Discurso durante a 55ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

TRANSCURSO DA SEMANA DEDICADA A HOMENAGEAR OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • TRANSCURSO DA SEMANA DEDICADA A HOMENAGEAR OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM.
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/2001 - Página 9860
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ANALISE, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, TECNICO DE ENFERMAGEM, REGISTRO, SEMANA, HOMENAGEM, ENFERMEIRO.

O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta semana de 12 a 19 de maio é dedicada a homenagear os profissionais de enfermagem no Brasil.

Não poderia eu deixar passar tal evento sem subir a esta tribuna para saudar os abnegados seguidores de Anna Nery.

Serei breve, pois creio serem mais importantes a sinceridade e a profundidade do sentimento de gratidão por tudo que fazem os enfermeiros e as enfermeiras em favor de nossos concidadãos, do que longos discursos laudatórios, recheados de elogios e vazios de conteúdo.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, sendo uma profissão que exige alto sentido de ética pessoal e de respeito pela vida humana, a enfermagem beira a vocação sacerdotal, como corriqueiramente dito por todos os que se referem às atividades médicas e paramédicas. Pieguismos lacrimosos à parte, o enfermeiro e a enfermeira necessitam estar imbuídos de profundo sentimento de respeito ao ser humano para poderem desempenhar suas funções assistenciais.

Não é fácil lidar com a miséria humana, sobretudo com a miséria física ou mental. Tratar de pessoas debilitadas ou necessitando de cuidados especiais exige vocação, não apenas vontade.

Mas o enfermeiro e a enfermeira não cuidam apenas dos doentes e de suas doenças. Cabe-lhes também ajudar a preveni-las. Cabe-lhes, também, auxiliar os pacientes nos trabalhos de recuperação da saúde, de sua capacidade física ou mental para reinserção na vida familiar e social. Cabe-lhes, em seu trabalho nas clínicas, hospitais ou na assistência domiciliar, ser o elo entre o paciente adoecido e o mundo da saúde e do bem-estar.

A profissão de enfermeiro, antiga quase como a humanidade, tem sua formalização, no Brasil, a partir da criação da Escola de Enfermagem Anna Nery, na década de 20. Contudo, a evolução da formação e do exercício profissional dos enfermeiros no País dirigiu-se sobretudo para o ambiente hospitalar, enfocando essencialmente a assistência aos doentes internados.

Sem demérito para o corpo de enfermagem de nossos hospitais, sem o qual não haveria cura possível para nossos doentes, o Brasil, fruto de sua evolução social, abriu, e continua abrindo, novos e relevantes campos para a atuação de enfermeiros e enfermeiras com boa qualificação.

A saúde pública neste nosso vastíssimo e populoso território é um campo que exige, de modo inequívoco, a presença de enfermeiros nas ações de prevenção e controle de doenças. Os já famosos agentes de saúde necessitam de orientação e supervisão médica e de enfermagem. As equipes que vêm sendo montadas no País afora incluem espaço para enfermeiros de alta qualificação.

Para isso, é preciso que as escolas de enfermagem enfoquem com rigor a formação de profissionais para atuação na área de saúde pública.

A assistência domiciliar é outra faixa que vem se alargando com o aumento populacional no País, com o envelhecimento de nossa população e com a impossibilidade da manutenção do modelo de hospitalização que ainda hoje vigora no Brasil. Exemplo disso é a recente lei que visa reduzir aos casos insanáveis a internação de doentes mentais. Visa-se preservar no seio das famílias aqueles que podem manter um mínimo de convívio social.

Assim também, a disponibilização de profissionais corretamente habilitados para prestar assistência domiciliar a pacientes de doenças crônicas, por exemplo, mas que não necessitam internação, é uma demanda mais do que ingente da sociedade brasileira moderna.

Desse modo, para além dos merecidos elogios que todos os profissionais de enfermagem merecem, é imperioso manter uma visão crítica de seus programas de formação acadêmica, de atualização profissional e de estágios de habilitação. Só assim, teremos quadros aptos a atenderem às demandas sociais cada vez mais diversificadas de nossos concidadãos.

Necessitamos de enfermeiros para atuarem em centros de internação, mas também para atuarem em postos de saúde, serviços de atendimento domiciliar, combate e prevenção de endemias e epidemias, enfim, em todo um vastíssimo e nobilíssimo universo de ações que dignificam os profissionais de enfermagem e ajudam os brasileiros a galgarem novos patamares de saúde individual e coletiva.

Ao concluir, ficam meus mais efusivos cumprimentos a todos os enfermeiros e enfermeiras deste País, bem como meu encorajamento aos que, entrando agora nas escolas de formação, desejam ser, também eles, apóstolos da saúde neste Brasil tão cheio de carências nessa área.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/2001 - Página 9860