Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO GOVERNADOR DE SÃO PAULO, SR. MARIO COVAS.

Autor
Arlindo Porto (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MG)
Nome completo: Arlindo Porto Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO GOVERNADOR DE SÃO PAULO, SR. MARIO COVAS.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2001 - Página 2403
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MARIO COVAS, GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, ETICA, ATUAÇÃO, POLITICA.

O SR. ARLINDO PORTO (PTB - MG. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, feliz o homem público que encerra sua carreira recebendo o reconhecimento, recebendo homenagens como esta.

Desde o início da sessão, Sr. Presidente, Líderes dos mais variados Partidos e Senadores estiveram nesta tribuna, para registrar momentos da história política de Mário Covas, cada um a seu modo, cada um a seu tempo, cada um dentro do seu processo ideológico, cada um com uma tendência partidária.

Aqui venho, em nome do PTB, trazer a nossa saudação, o nosso reconhecimento e também nosso apoio ao requerimento, nosso voto na plenitude das ações que são implementadas nesta Casa, porque feliz é o homem público que consegue, no Poder Legislativo, como conseguiu Mário Covas, exercer suas ações na plenitude.

Mário Covas fiscalizou como ninguém as ações do Poder Executivo, legislou como ninguém, debateu, defendeu propostas, apresentou projetos, participou da Constituinte de maneira brava, mas soube, principalmente, fazer política. Fez política com galhardia, com respeito aos seus adversários, defendendo princípios, defendendo propostas, mas, principalmente, participando de debates, debates acalorados, debates inflamados, mas em que pudesse, ao final, prevalecer o bom senso, prevalecer a ética, prevalecer o valor político. Não há como fazer política sem respeitar seus adversários, e ele fazia isso com maestria.

Como membro do Poder Executivo, ele, que teve a oportunidade de governar o seu Município e o seu Estado, soube governar com autoridade. Jamais abriu mão da autoridade de um governante, ponto importante para que as ações possam ser implementadas e para se obter aquilo que se espera de um governante, ou seja, que os objetivos sejam atingidos.

Com determinação e com coragem, enfrentou desafios, enfrentou momentos difíceis, enfrentou momentos graves da história político-administrativa do seu Estado. Soube, com maestria, gerir a questão administrativo-financeira, saneando as finanças estaduais, colocando São Paulo numa rota de desenvolvimento.

Também no Executivo soube fazer política, mas uma política de alto nível; não política de perseguição, a política rasteira, mas a política que pudesse colocar São Paulo e o Brasil num lugar de destaque. Não há como dissociar o Brasil de São Paulo, esse Estado grandioso, não apenas no seu processo econômico, mas também no seu processo político.

Tão grande foi o reconhecimento do seu povo, dos paulistas, que Mário Covas consegue se reeleger Governador do Estado. E, com a mesma vontade, com a mesma determinação, inicia o seu segundo mandato. Não há prova maior de reconhecimento de parte do povo que a reeleição de um homem público, notadamente quando esta se dá ato contínuo, como foi a experiência nova do Brasil em relação aos seus governantes, especialmente ao Governador Mário Covas.

Por isso, o reconhecimento do paulista ficou caracterizado nas últimas eleições; um reconhecimento que continuou avançando, que continuou acompanhando Mário Covas para que ele pudesse, ao final, concluir o seu mandato com o reconhecimento de todos os paulistas. Enfim, também o reconhecimento do povo brasileiro. Ele recebe do povo brasileiro a admiração, o respeito, algo que lhe daria coragem de enfrentar desafios - e não foram poucos os desafios que Mário Covas enfrentou.

Ao final, mostrou para todos nós, para o povo brasileiro, a sua vontade de viver. Se tinha vontade de viver, é porque viver vale à pena. Por essa razão estamos aqui hoje, consternados, trazendo nossa homenagem derradeira a esse cidadão, a esse pai de família, a esse homem público. Homem público, como nós, de quem naturalmente nos orgulhamos e no qual nos miramos a fim de encerrar assim também a nossa vida pública.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2001 - Página 2403