subcomissão dos Estados. Integrava ele um partido que tinha apenas seis representantes na Assembléia Nacional Constituinte, o então Partido Democrata Cristão. Com esse número e com essa bancada, o PDC não tinha número para ter a relatoria de uma comissão tão importante. Vários Estados almejavam a criação. Os Territórios almejavam a sua transformação em Estados.

E Mário Covas, dizendo reconhecer o trabalho árduo de Siqueira Campos, que se tinha aprofundado nos estudos não apenas do Tocantins mas também de outros Estados, em detrimento de companheiros do seu próprio Partido, o então PMDB, decidiu por dar ao Constituinte Siqueira Campos a missão de ser o Relator da Subcomissão dos Estados. Ali começou a tomar corpo a criação do Estado do Tocantins.

Mas não foi só esse gesto, Sr. Presidente. Existiam também integrantes do próprio PMDB que, tendo o Presidente da República então, tendo a maioria absoluta de integrantes na Constituinte, chegaram a imaginar que pudesse ser o primeiro Governador do Tocantins indicado pelo Senhor Presidente da República, já que era um mandato de apenas dois anos. Tinha muita força o PMDB, e houve, sim, aqueles que, embora de forma oculta, não transparente, defendiam que o recém-criado Estado do Tocantins tivesse um Governador indicado pelo Presidente José Sarney.

Nessa oportunidade, o Líder da Maioria, Senador Mário Covas, e o ilustre Relator daquela Assembléia, hoje Senador Bernardo Cabral, firmaram posição pela eleição direta. Apoiaram Siqueira Campos na sua luta e permitiram que assim fosse votada a criação do Estado de Tocantins logo no princípio. A Constituição foi promulgada no dia 05 de outubro, e as eleições foram realizadas em 15 de novembro. Em pouco mais de 30 dias, tudo foi organizado para que o povo tivesse o direito de escolher o seu primeiro Governador.

Ainda recordo a manhã histórica em que a Comissão de Sistematização votou duas matérias de grande importância, uma delas, a duração do mandato do Presidente José Sarney e a outra, a criação do Estado do Tocantins. Recordo-me de que Siqueira Campos recorreu a Mário Covas e disse: “Se votarmos em primeiro lugar a duração do mandato do Presidente José Sarney, temo que a sessão se esvazie”. Aquele era o tema que ocupava as grandes manchetes de todos os grandes jornais do País. Pediu ele a Mário Covas e a Bernardo Cabral que permitissem que primeiro fosse votada a criação do Estado do Tocantins. E assim ocorreu, Sr. Presidente. Até o fim dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, não teria sido possível a criação do nosso Estado se não fosse o trabalho de Mário Covas e de Bernardo Cabral.

Sr. Presidente, depois de suceder nesta tribuna os membros mais importantes desta Casa, não poderia deixar de registrar o reconhecimento do povo tocantinense, o reconhecimento da nossa gente, ao trabalho realizado por Mário Covas na Constituinte em prol da criação do Estado do Tocantins.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2001 - Página 2402