Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DO ANIVERSARIO DE BRASILIA.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DO ANIVERSARIO DE BRASILIA.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2001 - Página 6636
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF).

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores; Sr. Embaixador da Hungria; Sr. Embaixador da Polônia; Sr. Ministro Júlio Aguiar, da Embaixada do Uruguai; Sr. Mário Miranda, representante da Embaixada de Portugal; Sr. Antônio Augusto Veloso, Superintendente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras; Srªs e Srs. Diretores; minhas senhoras e meus senhores, é com entusiasmo e alegria que venho à tribuna na manhã de hoje.

Não o faço por obrigação. Tampouco o faço para aparecer nos jornais ou na televisão. O que me motiva é a comemoração de mais um aniversário de Brasília, cidade que vai mostrando todo seu esplendor, ao completar 41 anos de existência.

Na história da vida das cidades, 41 anos é muito pouco. Na história das grandes capitais, esse tempo é quase nada. Basta lembrarmos capitais milenares, como Roma, Atenas, Bagdá. São cidades de inegável beleza e resplendor. Mas tiveram um longo tempo para se tornarem belas.

O que admira em Brasília é ela revelar sua beleza em tão pouco tempo. Seus extensos gramados, seus palácios de linhas modernas, sua arrojada concepção urbanística, a amplitude de seu horizonte. Tudo isso encanta qualquer um à primeira vista, ao primeiro olhar, logo na primeira vez que vem a Brasília.

Confesso, Sr. Presidente e caros Colegas, que sou um apaixonado por Brasília. Não nasci aqui, mas isso pouco importa. Brasília é minha cidade por adoção. Não se pode escolher a cidade onde nascer. Por isso, amamos a cidade natal quase automaticamente. Mas podemos escolher a cidade onde queremos morar, e a essa amamos com toda a nossa força. É assim que amo Brasília, com devoção, com fervor, de todo o coração.

Aqui tenho todas as referências de minha vida, desde quando cheguei, ainda pequeno, nos braços de minha mãe. Aqui estudei, formei-me, constituí família. Meu trabalho está aqui. Meus amigos estão aqui. E, agora, estou tendo a máxima satisfação que alguém pode ter com sua cidade ou com seu Estado. Estou tendo a oportunidade de representá-la nesta Casa, no honroso mandato de Senador que ora desempenho.

Disse que cheguei a Brasília ainda pequeno. Meu pai veio para cá ajudar a construir a cidade. Foi mais um, entre milhares de pioneiros, que acreditaram no sonho de um homem determinado, audacioso, tomado pela obsessão de integrar o Brasil “por dentro”, como dizia. Sabem que falo de Juscelino Kubitschek, esse brasileiro notável, que deu realidade ao sonho de Dom Bosco e teve a audácia de construir, em pleno chão bruto do cerrado, a nova Capital dos brasileiros.

Não foram poucas as resistências que encontrou Juscelino para mudar a Capital do País. Era natural que o Rio de Janeiro não quisesse perder o posto de Distrito Federal. Os políticos da oposição engrossavam o coro dos descontentes com a mudança. O Presidente JK, com seu destacado espírito democrático, sabia que, num Estado de Direito, não se passa por cima das leis. Era necessário vencer a resistência do Congresso Nacional.

Hoje, estivesse vivo, o idealizador de Brasília veria vastos gramados, canteiros floridos, árvores frondosas. Veria superquadras pontilhadas de prédios, edifícios suntuosos despontando no setor central, os vazios do Plano Piloto sendo rapidamente preenchidos por casas, mansões, construções. Veria novos setores, novas vias, novos empreendimentos aparecendo em várias direções.

Brasília não é apenas a cidade modernista nascida da genialidade de Lúcio Costa e da criatividade de Oscar Niemeyer. É um marco na história de nosso País. É o ponto mais concreto de um projeto de integração nacional. O plano de Juscelino era rasgar um cruzeiro de estradas, dos quatro pontos cardeais, tendo por base Brasília. Ela seria o símbolo dessa jornada de integração.

            Repetindo as palavras do gênio do traço, o arquiteto Oscar Niemeyer, “Brasília é um convite à imaginação, às formas novas e belas, capazes de surpreender e emocionar pelo que representa de novo e criador...” Podemos afirmar que, com a inauguração de Brasília, inaugura-se um novo sentimento de pátria, uma nova concepção de Brasil, que passa a incorporar aquelas zonas distantes e quase sem acesso à economia e ao desenvolvimento nacionais.

Só coisas belas e que tocam fundo na alma inspiram os poetas. E a beleza de Brasília, nós últimos 41 anos, por diversas vezes, serviu de inspiração a vários deles. Desde que foi iniciada a construção da cidade, diversos poetas dedicaram-lhe versos, e assim será sempre, pois a sua paisagem é uma permanente fonte de inspiração. As superquadras arborizadas compõem a perfeita harmonia entre a paisagem natural e o concreto, que, aqui, longe de ser frio, transmite muita emoção. Emoção que agora dividido com todos aqui presentes.

Para encerrar este pronunciamento, Sr. Presidente, quero dirigir uma saudação especial àqueles homens pioneiros que ajudaram a construir esta cidade, deixando para trás seus locais de origem, como meu pai o fez, para dar realidade a um sonho.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2001 - Página 6636