Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

LEITURA DO MANIFESTO DA GRANDE LOJA MAÇONICA DE RORAIMA, APOIANDO A INSTALAÇÃO DO PELOTÃO DE FRONTEIRA EM UIRAMUTÃ - RR.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PFL - Partido da Frente Liberal/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FORÇAS ARMADAS.:
  • LEITURA DO MANIFESTO DA GRANDE LOJA MAÇONICA DE RORAIMA, APOIANDO A INSTALAÇÃO DO PELOTÃO DE FRONTEIRA EM UIRAMUTÃ - RR.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2001 - Página 6644
Assunto
Outros > FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • LEITURA, DOCUMENTO, MAÇONARIA, ESTADO DE RORAIMA (RR), APOIO, CONSTRUÇÃO, PELOTÃO, FRONTEIRA, GARANTIA, SOBERANIA NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, AMEAÇA, ATUAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), REGIÃO AMAZONICA.
  • SOLICITAÇÃO, REGISTRO, DOCUMENTO, CAMARA MUNICIPAL, CAPITAL DE ESTADO, DEFESA, CONSTRUÇÃO, PELOTÃO, MUNICIPIO, UIRAMUTÃ (RR), ESTADO DE RORAIMA (RR), FRONTEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, coincidentemente, comemoram-se o Dia do Exército e o Dia do Índio, o que nos faz lembrar, de um lado, a figura do índio brasileiro, nosso primeiro habitante, e, de outro lado, a figura do Marechal Rondon, o grande defensor dos índios, o grande desbravador das nossas fronteiras, que soube implantar uma política realmente nacionalista de defesa do índio.

            Mas hoje, no Brasil, a realidade é muito diferente. Estou aqui, a pedido das duas grandes potências maçônicas do meu Estado, para ler um manifesto, assinado pelo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Roraima e pelo Grão-Mestre do Grande Oriente Estadual de Roraima. Passo a ler:

A maçonaria de Roraima vem externar a toda a sociedade brasileira neste dia 19 de abril de 2001, Dia do Exército, seu irrestrito apoio à construção do Pelotão de Fronteira no Uiramutã.

Rememoramos a todos os que amam o Brasil as palavras imorredouras ditas pelo Maçon Barão do Rio Branco, um dos expoentes que concretizaram os nossos limites de fronteiras atuais:

“O Brasil teria de se manter atento nos entendimentos internacionais, jamais adotando posições que, na hora sendo louvadas por interesses inconfessáveis, pudessem dar margem a futuras alegações indevidas. Havia que se ter sempre em vista que cada parcela do nosso território, tendo sido conquistada por meios suasórios (persuasivos) e jurídicos, exigia, para ser preservada, que fosse ‘seriamente organizada a defesa nacional’, pois ‘não se pode ser pacífico sem ser forte’.”

Na Amazônia e em especial em Roraima hoje temos observado um movimento bastante “estranho”, norteado por diversos organismos nacionais e internacionais, que tentam ditar inúmeras ações voltadas para a esterilização do progresso na região amazônica, como:

-     retirada de terras ocupadas por famílias há séculos. Demarcação de terras indígenas imensas, como nada antes visto na história de outros países;

-     veto à exploração da biodiversidade e riquezas naturais, mesmo de forma racional e sustentada;

-     veto à construção de hidrelétricas, rodovias, hidrovias, unidades de apoio militar;

-     veto ao acesso e trânsito de brasileiros a terras brasileiras, estímulo à segregação de índios e não índios, dentre outras equivocadas ações.

Em contrapartida, assistimos setores da burocracia nacional autorizarem essas organizações a circularem, pesquisarem e até patrocinarem seminários, cursos de graduação e pós-graduação para diversos agentes do Estado, inclusive do setor judiciário, nas universidades do chamado “Primeiro Mundo”.

Daí concluirmos ser a fonte de tantas dificuldades a serem enfrentadas por nós brasileiros que aqui residimos e que buscamos o desenvolvimento de Roraima.

O Exército, presente na Amazônia desde o início do século XVII, tem sido fiel cumpridor de sua obrigação constitucional no sentido de desenvolver e integrar os diversos pontos de fronteira. Vivificando-os com brasileiros oriundos de todas as raças, credos, costumes. Continuando a tradição de sua formação primeira na Batalha dos Guararapes, quando índios, brancos e negros se uniram e escorraçaram os invasores holandeses de nossa Pátria.

O Exército, dando mostra de sua capacidade de bem servir a Nação, está implantando em Manaus o Centro de Pesquisas na Amazônia, centro com tecnologia de ponta na ciência médica, que contribuirá decisivamente para a medicina mundial na solução de doenças tropicais como malária, febre amarela, dengue, tuberculose, leischmaniose, dentre outras.

Até vinte, trinta anos atrás, portanto há pouquíssimo tempo, assistíamos ao convívio harmônico de toda uma comunidade que trabalhava pelo perfeito desenvolvimento do então território roraimense. Brancos, negros, índios, nas mais diversas atividades, ombro a ombro, vislumbravam todos um Terceiro Milênio repleto de bem-aventuranças.

Desejamos, respeitamos e aceitamos de bom grado o auxílio de todos os que realmente busquem a justiça e a eqüidade. Não acreditamos na violência das armas ou na arrogância dos poderosos, que se acham desenvolvidos e que, em pleno terceiro milênio, continuam exterminando vidas.

Buscamos a concórdia e o desenvolvimento espiritual do ser humano em todos os recantos do Universo.

Conclamamos, portanto, todos os segmentos governamentais, em todas as esferas de poder, Executivo, Legislativo, Judiciário, bem como todas as organizações não-governamentais sérias a ponderarem as palavras visionárias do Barão do Rio Branco e aqueles que, infelizmente, tenham se equivocado, revejam urgentemente suas ações e venham trabalhar em conjunto para a construção de um Brasil com justiça social e dignidade espiritual para todos os brasileiros.

“Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la.” (Gen. Ex. Rodrigo Octávio Jordão Ramos)

Fortaleçamos, portanto, a defesa nacional, como orientou Rio Branco, fortaleçamos urgentemente o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Lembremos dos maçons que nos precederam, como Tiradentes, Pedro I, José Bonifácio, Caxias, Visconde do Rio Branco, Barão e Visconde de Mauá, Deodoro da Fonseca, Benjamim Constant, Floriano Peixoto, Rui Barbosa, Prudente de Moraes, Campos Sales, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Senna Madureira, dentre inúmeros outros.

Continuemos fortes! Continuemos pacíficos! Que o Grande Arquiteto do Universo nos abençoe e guarde.

     Grande Loja Maçônica de Roraima

     Grande Oriente Estadual de Roraima.

            Sr. Presidente, o manifesto que acabei de ler em nome da maçonaria roraimense é em apoio à construção de um quartel do Exército no Município de Uiramutã, fronteira do Brasil com a Guiana e a Venezuela. Uma entidade não governamental, chamada Conselho Indigenista de Roraima, teima em não aceitar a presença do Exército.

Quero também, Sr. Presidente, que seja dada como lida e, portanto, publicada na íntegra uma moção da Câmara de Vereadores de Boa Vista a favor da construção do pelotão de fronteira.

Trata-se de um registro que quero fazer neste dia que, coincidentemente, é o Dia do Índio e o Dia do Exército Brasileiro.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO:

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2001 - Página 6644