Pronunciamento de Antonio Carlos Magalhães em 07/03/2001
Discurso durante a 9ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
RESPOSTA AO PRONUNCIAMENTO DA SENADORA HELOISA HELENA.
- Autor
- Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
- Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SENADO.:
- RESPOSTA AO PRONUNCIAMENTO DA SENADORA HELOISA HELENA.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/03/2001 - Página 2592
- Assunto
- Outros > SENADO.
- Indexação
-
- RECONHECIMENTO, POSIÇÃO, HELOISA HELENA, SENADOR, VOTO FAVORAVEL, CASSAÇÃO, LUIZ ESTEVÃO, EX SENADOR, COMENTARIO, DESNECESSIDADE, OFENSA, REPUTAÇÃO, ORADOR.
- COMENTARIO, INEXISTENCIA, RELAÇÃO, RESULTADO, VOTAÇÃO, CASSAÇÃO, MANDATO, LUIZ ESTEVÃO, EX SENADOR, AUSENCIA, FRAUDE, SISTEMA, VOTAÇÃO ELETRONICA, SENADO.
O SR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, o destempero verbal da Senadora Heloísa Helena nos cria a obrigação de vir à tribuna para colocar os assuntos como devem ser colocados.
Se a Senadora não se dobra, também eu não me dobro; se a Senadora tem uma vida difícil, eu também já tive; se a Senadora se julga injustiçada - e acredito que sim -, as várias versões que circularam não autorizam que V. Exª tenha essa fúria que demonstrou na tribuna, porque se seu voto foi - e eu tenho a certeza de que foi - a favor da cassação, a Senadora não deveria estar tão exaltada, deveria estar mais calma, pois reconheço a sua origem, o seu trabalho e muito do que V. Exª disse como verdadeiro; mas isso também não é privilégio de V. Exª.
No entanto, tenho o dever, como cavalheiro, de não utilizar com V. Exª a linguagem que utilizou comigo. V. Exª verá, ao final de todo esse imbróglio, que não há lista, que o painel não foi modificado, nada disso. Por mais parcialmente que se queira fazer a apuração, V. Exª chegará à verdade, à verdade que está acima de tudo, e um certo dia, provavelmente, vai lembrar-se que daquela Presidência eu a defendi com muito vigor. Isso talvez não tenha calado na cabeça de V. Exª, e sim as intrigas formuladas por procurador que já mudou a sua colocação várias vezes, inclusive em recente reportagem do Correio Braziliense, que V. Exª deve ter visto, mudou a posição informando que eu não disse o que V. Exª afirma com tanto vigor que eu dissera.
Neste instante, o que quero lhe dizer é que V. Exª vai se arrepender bastante das afirmações caluniosas a meu respeito, infamantes, que eu não merecia, e até mesmo os correligionários de V. Exª sabem que eu não mereço, pela luta que estou empreendendo, inclusive, pela moralização do País e, para tudo, tudo, tudo que apontei, a cada dia, fica a verdade esclarecida e a sociedade tomando conhecimento de que eu não menti, que a minha verdade é a verdadeira.
V. Exª, portanto, está fora deste assunto. Não se precipite, fique mais calma. Compreendo a vida de V. Exª. Alguns de seus colegas já me contaram o esforço que V. Exª fez até chegar aqui. E chegando aqui, mais do que ninguém, eu compreendi, muitas vezes, a linguagem exagerada de V. Exª e, algumas vezes, lhe pedi atenção sobre isso.
Hoje estou sendo vítima da sua linguagem. Mas o seu arrependimento, o seu remorso virá mais cedo do que pensa. E tenho certeza de que, com a dignidade que lhe é própria, subirá àquela tribuna e irá se desculpar das infâmias que arrolaram em toda essa coisa, só porque - e V. Exª não entendeu isso - tomei uma posição de independência em relação ao Governo Federal.
Saiba também - e é bom que fique bem claro - que não é privilégio daqueles que mais sofreram, como é o seu caso, coragem. Coragem nunca me faltou na vida e, ao contrário do que V. Exª diz, nunca briguei para baixo, sempre briguei para cima - como estou fazendo agora. Então, verá que a minha posição não é a que V. Exª diz e que o meu passado também não é o que Exª pensa, e V. Exª chegará à conclusão de como a leviandade das palavras pode levar as pessoas a alucinações, talvez justificadas pela indignação da inverdade que lhe foi dada, e deve ter sempre o bom senso de, neste Parlamento, colocar as coisas nos devidos termos.
É o que faço em relação a V. Exª, com respeito a sua vida, mas sobretudo com respeito à verdade, que será esclarecida em todo o curso.
Se V. Exª quer uma CPI, eu também quero, ampla, geral e irrestrita. O seu Líder hoje sabe que eu assinarei o requerimento para constituição dessa CPI. Contudo observe que, antes mesmo de CPI, as verdades vêm sendo apontadas ao País, em relação a tudo aquilo que, antes dessas eleições das Mesas do Congresso, eu declarei. Respeito a sua indignação, mas não respeito e nem aceito as suas palavras.
Neste instante, todos devemos, como é natural, respeito uns aos outros e observar, acima de tudo, o respeito à verdade. Fique com a verdade e V. Exª vai ver que foi injusta com o seu colega desta Casa.
Muito obrigado. (Palmas.)