Pronunciamento de Antonio Carlos Valadares em 07/05/2001
Discurso durante a 47ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
REGISTRO DA PARTICIPAÇÃO DE S.EXA. EM REUNIÃO COM POLITICOS E AUTORIDADES DE SERGIPE, PARA TRATAR DA CRISE QUE ATINGE A CITRICULTURA NAQUELE ESTADO.
- Autor
- Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
- Nome completo: Antonio Carlos Valadares
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA AGRICOLA.:
- REGISTRO DA PARTICIPAÇÃO DE S.EXA. EM REUNIÃO COM POLITICOS E AUTORIDADES DE SERGIPE, PARA TRATAR DA CRISE QUE ATINGE A CITRICULTURA NAQUELE ESTADO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/05/2001 - Página 8267
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- REGISTRO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, MUNICIPIO, BOQUIM (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE), SOLUÇÃO, CRISE, PRODUÇÃO, LARANJA, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
- REMESSA, PROPOSTA, BANCO DO BRASIL, BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A (BNB), GOVERNO FEDERAL, NECESSIDADE, ABATIMENTO, JUROS, CORREÇÃO MONETARIA, PRODUTOR RURAL.
O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na última sexta-feira, ao lado de outros Parlamentares da Bancada Federal do Estado de Sergipe, participei de uma reunião muito proveitosa na cidade de Boquim, visando à discussão dos grandes problemas que afligem a citricultura sergipana. Existe uma crise sem precedentes na economia do nosso Estado.
No tempo em que eu era Governador, por exemplo, a região citrícula, formada por 14 Municípios sergipanos, gerava nada menos do que 100 mil empregos. Sergipe era o segundo colocado na produção de laranjas, sendo suplantado apenas pelo Estado de São Paulo. Entretanto, Sr. Presidente, houve vários fatores adversos à citricultura: a conjuntura econômica internacional e nacional, altas taxas de juros cobradas nos financiamentos aos pequenos e médios proprietários da região, falta de uma política agrícola voltada para o desenvolvimento e modernização do setor. Tudo isso levou a região citrícola à situação atual, com mais de 60 mil pessoas desempregadas. A crise avassaladora promoveu o êxodo rural não só para as cidades sergipanas como para as de outros Estados brasileiros, com a redução substancial da população de várias cidades da região, segundo dados do IBGE.
Sr. Presidente, a reunião em Boquim foi coordenada pelo Prefeito Municipal, Luiz Fonseca, apoiado pelo Presidente da Associação dos Prefeitos da região, sob o comando do ex-Deputado e atual Prefeito, Jerônimo Reis. Também participaram do evento os Deputados Federais Jorge Alberto, Tânia Soares, Ivan Paixão e Cleonâncio Fonseca, além dos Senadores Antonio Carlos Valadares e Maria do Carmo.
Várias propostas foram levadas a efeito na ocasião, inclusive a de gestões junto ao Governo Federal e às instituições financiadoras, tais como o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil. As taxas exorbitantes cobradas por esses bancos, não só de juros como de correção monetária, estão esvaziando as possibilidades de qualquer acordo de pagamento, uma vez que a produção de laranja chegou quase à estaca zero, não só em Boquim como nos demais Municípios. Basta dizer que nossa produção agrícola de laranja, que era em torno de 1 milhão de toneladas, será de 250 mil a 300 mil toneladas neste ano. Como se trata de um Município que produzia laranja em grande quantidade, abastecendo todo o mercado do Brasil, isso significa que a crise não atinge apenas a nossa região, é uma crise nacional!
Por isso, Sr. Presidente, o Governo Federal tem de envidar esforços para proporcionar aos produtores endividados um prazo maior para o pagamento dessas dívidas, como também a diminuição das taxas de juros, complementos e correção monetária cobrados atualmente nas negociações. Sem isso, a crise continuará e não saberemos as suas conseqüências, porque o desaparecimento total da produção de laranjas é um prejuízo descomunal para a economia.
Termino dizendo que as conclusões extraídas naquela reunião - mais consentâneas para a solução, o mais rápido possível, da tão terrível crise que se abateu sobre a região citrícola - foram apresentadas não só ao Governo do Estado como também aos Bancos do Nordeste e do Brasil.
Meus parabéns, Sr. Presidente, a todos os organizadores daquela reunião, que, tenho certeza, vai gerar frutos positivos para a economia sergipana.