Discurso durante a 21ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

COMPARECIMENTO DE S.EXA. NA SOLENIDADE DE INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DE OURO PRETO, MINAS GERAIS, DIA 23 ULTIMO.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • COMPARECIMENTO DE S.EXA. NA SOLENIDADE DE INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DE OURO PRETO, MINAS GERAIS, DIA 23 ULTIMO.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2001 - Página 4106
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • REGISTRO, COMPARECIMENTO, ORADOR, SOLENIDADE, INAUGURAÇÃO, CENTRO DE ARTES, CONVENÇÃO, MUNICIPIO, OURO PRETO (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).
  • CONGRATULAÇÕES, DIRCEU NASCIMENTO, REITOR, UNIVERSIDADE FEDERAL, MUNICIPIO, OURO PRETO (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL - MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Srª Presidente Maria do Carmo Alves, estou chegando de Minas, a minha terra, e mais especificamente estou retornando de Ouro Preto, essa bela e histórica cidade que já foi capital de Minas Gerais. É uma cidade onde a história se renova. Aliás, essa frase, “a história se renova”, estava escrita, na última sexta-feira, dia 23, no painel do auditório do Centro de Arte e Convenções de Ouro Preto, construído pelo dinâmico reitor da Universidade Federal local com a colaboração dos governos, com a participação de Parlamentares.

O Centro de Artes e Convenções de Ouro Preto identifica perfeitamente essa renovação da História. Foi de lá que saíram os libertadores do Brasil, foi de lá que saiu a história maior desta Nação, tornando-a uma cidade permanentemente histórica e identificada com o sentimento nacional.

A solenidade, na tarde da última sexta-feira, dia 23, em Ouro Preto, estendeu-se pela madrugada - e contou com a presença do vice- Presidente da República Marco Maciel, representando o Presidente Fernando Henrique Cardoso, além do Ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, do Ministro do Esporte e Turismo Carlos Melles, do Ministro da Cultura Francisco Weffort, bem como do Secretário da Cultura de Minas Gerais, Ângelo Osório, que ali representou o Governador Itamar Franco. Presentes estavam também o ex-Deputado e diretor na área da cultura do Governo Federal, Octávio Elísio, que nasceu naquela cidade e tem por ela um sentimento muito profundo.

Compareceram a essa solenidade mais de 2.500 pessoas, da região central de Minas Gerais e até de. Enfim, toda a Minas Gerais ali estava presente, com sua cultura, sua história, seus homens públicos e suas universidades, numa demonstração efetiva de que a história de renova. Por que se renova? Porque Ouro Preto representou, em determinado momento, o destino desta Nação. Foi lá que se forjaram a soberania e a independência do Brasil, foi lá que nasceu a nacionalidade da pátria.

Ouro Preto, como sabemos, foi tombada pelo patrimônio histórico e, ao mesmo tempo, reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. É, pois, uma cidade histórica da mais alta expressão. A riqueza aurífera, que tanto esplendor e riqueza implantou em Ouro Preto, foi mandado para o mundo inteiro, especialmente para Portugal. Mas a riqueza do ouro praticamente desapareceu. Naquelas galerias infinitas que existem em Ouro Preto, lembrando a história, nelas já não corre o ouro. A mineração diminuiu bastante. É claro que o minério de ferro ainda é um expoente da riqueza da região. Mas, ao mesmo tempo em que a cidade se transformou em patrimônio cultural da humanidade, despertando o interesse e a visão de homens públicos deste País e de praticamente todo o mundo civilizado, ela foi perdendo a sua significação de riqueza, antes decorrente do ouro. Considerada patrimônio cultural da humanidade, permanentemente brasileiros e estrangeiros, gente do mundo inteiro visita Ouro Preto, a terra de onde saíram os libertadores do Brasil.

A verdade, Senhores, é que a cidade estava diante de um impasse: temos uma história fantástica, uma visão encantadora, a admiração de todos nós, mas o turismo não estava encontrando meios adequados para o seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que a Universidade Federal de Ouro Preto, implantada nos velhos tempos, recordava a história dos Inconfidentes, a cidade sentia que precisava passar para uma fase de turismo de negócios. Mas faltava-lhe uma estrutura hoteleira e sobretudo um centro, uma área destinada a grandes convenções, que pudessem interessar de forma ampla os empresários do País.

Foi assim que, com o apoio do Reitor Dirceu Nascimento, que teve há pouco seu mandato renovado pelo voto da comunidade acadêmica de Ouro Preto, iniciamos a construção do Centro de Artes e Convenções da cidade. Trata-se de um investimento orçado em cerca de R$10 milhões. Para sua concretização, contamos com a colaboração de todas as Lideranças políticas, empresariais e culturais de Minas; do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; do Vice-Presidente, Marco Maciel; de vários Ministros, os quais destinaram recursos mediante a Lei Rouanet* e do próprio Orçamento da República. Eu mesmo formalizei emenda nesse sentido. E, agora, num grande coroamento desse esforço, no dia 23, sexta-feira, inauguramos o notável Centro de Arte e Convenções de Ouro Preto, dentro de uma área de 11 mil m2, com 7 mil m2 de área construída. A obra destina-se à realização de convenções e eventos de interesse de todos os países do mundo e, particularmente, do Brasil.

Ouro Preto fica exatamente a uma hora de Belo Horizonte, portanto muito próxima da Capital. É uma cidade que precisa crescer. E a única forma que encontramos para isso foi buscar novos caminhos. Quando Governador de Minas, dei presença permanente naquela cidade, até porque ali em Ouro Preto é que passei a minha lua-de-mel, depois do meu casamento com uma mineira em Belo Horizonte. Todos os anos, no dia 15 de abril, eu visito Ouro Preto. E a cidade vai ficando no nosso pensamento. Presença permanente. E nessa sexta-feira, dia 23, confesso que fiquei realmente encantados. Voltei para Brasília, juntamente com o Vice-Presidente da República, Marco Maciel, que igualmente manifestava a sua admiração pelo evento e pela dimensão da importante obra que Minas e o Brasil acabam de ganhar.

Por isso mesmo, estou aqui para agradecer, em nome de Minas Gerais, que represento . Sei que posso falar em nome de 18 milhões de mineiros , para transmitir à Presidente do Senado, neste momento a Senadora Maria do Carmo Alves, de Sergipe, o nosso contentamento pela realização de tão significativo, que traduz e interpreta bem a frase a que me referi: A história se renova.

Por essa razão, solicito à Mesa que, por obséquio, em nome do Senado da República, transmita ao Reitor Dirceu Nascimento, da Universidade Federal de Ouro Preto, as nossas felicitações, na certeza de que esse evento haverá de contribuir para a auto-sustentabilidade de uma cidade que merece o olhar e o respeito do mundo inteiro.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2001 - Página 4106