O Sr. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - O Senador Antonio Carlos Magalhães procura, com uma tática conhecida, colocar uma cortina de fumaça sobre as questões que queremos ver esclarecidas. Já não dá para agüentar isso!

No último final de semana, S. Exª citou, em várias entrevistas que deu, 31 pessoas, que foram enlameadas sem provas. Não quero citar as gravações. S. Exª ora diz que disse, ora retira o que disse; não sabe mais o que dizer. Amanhã vamos ouvir as gravações.

Senador Antonio Carlos Magalhães, V. Exª lembra que saí do Governo numa reforma ministerial. Saí do Governo da mesma forma que saiu o Ministro Waldeck Ornelas. Meus adversários jamais ousaram dizer nada de mim. Não quero que V. Exª cite pessoas; quero apenas que V. Exª quebre seu sigilo telefônico.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Está quebrado.

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL) - Quebre seu sigilo telefônico. Entregue...

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Está quebrado.

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL) - Deixe-me terminar. Ouvi V. Exª pacientemente. Deixe-me terminar. Não faça com que eu tenha de pedir a intervenção do Senador Jader Barbalho, solicitando a S. Exª que peça para V. Exª ficar “caladinho” aí. Eu não gostaria de fazer isso.

Quero que V. Exª quebre seu sigilo e permita a Nicéa Pitta demonstrar o que citou.

            A nota da Presidência da República, com todas as letras, diz:

11 - Sobre as negociações de empréstimos ao Pitta, cabe repudiar, desde logo, a infâmia de que tivesse qualquer relação com a candidatura do Presidente em 1998. A Prefeitura pleiteava, desde fins de 1996, um adiantamento de recursos orçamentários (ARO) de 300 milhões de reais. Ele foi concedido em novembro de 1997. Muitos meses antes das eleições de outubro de 1998.

12 - O Presidente da República não participou de quaisquer negociações para este empréstimo que foi decidido autonomamente pela diretoria do Banco do Brasil, que o considerou vantajoso para o Banco. Houve, sim, pressão: do Senador Antonio Carlos Magalhães, junto a colaboradores do governo. Pressão em função das ligações que o Senador Antonio Carlos Magalhães mantinha com o Dr. Maluf, desde que este o apoiou na primeira eleição para a Presidência do Senado."

Senador Antonio Carlos Magalhães, mais uma vez, V. Exª está sendo instado a apresentar as provas das denúncias. Caso contrário, V. Exª continuará a enlamear a Casa e a atrapalhar o País.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Vamos fazer a CPI que o Senador José Eduardo Dutra pediu.

O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) - Senador Renan Calheiros, peço a V. Exª que termine seu discurso pois seu tempo já está esgotado.

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL) - Já vou concluir, Sr. Presidente.

Senador Antonio Carlos Magalhães, V. Exª cita, com a maior naturalidade, uma Senadora da República de vida inatacável, uma Ministra do Supremo Tribunal Federal e o Presidente da República, mas sem provas.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Eu jamais faria a defesa de V. Exª como faço a da Senadora.

O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) - Senador Antonio Carlos Magalhães, neste caso V. Exª não pode apartear e sabe disso.

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL) - O Brasil não aceita isso, e, definitivamente, é preciso que fique claro para que a Nação entenda quem de nós quer o melhor para construir o seu futuro.