Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

REGOZIJO COM A CRIAÇÃO, PELA ASSOCIAÇÃO DAS SIDERURGICAS DO CARAJAS (ASICA), DO FUNDO FLORESTAL DE CARAJAS, COM VISTAS AO PLANTIO DE 50 MIL HECTARES DE FLORESTAS.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • REGOZIJO COM A CRIAÇÃO, PELA ASSOCIAÇÃO DAS SIDERURGICAS DO CARAJAS (ASICA), DO FUNDO FLORESTAL DE CARAJAS, COM VISTAS AO PLANTIO DE 50 MIL HECTARES DE FLORESTAS.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2001 - Página 10387
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • ELOGIO, DECISÃO, ENTIDADE, SIDERURGIA, SERRA DOS CARAJAS, INVESTIMENTO, FUNDO ESPECIAL, BENEFICIO, FLORESTA, PROJETO, REFLORESTAMENTO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, INDUSTRIA, FERRO, APROVEITAMENTO, CARVÃO VEGETAL.

O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, foi com regozijo que tomei conhecimento da informação segundo a qual as empresas que compõem a Associação das Siderúrgicas do Carajás (Asica) estão investindo em um fundo florestal. É uma notícia alvissareira, pois aborda uma das reivindicações mais recorrentes da vida atual - a preservação do meio ambiente - que nos incumbe defender, para impedir a degradação que ameaça as futuras gerações.

Vivemos um momento crítico na história da Terra. À medida em que o mundo torna-se mais interdependente, o futuro oferece perspectivas otimistas para o bem-estar do povo, mas enfrenta, ao mesmo tempo, vastos e grandes perigos que rondam o nosso Planeta.

            Há de se reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum, submetidos às mesmas leis de natureza.

Sou daqueles que acreditam ser necessário somar forças, sem desfalecimentos, para gerar uma sociedade sustentável global, baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações. E isso só é possível através do desenvolvimento sustentável. Essa é uma das bandeiras de luta da Associação das Siderúrgicas de Carajás, que acredita ser possível implementar o desenvolvimento econômico sem prejudicar a natureza.

As siderúrgicas da região de Carajás usam o carvão vegetal como principal agente termo redutor. A estratégia atual dessas empresas para o suprimento de carvão inclui o uso de resíduos florestais e, em menor escala, lenha derivada do manejo de florestas naturais.

Esses são, entretanto, meios paliativos porque não vão durar muito tempo. Por isso mesmo a Associação das Siderúrgicas de Carajás vem defendendo a implantação de projetos de reflorestamento com o objetivo de estabelecer uma indústria de ferro gusa sustentável para suas associadas. E, para tanto, criou o Fundo Florestal de Carajás, a ser implantado em projetos de toda a área de influência da Estrada de Ferro de Carajás.

O Fundo prevê o plantio de 50 mil hectares florestais de rápido crescimento num período de cinco anos. Esse estoque de biomassa renovável promoverá a desejável integração floresta/indústria através do fornecimento de matéria-prima suficiente para movimentar a siderurgia daquela região em bases sustentáveis. Essa é uma política que deve ser louvada.

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida.

Cabe ressaltar que temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer com carvão vegetal a indústria de ferro gusa e reduzir impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para se construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Ao mesmo tempo que supre as necessidades do carvão vegetal da indústria de ferro gusa, os 50 mil hectares de florestas mais as árvores nativas plantadas e as áreas de preservação permanente vão reter mais de 8 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Sr. Presidente, o Fundo Florestal de Carajás é constituído pelo aporte de Usinas Associadas à Asica, em até US$ 3 / tonelada de ferro gusa. Com a venda de 1,7 milhões de toneladas/ano, isso significa dizer U$ 5 milhões / ano. Sua vigência é de 10 anos, e fará com que o Fundo obtenha, portanto, US$ 50 milhões para financiar o seu programa de reflorestamento.

Constituída por 10 companhias siderúrgicas localizadas ao longo da estrada de ferro São Luís - Carajás, a Asica chega a produzir anualmente 1,7 milhão de toneladas de ferro gusa de qualidade, quantidade exportada através do porto marítimo da Ponta da Madeira.

A Associação também gera US$ 200 milhões de dólares em divisas líquidas para o nosso país, a partir de matérias primas regionais, proporcionando um montante de 20 mil empregos diretos e indiretos nas atividades da indústria florestal, carvão vegetal e de serviços.

As dez companhias siderúrgicas juntas geram na região mais de US$ 100 milhões em salários, encargos sociais, impostos e compras de matérias-primas e de serviços.

Todos esses benefícios correspondem ao investimento maciço na idéia do desenvolvimento sustentável, conciliando crescimento econômico e bem-estar social, objetivo maior da Associação das Siderúrgicas do Carajás.

Desta tribuna, levo meus aplausos a essa Associação, almejando-lhe os sucessivos êxitos que resultarão da continuidade dos seus esforços que tanto interessam ao Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2001 - Página 10387