Discurso durante a 13ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

INTERPELAÇÃO AO SR. MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, SR. MARCUS VINICIUS PRATINI DE MORAES.

Autor
Iris Rezende (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Iris Rezende Machado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • INTERPELAÇÃO AO SR. MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO, SR. MARCUS VINICIUS PRATINI DE MORAES.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2001 - Página 3017
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), EFICACIA, ATUAÇÃO, AUMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, OBTENÇÃO, FINANCIAMENTO, CUSTEIO, COMERCIALIZAÇÃO, SAFRA, INCENTIVO, EXPORTAÇÃO, PRODUTO NACIONAL, DEFESA, INTERESSE NACIONAL, REFERENCIA, EMBARGOS, PAIS ESTRANGEIRO, CANADA, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), MEXICO, CARNE, BRASIL.
  • ADVERTENCIA, NECESSIDADE, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, PROTEÇÃO, PECUARIA, PAIS, COMBATE, IMPEDIMENTO, ENTRADA, DOENÇA, GADO.

O SR. IRIS REZENDE (PMDB - GO) - Sr. Presidente, digníssimo Ministro de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Srªs e Srs. Senadores, a intenção dos nossos colegas Senadores quando requereram a presença de V. Exª e a do ilustre Ministro de Relações Exteriores, nesta Casa, para debater o embargo por parte do Canadá, dos Estados Unidos e do México à carne bovina brasileira, realmente foi uma iniciativa extremamente importante. Nesse espaço de tempo, a questão já ficou como que parcialmente solucionada. Para muitos, já não se justificava mais as presenças de V. Exªs nesta Casa, neste instante, para discutir esse tema. E o que se observa é que a Casa, na verdade, está tomada de vontade de discutir o tema agricultura brasileira, que é uma área apaixonante sob todos os aspectos na vida da nossa população.

Quando a questão do embargo chegou no seu clímax, tivemos oportunidade de ocupar a tribuna desta Casa e manifestar a nossa revolta pelo gesto precipitado, impensado e injustificável por parte de um país amigo, pois nada justificava aquela atitude naqueles termos.

Também tivemos oportunidade de fazer uma advertência a áreas do Governo, da qual participamos e defendemos nesta Casa, ouvindo ora a entrevista de um Ministro, ora a paciência de outros, mas eu devo aqui, Sr. Ministro Pratini de Moraes, fazer justiça a V. Exª: eu não tenho reparos a fazer ao comportamento de V. Exª naqueles momentos difíceis que atravessamos, pois V. Exª assumiu com coragem, com presteza, com competência a defesa dos interesses nacionais e, consequentemente, dos pecuaristas brasileiros. Por isso quero cumprimentá-lo.

Tivemos oportunidade de participar, ao lado dos Senadores Jonas Pinheiro, Osmar Dias e outros e de Deputados Federais como o Deputado Ronaldo Caiado e outros, de uma reunião com V. Exª, que nos fez sentir confiantes e tranqüilos pelas providências tomadas. Mas, Sr. Ministro, nós ainda não estamos inteiramente tranqüilos em relação a essas questões.

Tenho acompanhado, ao longo dos anos, o comportamento da pecuária brasileira e os fatos que atingem diretamente os interesses dos pecuaristas. E tenho observado que o setor, muitas vezes, é surpreendido por fatos inesperados. Lembro-me de que, no passado, quando o sul do País estava declarado livre da febre aftosa, exportando com mais facilidade os seus produtos, de uma hora para a outra, houve o surgimento de focos nos Estados do sul pela entrada - algumas vezes clandestina - de animais de países vizinhos em nosso território.

Durante muitos anos o Ministério manteve um serviço na nossa fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Eram desinfetados todos os veículos que adentravam o nosso território, para evitar a entrada da mosca do chifre no Brasil. No entanto, Sr. Ministro, do dia para a noite, a pecuária foi surpreendida com a invasão da mosca do chifre em todo o território nacional. E o mais surpreendente: no dia seguinte, todas as casas de produtos veterinários estavam tomadas de remédios para o combate à mosca do chifre. A pecuária brasileira tem gasto milhões e milhões de dólares, nos últimos anos, no combate à mosca do chifre, com resultados relativos.

Desse modo, Sr. Ministro, a minha preocupação é uma só. E sei que é a de V. Exª. Mas gostaria que essa inquietação não ficasse restrita ao Ministério da Agricultura e que o Governo como um todo, a área econômica, o Ministério do Planejamento e todas as áreas das quais depende o Ministério da Agricultura, realizassem, juntamente com V. Exª, um trabalho que pudesse evitar que amanhã fôssemos surpreendidos com o mal da vaca louca em nosso território.

Temos notado que existe uma guerra selvagem, movida por interesses econômicos, cujos autores não têm alma nem pátria. Então, precisamos estar preparados para tudo. Minha advertência é nesse sentido, ou seja, que o Governo, de modo geral, esteja extremamente solidário com V. Exª, para evitar que a pecuária brasileira seja inesperadamente tomada de males, fato que todos realmente receamos.

            Não terei réplica. Então, concluo cumprimentando V. Exª pelo seu desempenho não apenas na questão específica do mal da vaca louca, no episódio com o Canadá, mas pelo seu esforço à frente do Ministério da Agricultura. Quem passou por ali, como eu, o Senador Pedro Simon e outros passamos, sabe que não é fácil coordenar os trabalhos realizados pelo Ministério, órgão que depende muito de outras áreas do Governo, sempre convivendo com planos econômicos, que, ao final, têm como objetivo maior reduzir os gastos. Mas V. Ex.ª tem conseguido aumentar a produção agrícola, tem conseguido meios de financiamento para o custeio e comercialização da safra. V. Ex.ª vem lutando, realizando um trabalho extraordinário na exportação dos nossos produtos, elevando o conceito do produto rural brasileiro a países consumidores. De forma que o cumprimentamos. E podemos declarar: o Senado Federal nunca faltou e jamais faltará com o Ministério da Agricultura em qualquer instante, apoiando V. Ex.ª nos seus projetos, nos seus empreendimentos, na sua luta para a consolidação da agricultura brasileira.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2001 - Página 3017