Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM A FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PELA CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO NACIONAL. CONSIDERAÇÕES SOBRE A PUBLICAÇÃO INTITULADA PERFIL INSTITUCIONAL, DA FGV EDITORA.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PELA CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO NACIONAL. CONSIDERAÇÕES SOBRE A PUBLICAÇÃO INTITULADA PERFIL INSTITUCIONAL, DA FGV EDITORA.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2001 - Página 10376
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV), ELOGIO, ATUAÇÃO, AREA, PRODUÇÃO, CONHECIMENTO, PESQUISA, DIVULGAÇÃO, CIENCIAS, GESTÃO, SETOR PUBLICO, CIDADANIA, FORMAÇÃO, MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA, GRADUAÇÃO, POS-GRADUAÇÃO, RESPONSABILIDADE, INDICE, SETOR, ECONOMIA NACIONAL, COMENTARIO, PUBLICAÇÃO, EDITORA.

O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, já não era sem tempo de o Senado Federal prestar justa homenagem às instituições educacionais brasileiras de alta e reconhecida competência intelectual e administrativa. Aproveito, então, a oportunidade para homenagear a Fundação Getúlio Vargas pela dedicação histórica que tem, longamente, dispensado à formação de nossa mão-de-obra brasileira.

            Mais reconhecida como entidade que calcula e veicula índices de inflação, seu mérito maior reside no campo da produção de conhecimento. De fato, seus préstimos à pesquisa e à divulgação de ciência sobre o setor público e privado do Brasil merecem os nossos mais sinceros votos de gratidão e louvor.

Não por acaso, a FGV publicou, ao final do ano passado, o livro Histórias de um Brasil que Funciona, cujo conteúdo consistia em valorizar iniciativas inovadoras de Governos Estaduais, Municipais e, até mesmo, de organizações dos povos indígenas, que tenham contribuído para a ampliação do acesso aos direitos de cidadania do País. Tal publicação se enquadra num projeto maior, que se intitula Programa Gestão Pública e Cidadania.

Dentro desse princípio, a FGV acaba de distribuir uma nova publicação de extrema relevância histórica e política. Trata-se do Perfil Institucional, que discorre de modo abrangente sobre a trajetória da Fundação, desde sua criação em 1944. Analisa sua estrutura, descreve os serviços que presta e traz comentários sobre suas publicações, suas parcerias com o segmento empresarial e, substancialmente, suas atividades de ensino e de pesquisa.

Sem dúvida, uma leve incursão apreciativa pela publicação proporciona-nos a certeza de que o compromisso supremo da FGV concentra-se na superação das fronteiras do conhecimento na área das Ciências Humanas e afins, produzindo e transmitindo idéias, dados e informações para o desenvolvimento socioeconômico do País. Desde sua concretização, nas mãos do inesquecível Luiz Simões Lopes, a Fundação tem galgado, com muita celeridade, os degraus da excelência do pensamento sobre a realidade brasileira.

Estudos relacionados à economia do Brasil, tais como contas nacionais, balanço de pagamentos, índices econômicos, sondagens conjunturais, pesquisas agrícolas, industriais e monetárias, tudo isso pertence ao arcabouço de preocupações da FGV na condição de geradora de conhecimento. Nessa linha, foi pioneira na fundação de cursos de pós-graduação nas áreas de economia, psicologia, contabilidade e administração. Mais recentemente, inaugurou curso de doutoramento para os estudos relacionados ao meio ambiente.

Como não poderia deixar de ser, seu corpo técnico e docente é de um brilhantismo ímpar, composto por mais de duas centenas de doutores e mais de uma centena de mestres, que se dedicam com muito afinco à causa do ensino e da pesquisa. Ao lado desse dado - e muito em conseqüência desse mesmo dado -, vale a pena destacar o rol de publicações ao qual não se poupam os mais rasgados elogios pelo alto padrão de qualidade. Refiro-me à premiadíssima Conjuntura Nacional, à Revista Brasileira de Economia, à Revista de Administração Pública e à não menos famosa Agroanalysis.

Gerações de intelectuais e pesquisadores do País aprenderam a confiar na seriedade e no compromisso público da FGV. Pelos seus quadros, desfilaram algumas das mais notáveis personalidades de nossa história contemporânea, entre outras, Eugênio Gudin, Octavio Bulhões e Mário Henrique Simonsen. Como bem frisa o comentário de Perfil Institucional, cérebros tão irretocavelmente selecionados ajudaram, de fato, a construir a história de rigor e credibilidade da Fundação, sua continuidade de dedicação ao Brasil e sua disposição em antever e responder às demandas do futuro.

