Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

CRITICAS A NOVA ADMINISTRAÇÃO DA RADIO MEC, DO RIO DE JANEIRO.

Autor
Roberto Saturnino (PSB - Partido Socialista Brasileiro/RJ)
Nome completo: Roberto Saturnino Braga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TELECOMUNICAÇÃO.:
  • CRITICAS A NOVA ADMINISTRAÇÃO DA RADIO MEC, DO RIO DE JANEIRO.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2001 - Página 7355
Assunto
Outros > TELECOMUNICAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, IMPORTANCIA, TRADIÇÃO, EMISSORA, RADIO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), HISTORIA, CULTURA, PAIS.
  • ANALISE, CRITICA, MARISTELA RANGEL, DIRETOR, RADIO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), MOTIVO, FALTA, CULTURA, DEFESA, SUBSTITUIÇÃO, DIRETORIA.
  • COMENTARIO, CRITICA, PAULO HENRIQUE CARDOSO, FILHO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INFLUENCIA, PERMANENCIA, DIRETORIA, RADIO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. ROBERTO SATURNINO (PSB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, volto hoje ao tema da Rádio MEC, que já tive oportunidade de abordar desta tribuna, mas que continua a me preocupar, pela evolução dos acontecimentos de que tenho ciência.

Havia entre os servidores da Casa uma expectativa bem fundada de que, com a mudança da direção da Acerp, assumindo a sua direção o jornalista Fernando Barbosa Lima - saudado por todos, um homem muito conceituado -, também houvesse uma mudança na direção da Rádio MEC, com a substituição da atual diretora, a Srª Maristela Rangel. Na verdade, é consenso entre os funcionários de que essa senhora não tem condições culturais para exercer a direção de uma entidade com a história, a tradição e a importância da Rádio MEC. A Sociedade dos Amigos da Rádio MEC chegou a apresentar uma lista tríplice que não foi respeitada, e a diretora foi confirmada no cargo.

Dessa forma, Sr. Presidente, essa decisão está causando uma indignação entre os funcionários, pela decepção profunda, e pode transformar-se num escândalo. Não quero falar de um escândalo de corrupção, mas sim de um escândalo cultural, porque se sabe que essa senhora é sustentada politicamente - não quero me fazer entender de forma errada - pelo filho do Presidente. Quem luta por sua permanência é o Sr. Paulo Henrique Cardoso, que tem trânsito no Palácio do Planalto, junto à Secretaria de Comunicação Social do Presidente, à qual, equivocadamente, a Sespe está vinculada - deveria estar vinculada ao Ministério da Cultura ou ao Ministério da Educação, mas está vinculada à Assessoria de Comunicação, que não tem fins culturais e não sabe da importância e da estatura cultural das pessoas que estão envolvidas no problema da Rádio MEC.

Sr. Presidente, não se sabe por que o Sr. Paulo Henrique Cardoso, filho do Presidente, defende tal senhora. O que nos estranha e nos causa indignação é sua permanência no cargo quando pessoas da estatura cultural de Edino Krieger, da professora Maria Iêda Linhares, de Zito Batista Filho e de Renato Rocha estão mostrando a evidência de que essa senhora não tem condições de continuar na direção daquela Rádio. Mesmo assim, prevalece a pressão e o ponto de vista do Sr. Paulo Henrique, filho do Presidente, que, parece-me, faz chegar ao Sr. Andrea Matarazzo a exigência de manutenção no cargo dessa senhora. É claro que o Sr. Andrea Matarazzo talvez não saiba fazer a distinção entre a estatura cultural dessas pessoas. Talvez, ele não perceba o que está fazendo, porque não tem vivência no setor; na verdade, ele não deveria ter qualquer ingerência sobre a Rádio MEC. Mas o Sr. Francisco Weffort, por exemplo, sabe muito bem disso. Portanto, o Sr. Andrea Matarazzo deveria consultar o Sr. Francisco Weffort para saber quem é quem, atendendo, assim, aos anseios dos servidores da Rádio MEC por meio da substituição esperada, antes que isso se transforme em um escândalo, Sr. Presidente. Não quero me referir - digo e repito - a um escândalo de corrupção e financeiro, não, mas a um escândalo cultural, pela representação que tem a Rádio MEC na história da cultura deste País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2001 - Página 7355