Discurso durante a 11ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, destacando as conquistas das mulheres no Rio Grande do Norte, em particular. Transcurso do centenário do Colégio Diocesano Santa Luzia. Registro da visita ao Rio Grande do Norte do empresário Antônio Ermírio de Moraes, para vislumbrar o potencial econômico do Estado.

Autor
Tasso Rosado (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Jerônimo Tasso de Góis Rosado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, destacando as conquistas das mulheres no Rio Grande do Norte, em particular. Transcurso do centenário do Colégio Diocesano Santa Luzia. Registro da visita ao Rio Grande do Norte do empresário Antônio Ermírio de Moraes, para vislumbrar o potencial econômico do Estado.
Publicação
Publicação no DSF de 13/03/2001 - Página 2820
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER, REGISTRO, HISTORIA, FEMINISMO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, IGREJA CATOLICA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ELOGIO, ATUAÇÃO, SATIRO DANTAS, SACERDOTE.
  • REGISTRO, VISITA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ANTONIO ERMIRIO DE MORAES, EMPRESARIO, EXPECTATIVA, INVESTIMENTO, INDUSTRIA, SAL, MAGNESIO.
  • EXPECTATIVA, TRANSPOSIÇÃO, AGUA, RIO SÃO FRANCISCO, BENEFICIO, FRUTICULTURA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).

O SR. TASSO ROSADO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pelo transcurso do Dia da Mulher, no dia oito último, e como representante do Rio Grande do Norte não poderia deixar de fazer uma manifestação sobre tão importante acontecimento.

E por que a necessidade de fazer este registro? Porque as conquistas das mulheres brasileiras estão intimamente ligadas ao meu Estado, ao Rio Grande do Norte. Num passado não muito distante, Juvenal Lamartine, que presidia a Comissão de Constituição e Justiça, realmente começou a dar o seu apoio indelével e indispensável para que esse movimento crescesse.

Depois de ocupar o cargo de Deputado, transformou-se em Governador do meu Estado. E lá, mais do que em qualquer outra parte da Federação, o movimento ganhou corpo, cresceu, desenvolveu-se e solidificou-se. Tanto que a primeira eleitora do País é uma norte-rio-grandense, por coincidência uma conterrânea, uma mossoroense, Celina Viana Guimarães. Foi ela a precursora do movimento.

Talvez por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esteja tão arraigada em mim a necessidade da defesa do equilíbrio de poder entre as mulheres e os homens. Sou apologista intransigente da “República das Mulheres”, porque tenho certeza de que, com o equilíbrio desse poder, o mundo será muito mais humanizado, as decisões muito mais sensíveis e poéticas. Acredito que com o poder dividido entre o homem e a mulher estaria definitivamente afastado o perigo das guerras, pois as mulheres detêm um poder muito maior do que nós, homens, de discutir e dialogar. Por meio delas, conseguiríamos dar o primeiro passo para a conquista da felicidade e da humanização das decisões e dos gestos políticos. Tenho certeza de que a mais agressiva das mulheres ainda será mais suave que o mais suave dos homens. Quanto maior a ascensão da mulher no poder e nas decisões políticas do País e do mundo, mais feliz e mais humano será o mundo.

Contudo, não pretendo deixar este pronunciamento restrito apenas à minha homenagem à mulher, defendendo o princípio do equilíbrio de poder entre o homem e a mulher. Desejo registrar cenas do cotidiano da minha terra, do meu Estado, para que esta Casa e o País inteiro tomem conhecimento do que lá se faz. E até defendo a tese de que, nestas sessões não-deliberativas, cada um de nós, Senadores, possamos trazer um pouco da nossa cidade, da nossa região, do nosso Estado, para que assim o País vá se tornando cada vez menor e não exista mais fronteira entre nós mesmos, brasileiros, para que seja tão peculiar, seja de conhecimento de toda a Nação todos os gestos que acontecem em nossos Estados, para que nos sintamos, talvez, como um único povo, sem ter mais nenhum Estado a nos separar ou uma fronteira a nos dividir.

Portanto, trago nesta oportunidade o registro do centenário de um colégio da minha cidade. Ele se reveste de maior importância porque foi um colégio idealizado pela minha religião, a Católica Apostólica Romana, e teve importância fundamental na geração de grandes líderes do meu Estado, de grandes líderes deste País. Por lá passaram pessoas que ocuparam cargos relevantes na Nação. E eu defendo aqui, de público, que as igrejas das diversas religiões devem investir na educação, servindo como exemplo esse meu Colégio Diocesano Santa Luzia, que, além de nos ministrar o aprendizado, também nos formava e influenciava a nossa personalidade. E, na minha cidade, talvez em função desse colégio, que é tão firme e tão forte na geração de homens, o uso da droga praticamente não existe, porque o colégio preocupa-se não só com a formação intelectual, mas com a formação moral dos jovens.

É por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que faço com tanta alegria este registro.

Está à frente desse colégio que permanece no meu coração um grande homem, que resolveu dedicar a sua vida inteira ao sacerdócio e ao ensino da juventude mossoroense. Trata-se do nosso querido Padre Sátiro Dantas, a quem presto uma homenagem toda especial.

Neste final de semana, esteve em Natal o Dr. Antonio Ermírio de Moraes, que foi conhecer o potencial econômico do Rio Grande do Norte. Como um grande patriota e empresário, ele também começa a vislumbrar a possibilidade de investir na indústria do sal - o mais importante setor do Estado - e no Pólo Gás-Sal.

O Senador Roberto Saturnino referiu-se às termoelétricas. Lá também temos gás em abundância, porque já existe na região do Guamaré a possibilidade de construção de termoelétricas. E o Dr. Antonio Ermírio de Moraes, com a sua visão patriótica e de homem público, efetivamente está disposto a investir naquela nossa região.

Sr. Presidente, o Dr. Antonio Ermírio de Moraes receberá de todo o Rio Grande do Norte o apoio necessário para que realmente possa investir em nosso Estado, na nossa região. O Rio Grande do Norte é um Estado rico e próspero, beneficiado de uma maneira peculiar pela própria natureza. Lá existem 70 quilômetros quadrados cheios de riquezas. Falta somente uma opção política de investimento, que me parece que virá agora por intermédio do Dr. Antonio Ermírio de Moraes.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há possibilidades de desenvolvimento da indústria salineira, do calcário e das águas-mães, de onde poderíamos produzir o magnésio metálico, uma das maiores riquezas do mundo atualmente. Trata-se de um produto utilizado na indústria automobilística, na fabricação de rodas e que passa agora, também, a ser utilizado nos motores pelo seu pouco peso, pela leveza que proporciona aos veículos. O meu Estado tem as condições e a matéria-prima necessárias para investir nessa indústria de ponta.

No Rio Grande do Norte, a bacia potiguar é a maior produtora de petróleo de solo no Brasil. Ultrapassamos a Bahia, que está em exaustão, e apresentamos uma expectativa de desenvolvimento, pois estamos começando a descobrir essa nova riqueza. Temos a chapada do Apodi, o vale do Açu, que serão grandes produtores de frutas. Com a transposição do Rio São Francisco, que tenho certeza terá o apoio desta Casa, a chapada do Apodi e o vale do Açu, com a perenização dos rios Mossoró e Jaguaribe, passarão a ser um pólo de exportação de frutas para o mundo inteiro.

Todos pensam que aquela região do Nordeste é um problema, mas isso não é verdade. Tenho certeza de que, muito em breve, principalmente com a transposição das águas do Rio São Francisco, a região deixará de ser um problema para ser uma solução para este País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/03/2001 - Página 2820