Discurso durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ESFORÇO PUBLICITARIO DO ESTADO DO TOCANTINS NO SENTIDO DE DESPERTAR A CONSCIENCIA NACIONAL QUANTO AO SIGNIFICADO DA AMAZONIA, BEM COMO DE ALGUNS PROJETOS QUE VISAM O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO E DO PAIS, COMO A CONSTRUÇÃO DA FERROVIA NORTE-SUL E A HIDROVIA ARAGUAIA-TOCANTINS.

Autor
Eduardo Siqueira Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/TO)
Nome completo: José Eduardo Siqueira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • ESFORÇO PUBLICITARIO DO ESTADO DO TOCANTINS NO SENTIDO DE DESPERTAR A CONSCIENCIA NACIONAL QUANTO AO SIGNIFICADO DA AMAZONIA, BEM COMO DE ALGUNS PROJETOS QUE VISAM O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO E DO PAIS, COMO A CONSTRUÇÃO DA FERROVIA NORTE-SUL E A HIDROVIA ARAGUAIA-TOCANTINS.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2001 - Página 10139
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, PUBLICIDADE, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO TOCANTINS (TO), VALORIZAÇÃO, FERROVIA, HIDROVIA, REGIÃO CENTRO OESTE, REGIÃO AMAZONICA, IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PFL - TO) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, os telespectadores mais atentos terão observado em alguns programas em rede nacional a inserção de peças publicitárias assinadas pelo Governo do Estado do Tocantins, referentes ao significado e a importância nacional de alguns programas que se realizam naquele Estado, especialmente referentes à Ferrovia Norte-Sul e a Hidrovia Araguaia Tocantins.

Tenho por diversas vezes afirmado desta Tribuna que programas desenvolvidos no meu Estado, freqüentemente tomam a dimensão de interesse estratégico para o País, ultrapassando, portanto, sua característica de programas ou projetos locais ou regionais para se transformarem em projetos verdadeiramente nacionais.

Aliás, tal característica não se restringem, especificamente ao meu Estado.

Vários autores tem afirmado, e eu já o afirmei por diversas vezes nesta Tribuna, que a Amazônia mais que uma questão regional tem que ser vista como uma questão nacional, porque, no que se refere ao Brasil, só a Amazônia em função da dimensão de seus recursos naturais, tem significado efetivamente planetário, global.

A importância de uma adequada política de ocupação e de uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia, nos ensejaria e nos prepararia para um futuro de demandas cada vez mais intensas de matérias primas sofisticadas e de exigências de preservação ambiental, fatores, as matérias primas da Amazônia e o meio-ambiente, de interesse e dimensão planetária.

Com muito menos, - o petróleo - os árabes impuseram regras no mundo.

O Brasil, porém, não tem tido esta visão essencial e estratégica da Amazônia para seu próprio desenvolvimento e para seu ingresso adulto e soberano no circuito da globalização, preferindo nele ingressar com sua parte mais fraca - a economia, a moeda, o câmbio, perdendo a cada dia através dessa estratégia, um pouco de sua soberania e muito de sua capacidade de decisão sobre si mesma.

O esforço publicitário do Estado do Tocantins, Sr. Presidente, mais do que o marketing de um Estado, e muito mais do que o marketing de um Governo, visa despertar a consciência nacional para o significado da Amazônia e de alguns projetos já em andamento, para o desenvolvimento do Brasil.

Para que a Amazônia, Sr. Presidente, não seja entregue à cobiça e aos interesses estrangeiros, tem que ser integrada ao Brasil.

Nesta integração da Amazônia ao Brasil em si mesmo, o Tocantins ocupa uma posição absolutamente estratégica.

Com razão, chamado de Estado da integração nacional, limitando-se com a Amazônia, o Nordeste, o Centro-Oeste e o Sudeste, o Tocantins ocupa por um imperativo geográfico, um lugar estratégico no processo de integração nacional, para que sejamos, efetivamente, um País de 8,5 milhões de Km² e não uma faixa litorânea limitada pelo Tratado de Tordesilhas.

Os projetos da Ferrovia Norte-Sul e da Hidrovia Araguaia Tocantins, constituem dois projetos essenciais nesta estratégia de integração nacional. Eles não são apenas projetos locais e regionais e isto explica e justifica o esforço do Governo do Tocantins para que o Brasil os conheça.

Na verdade, Sr. Presidente, nobres Senadores, não se trata de discutir se a Amazônia deve ser ocupada ou não - que esta é uma postura de quem nada conhece da Amazônia, ou que esconde interesses inconfessáveis sobre a Amazônia.

Trata-se, em primeiro lugar, de conhecer a Amazônia, na imensa variedade de seus ecossistemas e de seus recursos naturais. De desenvolver intensamente a pesquisa para o conhecimento de suas riquezas, de suas características, e das formas, ou das tecnologias adequadas para seu uso.

Enfim, de ocupar a Amazônia de forma sustentável, ambientalmente sustentável, economicamente sustentável.

Aliás, quero registrar que o meu Estado do Tocantins tem esta consciência da necessária sustentabilidade da Região. Inserido, como afirmei, na Zona de transição dos grandes ecossistemas brasileiros, ele detém características de cada um desses sistemas - da mata amazônica, do semi-árido nordestino, do cerrado central, e de regiões pantaneiras e tem se preocupado com a preservação dessas riquezas.

Devo dizer que há mais de 5 anos os órgãos de preservação ambiental e os órgãos de planejamento governamental no meu Estado constituem em único sistema, articulado pela Secretaria de Planejamento e meio ambiente. Desta forma, em toda ação de planejamento o fator ambiental está presente, desde sua formulação, sendo considerado, em conseqüência, fator essencial para a tomada de decisões.

É este o significado, Sr. Presidente, que o Estado do Tocantins quer levar ao Brasil, no momento em que, mais uma vez, num enorme esforço, quer utilizar a mídia para dizer ao Brasil que a integração nacional é possível, que o Brasil Central, que o Brasil do Norte e do Centro Oeste, desconhecidos e mal ocupados, têm sua função estratégica no desenvolvimento nacional.

Lançando esta mensagem através dos projetos da Ferrovia Norte-Sul e da Hidrovia Araguaia Tocantins, espera despertar o País para suas potencialidades, para sua grandeza, para sua viabilidade, contribuindo inclusive e na superação da visão do Brasil como o país dos escândalos, da imoralidade pública e da incompetência.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2001 - Página 10139