Discurso durante a 51ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

DESTAQUE PARA O TRABALHO DESENVOLVIDO PELO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DO SENADO, PROMOVENDO A INTERAÇÃO DA SOCIEDADE COM O LEGISLATIVO.

Autor
Marina Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CORRUPÇÃO.:
  • DESTAQUE PARA O TRABALHO DESENVOLVIDO PELO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DO SENADO, PROMOVENDO A INTERAÇÃO DA SOCIEDADE COM O LEGISLATIVO.
Publicação
Publicação no DSF de 15/05/2001 - Página 9234
Assunto
Outros > SENADO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CORRUPÇÃO.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, POPULAÇÃO, IMPOSSIBILIDADE, ORADOR, RESPOSTA, MENSAGEM (MSG), INTERNET, MOTIVO, FALTA, TEMPO, ELOGIO, INICIATIVA, POVO, EXERCICIO, DEMOCRACIA.
  • ANUNCIO, REPETIÇÃO, APRESENTAÇÃO, SOLICITAÇÃO, INSTAURAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CORRUPÇÃO, EXCLUSIVIDADE, SENADO.

A SRª MARINA SILVA (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras e Srs Senadores, quero apenas fazer um breve registro que considero importante até como uma forma de dar uma satisfação à opinião pública, que nos acompanha através dos instrumentos de comunicação disponíveis, como a TV Senado, a Rádio Senado e o Prodasen, que nos permitem uma comunicação em tempo real, ou quase real, com as pessoas que acompanham o nosso trabalho.

Considerando que sempre tenho pautado a minha atuação afirmando que somos eleitos para representar as pessoas e não para substituí-las, são bem-vindas as diversificadas contribuições da sociedade, sejam por e-mails ou telefonemas; algumas reconhecendo o nosso trabalho, outras criticando-o ou apresentando contribuições. Embora diversificadas, todas nos enriquecem, principalmente pela concepção que tenho de que até mesmo quando as pessoas nos criticam, elas nos estão ajudando a crescer e a compreender a dinâmica da sociedade por meio da manifestação dos seus diferentes núcleos de densidade. Essa manifestação tem por objetivo fazer com que o Congresso Nacional, os Parlamentares possam levar em consideração aquilo que essa dinâmica social está a dizer.

Durante esses últimos 15 dias, recebi mais de 20 mil e-mails. Neles, claro, observo essa diversificação a qual acabo de me referir. Em grande parte deles os cidadãos reconhecem a importância do meu trabalho, em outros criticam-no e em muitos apresentam sugestões.

Como dispomos de uma estrutura mínima, torna-se impossível responder a todos, a menos que paremos todas as nossas atividades. Por uma questão de consideração não apenas com aqueles que reconhecem, que elogiam, mas também com os que contribuem ou criticam registro não ser possível responder a todos. Devem reconhecer que se trata de período sui generis, com certeza estimulado pelos acontecimentos do Congresso, como a questão da violação do painel e a CPI da Corrupção, arquivada pelo menos por alguns dias.

Nosso Líder está reapresentando a solicitação de instauração da CPI para que seja exclusiva do Senado Federal, considerando que nenhum dos Senadores que haviam assinado retiraram suas assinaturas, assim crendo que as estão mantendo.

Sr. Presidente, essa é a forma que encontrei para dizer às pessoas, por uma questão de respeito, que seria impossível, como de costume, responder a todos os vinte mil e-mails nesse período atípico da conjuntura nacional. Com certeza não é privilégio do meu gabinete receber tantos e-mails. Tenho absoluta certeza de que os gabinetes dos demais Senadores também devem receber um volume muito grande de manifestações da sociedade brasileira, que está acompanhando o desenrolar político dos últimos acontecimentos.

Sinto-me na obrigação de fazer esse registro, porque considero fundamental a dinâmica social de participar das mais diferentes formas de manifestação política. Essa guerrilha eletrônica - seja contra determinados posicionamentos ou a favor deles - é um dos instrumentos que a modernidade oferece à nossa ação política, o que nos serve de base de referência.

Evidentemente, cada um de nós tem o seu juízo de valor e a sua postura em termos de referenciais políticos e ideológicos e certamente conta a opinião daqueles que representamos. Mas existe um momento em que o Parlamentar assume uma posição que é a sua na qualidade de indivíduo e na qual valerá a sua consciência, o seu compromisso moral e ético e a postura que tem perante essa sociedade, sem deixar de considerar que a população tem um peso muito grande. Afinal de contas, como acabei de dizer, somos eleitos para representá-la e não para substituí-la. Aqueles que pensam que podem substituí-la, mais cedo ou mais tarde, decerto, serão superados por essa própria sociedade, que é muito maior do que os nossos mandatos passageiros.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/05/2001 - Página 9234