Discurso durante a 19ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

SATISFAÇÃO COM A RETOMADA DAS OBRAS DA FERROVIA NORTE-SUL.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • SATISFAÇÃO COM A RETOMADA DAS OBRAS DA FERROVIA NORTE-SUL.
Publicação
Publicação no DSF de 23/03/2001 - Página 3791
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • HISTORIA, CRIAÇÃO, CONSTRUÇÃO, FERROVIA, LIGAÇÃO, REGIÃO NORTE, REGIÃO CENTRO OESTE, SAUDAÇÃO, RETOMADA, OBRA PUBLICA, CONCLUSÃO, TRECHO, INICIO, TRANSPORTE, SOJA, REGIÃO, MUNICIPIO, BALSAS (MA), ESTADO DO MARANHÃO (MA), PORTO DE ITAQUI.

O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando na Presidência da República, José Sarney, com visão de estadista, vislumbrou a viabilidade de um grande corredor de exportação da produção agrícola do Nordeste, do Centro-Oeste e do Estado de Tocantins. Surgiu aí a fantástica idéia de uma ferrovia que, avançando com seus dormentes por terras praticamente ignoradas pelo resto do País, iria descobrir a riqueza de regiões agricultáveis antes não exploradas, em virtude da inexistência de transportes que escoassem o que ali fosse produzido. E trazendo a ferrovia até as proximidades de Brasília, em Anápolis, faria emergir um extraordinário progresso - em produtos e em quadros humanos - por onde percorressem os trilhos, o apito das locomotivas e os vagões de uma estrada de ferro.

Assim surgiu, com o início das obras em 1988, o sistema ferroviário Norte-Sul e Carajás, sob a responsabilidade da Companhia Vale do Rio Doce.

Carajás, Sr. Presidente, ligando São Luís a Açailândia, é uma ferrovia que nada deixa a desejar em relação às melhores ferrovias norte-americanas e européias. Reflete, a bem dizer, a competência com que a Vale do Rio Doce sempre se houve em tudo quanto gerencia.

Não obstante o reconhecimento nacional da grande importância do empreendimento Norte-Sul, as obras foram paralisadas em determinado instante, por longos sete anos, sete anos de perdido desenvolvimento para regiões com fortes perspectivas de enorme ampliação das suas produções, em função das facilidades que lhes criaria.

Incluída no Programa “Avança Brasil”, do Governo Federal, retomou-se a construção e 200 novos quilômetros já foram concluídos. A ampliação do trecho ferroviário de 605 quilômetros para 717 quilômetros, chegando até o Município de Porto Franco, diminuiu o percurso rodoviário dos produtos da região, especialmente a soja, permitindo, assim, uma redução significativa no custo logístico de todos os produtos.

Tenho, agora, o grande prazer de comunicar a esta Casa que começou a ser escoado, no último dia 13 de março, pelo sistema que envolve Norte-Sul e Carajás, partidas regulares de soja produzida na região de Balsas. O produto é levado ao terminal de Porto Franco, de propriedade da Vale do Rio Doce, segue para Açailândia e, pela ferrovia Carajás, vai até o porto do Itaqui - o de maior profundidade do País -, para alcançar os navios que o levarão para os mercados da Europa e da Ásia.

Estima-se que, neste ano de 2001, serão embarcadas 660 mil toneladas de soja. Dentro de poucos meses, os embarques já estarão sendo feitos de Estreito, onde já chegou a ferrovia em território maranhense, dali penetrando no Estado do Tocantins. Em média, o transporte de soja por quilômetro na ferrovia custa R$0,02 e na rodovia sobe para R$0,05. Com o escoamento da soja que agora se inicia no novo trecho operado da Norte-Sul, haverá uma redução da ordem de R$4,14 por tonelada de soja. Com a diminuição dos custos, ampliou-se a competitividade do produto no mercado internacional.

As facilidades que surgem para a comercialização da soja, naturalmente incentivarão os produtos de Balsas, com reflexos positivos na economia de toda aquela região.

Não preciso repetir nem enfatizar a excepcional importância da ferrovia Norte-Sul para o País. Quando concluída, será um poderoso instrumento para o desenvolvimento de um imenso espaço territorial brasileiro, com plenas perspectivas de aproveitamento econômico.

Dormentes, Sr. Presidente, estão sendo atualmente assentados para a passagem de vagões do progresso, aproveitando terras esquecidas em direção ao centro do País.

São grandes as esperanças, portanto, de que se dará definitiva continuidade a essa ferrovia da maior importância socioeconômica para o Brasil, retirando-a da nefasta lista das obras inacabadas, um verdadeiro cancro a exaurir as finanças nacionais.

Desta tribuna, congratulo-me com o Governo Federal pelo Programa “Avança Brasil” e pela decisão de concluir a ferrovia Norte-Sul.

Desejamos que todos esses investimentos se produzam e se reproduzam em benefício do País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/03/2001 - Página 3791