A propósito, projetando todo esse sucesso para o futuro, os dirigentes da FGV já anunciam a ampliação da sede da instituição, no Rio de Janeiro, a cujo espaço se adicionará um excepcional centro de convenções. Por conta disso, propõem-se o aprimoramento e a diversificação dos produtos e serviços oferecidos ao mercado, sob a forma de mais informações, consultoria, desenvolvimento humano e pesquisa histórica. Mais que isso, prepara-se ainda a criação de índices de monitoramento ambiental, cuja elaboração integra um conjunto de programas conectados ao desenvolvimento sustentável e à preservação do meio ambiente.

Além disso, o avanço das telecomunicações tem afetado positivamente o leque de interesses da FGV, comprometendo-a com a utilização de tecnologia educacional de ponta para levar a milhares de profissionais, dos mais remotos cantos do País, formação e informação. Isso tudo a funcionar sem transigir com a qualidade didática tão presente em suas salas de aula. Ao lado das mídias convencionais, os cursos a distância contam com os recursos tecnológicos da teleconferência, da videoconferência, da multimídia e da Internet.

Sr. Presidente, com efeito, ao longo de décadas, a FGV tem prestado inestimável contribuição no incessante processo de propor soluções para os problemas nacionais. Propostas invariavelmente criativas imprimem uma marca indelével à instituição, pois conjugam desenvolvimento estratégico, eficiência administrativa e preservação ambiental. Instituição pioneira na América do Sul na implantação de cursos de Administração Pública e de Empresas, lançou as bases do pensamento socioeconômico nacional, além de introduzir a visão empresarial indispensável nos mercados progressivamente competitivos. Aliado a isso, o estímulo à pesquisa proporcionado a seus profissionais e alunos tem resultado em produção de inconteste excelência.

Não sem certa previsibilidade, a Capes tem avaliado, nos últimos anos, os cursos de Economia, Administração Pública e de Empresas ministrados pela FGV com a maior nota em cada grupo de escolas. Por sua vez, estas mesmas escolas mantêm intensivo intercâmbio com as mais destacadas universidades do mundo e participam dos principais organismos e conselhos internacionais de suas áreas.

Cumpre recordar que, tradicionalmente, a imagem da Getúlio Vargas se associa com o monitoramento de índices setoriais, dos quais se aguarda um reflexo do comportamento dos custos de determinado segmento da economia. Responsável pelo levantamento e análise de dados econômicos, financeiros e empresariais, o Instituto Brasileiro de Economia - IBR -, da FGV, foi o pioneiro no cálculo do PIB brasileiro e a única instituição a formular o índice de preços no atacado. A isso, acrescente-se a introdução do IGP-DI, que foi, e ainda é, um dos principais índices utilizados em reajustes de preços de contratos e na correção do valor patrimonial de ativos.

Pois bem, atualmente, sua elaboração atende, igualmente, a solicitações específicas de organizações empresariais, como base para formulação de políticas de preços. Para tanto, a FGV não tem hesitado em realizar, com profundidade, análises dos balanços das 500 maiores empresas do Brasil. Isso propiciou a criação do Banco de Dados Empresarial, que acumula informações sobre mais de 10 mil companhias, e de cuja utilização se servem centenas de investidores e estudiosos da economia brasileira.

Outro orgulho da FGV recai sobre o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, que não se furta a prestar assessorias não somente no campo de organização de arquivos históricos, como também na elaboração de bancos de entrevistas para organismos públicos e empresas privadas. Dentre os últimos trabalhos, sobressaem-se o projeto Memória do Centro Cultural Banco do Brasil e a publicação da história da Companhia Siderúrgica Nacional - a CSN.

Por último, a FGV Editora é, certamente, também outra filha dileta da instituição. Além da literatura acadêmica em administração, economia e contabilidade, a editora explora publicações nos campos da história, da comunicação, da ecologia e das ciências sociais. Entre os grandes êxitos editoriais, surge a Comunicação em Prosa Moderna, do escritor Othon Moacyr Garcia, que é muito mais que um mero manual de estilo e expressão. Já na 18ª edição, permanece sendo adotado em diversos cursos de ciências humanas.

Em resumo, aproveito a oportunidade dessa mais nova publicação, Perfil Institucional, para congratular não somente a instituição, mas também seus dirigentes, seus professores, pesquisadores e estudantes. Mais que nunca, o Brasil se sente em débito com a FGV, na medida em que testemunha suas inumeráveis contribuições para a história do desenvolvimento econômico nacional. Por conta disso, e em nome de todos os brasileiros, somente me resta reiterar, com muito orgulho, nossos agradecimentos aos históricos e incomensuráveis serviços prestados à Nação.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2001 - Página 10376