Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

REGISTRO DE MATERIA PUBLICADA NO JORNAL O GLOBO, SOBRE A PUNIÇÃO DOS ENVOLVIDOS EM IRREGULARIDADES NOS CONTRATOS COM A EMPRESA ESCA PARA INSTALAÇÃO DO PROJETO SIVAM.

Autor
Bello Parga (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Luís Carlos Bello Parga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
JUDICIARIO.:
  • REGISTRO DE MATERIA PUBLICADA NO JORNAL O GLOBO, SOBRE A PUNIÇÃO DOS ENVOLVIDOS EM IRREGULARIDADES NOS CONTRATOS COM A EMPRESA ESCA PARA INSTALAÇÃO DO PROJETO SIVAM.
Publicação
Publicação no DSF de 24/05/2001 - Página 10197
Assunto
Outros > JUDICIARIO.
Indexação
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), JULGAMENTO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), ABSOLVIÇÃO, ACUSADO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, IMPLANTAÇÃO, PROJETO, SISTEMA DE VIGILANCIA DA AMAZONIA (SIVAM), ESPECIFICAÇÃO, HELIO VIANA LOBO, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AERONAUTICA (MAER), MARCOS ANTONIO DE OLIVEIRA, JOSE SALAZAR PRIMO, MAJOR BRIGADEIRO.

O SR. BELLO PARGA (PFL - MA. Para um comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em 1996, a esta mesma altura do ano, este Senado entrou numa hora de escândalo. Isso, porque estava sob exame nesta Casa a instalação do Sivam, o serviço de proteção e vigilância aérea da Amazônia.

À época, não faltaram vozes de oposição externa e mesmo da oposição interna para alegar fatos escandalosos, proteções inomináveis, o que teve início com uma escuta ilegal de telefone, causada por elementos até com acesso ao próprio Palácio do Planalto - sob falsos pretextos, foi obtida uma autorização judicial para grampear telefones do assessor da Presidência da República, o Embaixador Júlio César.

Na discussão do assunto, chegou até a ser aventada a estapafúrdia tese de que devia ser desprezada a empresa que havia ganhado a concorrência e entregar à SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a execução e a instalação do Sivam.

Hoje, Sr. Presidente, chega-se à conclusão daquilo que era conhecido como um escândalo de dimensões continentais, porque estava em jogo o Brasil, estava em jogo uma empresa americana que venceu a concorrência por causa do financiamento e mais uma empresa francesa, que era concorrente. Passo a ler o que publicou O Globo de hoje:

TCU inocenta acusados no caso da Sivam.

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) inocentou o ex-ministro da Aeronáutica Lélio Viana Lôbo e os majores-brigadeiros-do-ar Marcos Antônio de Oliveira e José Salazar Primo, que eram acusados de irregularidades na contratação da empresa Esca S.A na implantação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Em 1996, Oliveira e Salazar receberam do TCU multas individuais de R$14,8 mil por terem praticado atos ilegais, ilegítimos e antieconômicos, com prejuízo aos cofres públicos.

No julgamento realizado no mês passado, os ministros do TCU concluíram que o recurso apresentado pelos três réus demonstrou “a inexistência de prejuízos ao erário”. Segundo os ministros, “não houve afronta à legalidade e à moralidade administrativa e (...) não houve má-fé por parte dos responsáveis.

Os três acusados, responsáveis pela implantação do Sivam, conseguiram demonstrar ainda aos ministros que não se beneficiaram de verbas públicas e que não tiveram intenção de causar dano ao erário. Segundo os ministros, ficou claro que todos agiram dentro da lei.

Em 1996, o TCU, além de aplicar as multas, determinou à Secretaria de Controle Interno do então Ministério da Aeronáutica que abrisse tomadas de contas especiais em razão dos atos ilegais na contratação da Esca S.A. Entre as irregularidades apontadas [e que foram alardeadas, como eu disse, pela oposição interna e pela oposição externa], estavam o superfaturamento de diárias e passagens incluídas no contrato, além de pagamentos e ressarcimento indevido de mão-de-obra terceirizada.

            Tudo isso não passava de acusações gratuitas, Sr. Presidente. E é com alegria, é com satisfação que vejo três briosos militares brasileiros, que devotaram seu tempo e seus esforços à implantação do Sivam, na Amazônia, um instrumento de defesa nacional e de acompanhamento das nossas fronteiras, serem inocentados.

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) inocentou o ex-ministro da Aeronáutica Lélio Viana Lôbo e os majores-brigadeiros-do-ar Marcos Antônio de Oliveira e José Salazar Primo.

Lamento apenas, Sr. Presidente, que a verdade tenha prevalecido depois de muito tempo, depois de ter causado prejuízos ao conceito e à reputação desses militares, que agora os recuperam, podendo voltar a se apresentar perante a sociedade, perante seus compatriotas, como homens dignos, sérios, trabalhadores e que merecem a gratidão da Nação pelo trabalho que realizaram.

A justiça foi feita, Sr. Presidente, felizmente!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/05/2001 - Página 10197